Cosan (CSAN3) levanta até R$ 10 bilhões com BTG e Perfin para reduzir dívida
Acordo de 10 bi com o BTG e Perfin vem para reduzir dívida, aumentar liquidez e fortalecer governança do conglomerado.
(Imagem gerada por Inteligência Artificial/ChatGPT)
A Cosan S.A. anunciou neste domingo (21) um acordo para levantar até R$ 10 bilhões em recursos, numa operação que reforça sua estrutura de capital e busca reduzir a alavancagem do conglomerado, que terminou o segundo trimestre com dívida líquida de R$ 17,5 bilhões.
O pacote inclui R$ 4,5 bilhões do BTG Pactual Holding, cujo sócio é o bilionário André Esteves, R$ 2 bilhões do Fundo Perfin Infra e R$ 750 milhões do family office do controlador Rubens Ometto.
Além disso, haverá uma oferta subsequente de até R$ 2,75 bilhões, segundo comunicado da companhia.
Novo controle acionário da Cosan (CSAN3)
De um total de 1,8 bilhão de ações, 36% estão nas mãos do grupo de controle e 64% circulam no mercado. Após a operação, Ometto permanece sócio majoritário, com 50,01% das ações ordinárias e na presidência do conselho. BTG e Perfin assumem participação combinada de 49,99%, com acordo de acionistas que garante aos três sócios 55% do capital social da Cosan.
“O movimento reforça nossa trajetória de crescimento”, disse Ometto em nota.
“Ter o BTG e a Perfin como sócios me dá grande satisfação e segurança para seguirmos investindo no desenvolvimento do país”.
Novos investidores: mais flexibilidade financeira e governança na Cosan
A Cosan informou que a chegada dos investidores âncora permitirá reduzir endividamento, aumentar liquidez das ações na bolsa e destravar valor aos acionistas. O processo de sondagem privada foi conduzido junto ao controlador para assegurar parceiros estratégicos dispostos a apoiar a reestruturação.
Segundo a empresa, os recursos também devem fortalecer a governança corporativa e dar fôlego para retomar o crescimento, em meio a um cenário de juros elevados e margens pressionadas.
Contexto do grupo
Nos últimos anos, a Cosan expandiu operações no agronegócio, energia, transporte, combustíveis e gás natural, mas enfrentou lucros menores e o peso de dívidas, sobretudo após a compra de participação na Vale em 2022, investimento do qual se desfez em janeiro deste ano por R$ 9 bilhões.
A controlada Raízen, maior processadora de cana-de-açúcar do mundo, também luta para reduzir seu endividamento e vem se desfazendo de ativos. Em 2023, a Cosan registrou prejuízo de R$ 9,4 bilhões, puxado pelo desempenho aquém do esperado da Raízen.
O CEO Marcelo Martins afirmou que a decisão de capitalizar a empresa permitirá “combinar desalavancagem com retomada da trajetória de crescimento da Cosan”.
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