Ata do Copom indica novo ciclo da Selic e reforça risco fiscal para a inflação
Comunicado do BC detalha cenário de inflação persistente, incertezas fiscais e explica por que a Selic seguirá elevada por um período prolongado.
Foto: Vinícius Schmidt/Metrópoles
A ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (23), confirmou que o Banco Central entrou em um novo estágio da política monetária. Após um ciclo firme de alta, a instituição decidiu manter a Selic em 15% ao ano por um período prolongado para garantir a convergência da inflação à meta. O documento traz uma leitura que vai além da taxa: ele detalha riscos fiscais, pressões inflacionárias e os desafios para a economia brasileira no curto e no longo prazo.
Para o BC, mesmo com a moderação parcial nas expectativas de inflação, as pressões de preços (especialmente em serviços) continuam elevadas. Esse cenário exige uma postura contracionista mais longa, o que significa juros altos por mais tempo. A decisão foi unânime entre os diretores e reforça a necessidade de cautela no atual ambiente de incerteza.
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Ata do Copom alerta sobre a política fiscal
Outro ponto de destaque da ata é o alerta sobre a política fiscal. O Copom destacou que gastos do governo e estímulos à demanda podem elevar a taxa neutra de juros e dificultar a desinflação. Além disso, a combinação de dúvidas sobre reformas, crédito direcionado e estabilização da dívida pública afeta a percepção de risco e, por consequência, o mercado de renda fixa e câmbio. O colegiado defendeu maior “harmonia” entre políticas monetária e fiscal para facilitar o controle dos preços.
O que a Selic em 15% indica para os investidores
Para os investidores, o recado é direto: o Banco Central não pretende afrouxar a política monetária tão cedo. Isso impacta expectativas para financiamento imobiliário, crédito ao consumo e até os rendimentos da renda fixa, que continuam atrativos com juros elevados. No cenário internacional, falas de Powell (Fed), Lula e Haddad também pesam no humor dos mercados.
A mensagem final do Copom reforça que o BC seguirá avaliando os dados econômicos para decidir os próximos passos, mas deixa claro que, sem ajuste fiscal consistente, o caminho da Selic pode permanecer restritivo por mais tempo do que os agentes esperavam.
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