BC reafirma compromisso com papel moeda e avanços no Drex
O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição não tem a intenção de acabar com o papel moeda no Brasil. Em um evento sobre blockchain realizado no Rio de Janeiro, Campos Neto destacou a relevância contínua do dinheiro físico, especialmente em um contexto de transformação digital e avanços na moeda […]

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a instituição não tem a intenção de acabar com o papel moeda no Brasil. Em um evento sobre blockchain realizado no Rio de Janeiro, Campos Neto destacou a relevância contínua do dinheiro físico, especialmente em um contexto de transformação digital e avanços na moeda digital. A declaração vem em um momento em que a digitalização dos pagamentos e a implementação do sistema Drex, a moeda digital do Banco Central, estão em andamento.
BC e o compromisso com o papel moeda
Durante o evento, Campos Neto abordou a importância do papel moeda para a população brasileira, particularmente para as classes D e E, que ainda enfrentam desafios no acesso aos serviços bancários. Ele ressaltou que, durante a pandemia de covid-19, a circulação de dinheiro físico foi crucial para a entrega do Auxílio Emergencial. A falta temporária de cédulas que se observou durante esse período reforçou a necessidade de manter o papel moeda como uma opção válida e acessível.
“O Brasil ainda tem um percentual significativo da população que depende do papel moeda para suas transações diárias. Durante a pandemia, a capacidade de distribuir o Auxílio Emergencial em dinheiro físico foi essencial para alcançar aqueles que não têm acesso à conta bancária,” afirmou Campos Neto. Essa situação sublinha a relevância do papel moeda, especialmente em países emergentes onde a inclusão financeira ainda é um desafio.
Impacto da pandemia e criação da nota de R$ 200
A pandemia de covid-19 trouxe uma demanda inesperada por cédulas, o que causou uma escassez temporária no mercado. Campos Neto explicou que a falta de dinheiro físico pode ser interpretada como uma crise financeira iminente, o que pode gerar preocupação entre a população. Para mitigar esse problema, o Banco Central introduziu a nota de R$ 200, visando garantir a disponibilidade suficiente de dinheiro em circulação e evitar pânico econômico.
“A criação da nota de R$ 200 foi uma medida estratégica para enfrentar a escassez de cédulas durante a pandemia. Com isso, buscamos assegurar que a população tivesse acesso contínuo ao dinheiro físico, mesmo em momentos de alta demanda,” disse Campos Neto. Essa decisão foi parte de uma estratégia mais ampla para estabilizar a economia e manter a confiança do público no sistema financeiro.
Avanços no sistema Drex
Além de reafirmar o compromisso com o papel moeda, Campos Neto discutiu o progresso no desenvolvimento do Drex, a moeda digital do Banco Central. Ele mencionou que a instituição está próxima de alcançar uma solução que permita ao Drex ser escalável e, ao mesmo tempo, garantir a privacidade dos usuários. Atualmente, o piloto do Drex está em sua segunda fase, e Campos Neto antecipou que notícias positivas sobre o avanço do projeto devem ser esperadas nos próximos meses.
“A escalabilidade e a privacidade são prioridades para o Drex. Estamos trabalhando para garantir que o sistema não apenas suporte um volume crescente de transações, mas também proteja a privacidade dos usuários,” explicou Campos Neto. O Drex é visto como uma inovação significativa para o sistema financeiro brasileiro, prometendo modernizar as transações digitais e ampliar a inclusão financeira.
Transparência e segurança
Campos Neto também abordou o compromisso do Banco Central com a transparência e a segurança das informações. Ele enfatizou que a instituição está empenhada em evitar vazamentos e garantir que todos os dados sejam geridos de forma segura e adequada. O presidente do Banco Central destacou a importância de manter a confiança pública na instituição, especialmente durante a implementação de novas tecnologias e sistemas.
“A transparência e a segurança são fundamentais para o Banco Central. Estamos tomando todas as medidas necessárias para proteger as informações e manter a confiança da população,” concluiu Campos Neto.