O Bitcoin (BTC) alcançou a impressionante marca de R$ 396 mil na noite de domingo, 20 de outubro de 2024, marcando o maior preço já registrado na criptomoeda em reais. Esse aumento significativo reflete a combinação de uma valorização robusta do ativo em dólar, que atualmente está cotado a R$ 5,69, e as mudanças no cenário econômico global, particularmente relacionadas às eleições presidenciais nos Estados Unidos.

A ascensão do Bitcoin foi impulsionada por uma série de fatores interligados. Primeiramente, as entradas massivas de capital nos ETFs (fundos de índice) à vista nos Estados Unidos têm desempenhado um papel crucial nesse movimento. Dados compilados pela Bloomberg revelam que esses ETFs atraíram cerca de US$ 2,4 bilhões em entradas líquidas apenas nos seis dias até 18 de outubro. Esse influxo de capital indica um crescente interesse institucional e uma recuperação da confiança no mercado de criptomoedas.

Além disso, o ambiente político nos Estados Unidos está contribuindo para o otimismo dos investidores. Com as eleições presidenciais marcadas para 5 de novembro, as expectativas são de que as novas regras sobre criptomoedas possam ser mais favoráveis, independentemente de quem vença. O ex-presidente Donald Trump, um defensor conhecido das criptomoedas, pode influenciar positivamente a regulação do setor. Em contraste, a vice-presidente Kamala Harris também se mostrou favorável à criação de uma estrutura regulatória para as criptomoedas, oferecendo aos investidores uma sensação de segurança em relação ao futuro do ativo.

Na noite anterior ao recorde, o Bitcoin quase atingiu a marca de US$ 70 mil, mas sofreu um leve recuo, caindo para US$ 68.414 na manhã de segunda-feira, 21 de outubro. Esse movimento de preços representa uma valorização de quase 10% nos últimos 10 dias, configurando o melhor desempenho semanal da criptomoeda em mais de um mês. Historicamente, o preço anterior mais alto em reais foi registrado em 26 de julho de 2024, quando o Bitcoin alcançou R$ 380,5 mil, com o dólar cotado a R$ 5,63.

A alta do Bitcoin em reais é um indicador do crescente apetite dos investidores por ativos digitais em um contexto de volatilidade econômica global. As criptomoedas têm se mostrado uma alternativa viável para aqueles que buscam diversificação e proteção contra a inflação. Além disso, com a valorização do dólar, a conversão de preços em reais se torna um aspecto crucial para os investidores brasileiros.

De acordo com Fábio Plein, diretor regional da Coinbase para as Américas, o ambiente eleitoral nos EUA e a postura dos candidatos em relação às criptomoedas são fatores determinantes para o futuro do mercado. “Ambos os candidatos têm agendas favoráveis às criptomoedas, o que sugere um cenário positivo para a classe de ativos, independentemente do resultado eleitoral”, afirma Plein.

Além do Bitcoin, outras criptomoedas como Ethereum (ETH) e Solana (SOL) também têm mostrado um desempenho positivo. Na manhã de hoje, o Ethereum foi cotado a US$ 2.715, com uma alta de 2,50%, enquanto Solana subiu 4,80%, alcançando US$ 166. Essas movimentações refletem a tendência de alta no mercado de criptomoedas, à medida que mais investidores se posicionam em altcoins promissoras.

A valorização do Bitcoin e das altcoins é complementada por um desempenho positivo dos ETFs de criptomoedas no Brasil. No último pregão, o Hashdex NCI (HASH11) fechou a R$ 55,00, com uma valorização de 3,57%. Outros ETFs, como o Hashdex BTCN (BITH11) e o Hashdex DeFi (DEFI11), também apresentaram altas, indicando um forte interesse do investidor em produtos financeiros que rastreiam o desempenho das criptomoedas.