Petrolíferas: conheça as maiores e quais estão listadas na B3
Embora a Petrobras seja, indiscutivelmente, a maior e mais conhecida petrolífera do Brasil, o setor de petróleo, gás e biocombustíveis é formado por uma série de outras empresas que também desempenham papéis fundamentais na economia nacional e global.
O petróleo, como principal combustível fóssil, impulsiona a economia global e influencia diretamente nosso cotidiano. No Brasil, o setor de combustíveis na bolsa de valores é dominado pelas empresas petrolíferas, embora também englobe companhias de gás natural e biocombustíveis
Tem interesse em saber quais são as maiores empresas petrolíferas no cenário nacional e quais delas estão na Bolsa de Valores do Brasil? Ao longo deste texto, você conhecerá as gigantes do setor, e quais são as ações do Petróleo presentes no mercado financeiro brasileiro.
Petrobras: a maior empresa de petróleo e gás do Brasil
A Petrobras é uma das maiores e mais importantes empresas de energia do mundo, com uma presença significativa no setor de petróleo e gás. Fundada em 1953, a empresa desempenha um papel-chave na economia brasileira e é conhecida por suas operações abrangentes e inovadoras.
Operações
As operações da Petrobras são vastas e diversificadas, abrangendo toda a cadeia de valor do petróleo e gás. A empresa está envolvida em:
- Exploração e Produção: A Petrobras explora e produz petróleo e gás natural em várias bacias sedimentares no Brasil e no exterior. Suas operações de exploração são conhecidas por sua eficiência e uso de tecnologia de ponta.
- Refino: A empresa possui várias refinarias que processam petróleo bruto em produtos refinados, como gasolina, diesel, querosene de aviação e outros derivados.
- Distribuição e Comercialização: A Petrobras distribui e comercializa seus produtos através de uma ampla rede de postos de combustíveis e outras instalações de distribuição.
- Gás e Energia: Além do petróleo, a Petrobras também atua no setor de gás natural e energia elétrica, contribuindo para a diversificação da matriz energética do Brasil.
Exploração no Pré-sal
A exploração no pré-sal é uma das áreas mais notáveis e promissoras das operações da Petrobras. Em síntese, o pré-sal refere-se a uma camada de reservatórios de petróleo localizada abaixo de uma espessa camada de sal no fundo do mar, principalmente na costa sudeste do Brasil. As principais características dessa exploração incluem:
- Reservas Significativas, com estimativas indicando bilhões de barris de petróleo recuperável. Isso representa uma fonte crucial de energia para o futuro do Brasil.
- Tecnologia Avançada, devido às condições desafiadoras, como grandes profundidades e alta pressão. A Petrobras, aliás, é líder mundial no desenvolvimento e aplicação dessas tecnologias.
- Impacto Econômico: A exploração no pré-sal tem um impacto significativo na economia brasileira, gerando empregos, investimentos e receitas para o governo. Também contribui para a segurança energética do país.
Com uma extensão total de 150.000 km², a região do pré-sal concentra uma significativa parcela das operações da Petrobras. A empresa possui direitos sobre 23.800 km² da área, correspondendo a 16% do total. Dentro dessa área, a atuação da Petrobras concentra-se nas bacias de Santos e Campos.
Multinacionais no Setor de Petróleo
O setor de petróleo é amplamente dominado por multinacionais que desempenham um papel fundamental na exploração, produção e distribuição de energia globalmente. No Brasil, destacam-se algumas das principais empresas que atuam nesse mercado:
Shell Brasil
A Shell Brasil é uma subsidiária da Shell plc, uma das maiores empresas de energia do mundo. No Brasil desde 1913, a Shell Brasil está envolvida em diversas atividades, incluindo exploração e produção de petróleo e gás, refino, distribuição de combustíveis e lubrificantes, e energias renováveis.
Presente em 70 países, a Shell foi a primeira multinacional a produzir petróleo no Brasil, nos campos de Bijupirá e Salema. Atualmente, a empresa opera 21 projetos nacionais, sob contratos com o governo brasileiro.
