Nesta segunda-feira (23), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou que o Brasil deve continuar apresentando taxas de inflação “sucessivamente menores”. Durante uma coletiva de imprensa em Nova York, Haddad destacou a significativa redução da inflação nos últimos anos e reafirmou a expectativa de um cenário econômico mais estável.

A declaração de Haddad vem em um momento em que a mediana do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para setembro aumentou de 0,5% para 0,53%, em comparação com 0,27% no mês anterior. Embora esse aumento possa gerar preocupações, o ministro destacou que, se comparado a dois anos atrás, a inflação foi reduzida à metade, representando um avanço considerável na política econômica do país.

Em suas palavras, Haddad mencionou: “Estamos no segundo ano com metade da inflação de dois anos atrás. Foi uma queda muito expressiva.” Essa afirmação reflete o compromisso do governo com a manutenção da estabilidade econômica e a confiança na continuidade dessa tendência.

Um dos pontos centrais da coletiva foi a relação entre a inflação e a taxa Selic, que deve acompanhar a trajetória de queda da inflação. O ministro afirmou: “Eu não tenho dúvida de que ela vai responder a esse comportamento.” Essa resposta é crucial, pois a taxa Selic influencia diretamente o custo do crédito e, consequentemente, o consumo e os investimentos no país.

Haddad também reconheceu os desafios enfrentados devido ao estresse da política monetária global, que afetou diversos mercados emergentes, incluindo o Brasil. Apesar das dificuldades, o governo permanece otimista em relação à recuperação econômica.

Outro aspecto importante abordado por Haddad foi o impacto da inflação em queda no consumo das famílias. O ministro garantiu que a redução da inflação não comprometerá a confiança dos consumidores e que há uma expectativa de aumento do crédito, fatores essenciais para a recuperação econômica.

“Vai ter um soluço ou outro em função de desinformação, em função de desconfiança, mas serão vencidos pelos fatos”, concluiu o ministro, reforçando a ideia de que a economia brasileira está se ajustando e se preparando para um crescimento sustentado.

A realidade econômica brasileira não pode ser dissociada do contexto global. Haddad mencionou que a política monetária mundial tem impactado as economias emergentes de forma geral. O Brasil, em particular, teve que lidar com desafios internos que intensificaram esses efeitos, mas a resiliência da economia brasileira é um ponto positivo a ser destacado.

Com a perspectiva de inflação em queda, o governo está focado em implementar políticas que favoreçam um ambiente econômico propício para investimentos e crescimento. A coordenação de políticas monetárias e fiscais será crucial para alcançar esses objetivos.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.