ExxonMobil
A ExxonMobil, uma das maiores empresas de petróleo e gás do mundo, surgiu da fusão entre Exxon e Mobil em 1999. Embora a Shell tenha sido pioneira na produção de petróleo em território nacional, a ExxonMobil foi a primeira companhia de óleo e gás a se estabelecer no Brasil.
Presente no país desde janeiro de 1912, inicialmente como Standard Oil Company of Brazil, a ExxonMobil participa atualmente em 17 blocos de bacias sedimentares, sendo operadora em 14 deles.
TotalEnergies
A TotalEnergies é uma empresa global de energia integrada, atuando na produção e comercialização de petróleo, gás natural, energias renováveis e eletricidade. Com uma presença de quase 50 anos no Brasil, a TotalEnergies participa de diversas iniciativas, incluindo a exploração e produção de petróleo e gás no pré-sal, além de projetos voltados para energias renováveis.
Em outubro de 2022, a empresa deu um importante passo em direção à transição energética ao criar uma joint venture com a Casa dos Ventos, líder no setor de energias renováveis no Brasil. A parceria prevê o desenvolvimento de um portfólio de 12 GW nos próximos anos.
BP
A BP (British Petroleum) é uma das maiores empresas de energia do mundo, com operações em mais de 70 países. No Brasil desde 1957, a BP tem sua atuação distribuída em vários segmentos.
A empresa está presente em toda a cadeia de valor da energia, desde a exploração e produção de petróleo e gás natural (Upstream) até a distribuição de combustíveis (aviação, marítimo e lubrificantes Castrol). Além disso, investe em energias renováveis, como biocombustíveis (bp bioenergy) e solar (Lightsource bp), e comercializa energia (bp Comercializadora de Energia).
Principais empresas brasileiras privadas do setor
Eneva
A Eneva é a maior operadora privada de gás natural do Brasil e uma importante geradora de energia. A empresa atua em toda a cadeia de valor do gás natural, desde a exploração e produção até a geração de energia elétrica.
Com ativos distribuídos por estados como Amazonas, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Goiás, a Eneva possui um parque térmico com capacidade contratada de 5,95 GW. Recentemente, a empresa alcançou resultados financeiros recordes, ao registrar um crescimento de 165% e faturamento de R$ 2,6 bilhões.
PetroRio
A PetroRio, também conhecida como PRIO, é uma das maiores empresas independentes de produção de óleo e gás natural no Brasil. Em comparação com as companhias mencionadas anteriormente, a PetroRio é significativamente mais recente no mercado.
Fundada em 2014, a PetroRio iniciou seu programa de opções de compra de ações (Stock Options) em 2017. Atualmente, a empresa opera em campos de petróleo como Polvo e Frade, localizados na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro.
Quais Petrolíferas brasileiras estão listadas na bolsa de valores?
Embora a Petrobras seja um grande destaque, o setor de petróleo, gás e biocombustíveis é composto por diversas outras petrolíferas que possuem capital aberto na B3 (bolsa de valores brasileira). Veja a lista:
- Petrobras (PETR3, PETR4) – A maior empresa de energia do Brasil e uma das principais petrolíferas do mundo, com atuação em toda a cadeia de petróleo e gás.
- Cosan (CSAN3) – Uma das principais empresas do setor de energia, com operações diversificadas em biocombustíveis, energia renovável e distribuição de combustíveis.
- Vibra Energia (VBBR3) – Destaca-se no mercado de distribuição de combustíveis, sendo uma das maiores distribuidoras do país.
- Ultrapar (UGPA3) – Controladora da rede Ipiranga, atua no setor de distribuição de combustíveis e produtos químicos.
- PetroRio (PRIO3) – Empresa independente de óleo e gás, focada na revitalização de campos maduros e na exploração do pré-sal.
- 3R Petroleum (RRRP3) – Companhia em expansão no setor de óleo e gás, especializada em reabilitar e otimizar campos maduros.
- Enauta Participações (ENAT3) – Empresa de óleo e gás com foco em exploração e produção, responsável pelo campo de Manati e blocos no pré-sal.
- Dommo Energia (DMMO3) – Empresa que atua na exploração e produção de petróleo, com foco na Bacia de Campos.
- Pet Manguinhos (RPMG3) – Operadora de uma refinaria no Rio de Janeiro, com foco em produtos derivados de petróleo.
Leia também:
Como funciona a exploração de petróleo no Brasil
No Brasil, o subsolo e seus recursos minerais, incluindo petróleo e gás natural, são bens da União. A exploração desses recursos é realizada por empresas estatais ou privadas, mediante licitação pública organizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Os regimes de concessão e partilha da produção, além da possibilidade de cessão de contratos, configuram um leque de opções para a exploração desses recursos. Do levantamento geológico à assinatura dos contratos, a ANP é responsável por todas as etapas do processo de exploração de petróleo e gás no Brasil.
A agência realiza estudos, organiza leilões, indica áreas promissoras e formaliza os acordos entre o governo e as empresas vencedoras. Desde 2018, a principal modalidade de licitação para exploração de petróleo e gás no Brasil é a oferta permanente de áreas.
Nesse modelo, blocos exploratórios e áreas com acumulações marginais em qualquer bacia terrestre ou marítima estão disponíveis continuamente para licitação. No entanto, a transferência parcial ou total de contratos, mediante autorização da ANP, também é uma modalidade permitida.
Regulamentação
A regulamentação da exploração de petróleo e gás no Brasil apresenta um modelo híbrido. Áreas localizadas no pré-sal ou em regiões estratégicas são exploradas sob o regime de partilha da produção, no qual a produção é dividida entre a empresa e a União.
Para as demais áreas, aplica-se o regime de concessão, onde a empresa tem direito à comercialização da produção, sujeita ao pagamento de royalties e participações especiais.
Nota: Esse trecho foi produzido com informações do Governo Federal. Para maiores detalhes, acesse Gov.br.
Pré-sal e Novas Descobertas
Em abril de 2024, a Petrobras fez uma descoberta promissora ao encontrar uma acumulação de petróleo em águas ultraprofundas da Bacia Potiguar, no poço Anhangá. Localizada na margem equatorial brasileira, entre o Amapá e o Rio Grande do Norte, essa região emergente, foi apelidada de “novo pré-sal”
A descoberta de vastas reservas de petróleo e gás na Guiana, pela ExxonMobil e outros consórcios, impulsionou o interesse da Petrobras na Margem Equatorial. Com características geológicas semelhantes às da vizinha Guiana, essa região tornou-se uma das principais apostas da estatal para a próxima década.
Prova disso é o plano estratégico da Petrobras, que destina 49% de seus investimentos em exploração para essa área até 2027.
Impasses ambientais
Apesar de ter grandes expectativas com a Margem Equatorial, a Petrobras enfrenta um impasse com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A negativa do órgão em emitir a licença ambiental para testes na Bacia da Foz do Amazonas gerou um intenso debate no governo e atrasou significativamente o início das operações na região.
A questão da exploração na Margem Equatorial polarizou o governo brasileiro. Enquanto o Ministério do Meio Ambiente, representado por Marina Silva, prioriza a proteção ambiental, o Ministério de Minas e Energia e a Petrobras defendem os benefícios econômicos da exploração, especialmente para as regiões norte e nordeste.
Transição energética no Brasil
Em essência, a chamada transição energética consiste em um processo de transformação que visa substituir fontes de energia fósseis e altamente emissoras de carbono, como petróleo, carvão e gás natural, por alternativas mais sustentáveis, como energia solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde.
Esse movimento é impulsionado por preocupações com as mudanças climáticas, a necessidade de reduzir emissões de gases de efeito estufa e a busca por maior segurança energética.
O Brasil, aliás, é visto como exemplo no cenário global, em termos de transição energética, com uma matriz elétrica composta por mais de 85% de fontes limpas e renováveis. A matriz energética total do país, que inclui combustíveis, já é 48% renovável, muito acima da média mundial de 15%.
Embora ainda enfrente desafios, como a necessidade de investimentos em infraestrutura, a modernização da rede elétrica e a capacitação de mão de obra, o Brasil assumiu compromissos ambiciosos para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa. O país se comprometeu a diminuir as emissões em 48% até 2025 e em 50% até 2030, em comparação aos níveis de 2005.
Gostou deste conteúdo? Continue acompanhando o Melhor Investimento e siga o portal nas redes sociais:
Instagram | Facebook | LinkedIn