Imagine ter à sua disposição ativos com rentabilidade prefixada, segurança e ganhos superiores ao mercado tradicional. Isso é possível por meio de uma modalidade relativamente nova no mundo dos investimentos: a renda fixa digital.

Mas do que se trata exatamente? Quais são suas vantagens e desvantagens? O que diferencia essa modalidade dos ativos tradicionais de renda fixa?

O artigo de hoje veio para esclarecer suas dúvidas e apresentar mais uma opção de investimento que pode diversificar sua carteira e potencializar seus ganhos.

Conheça agora, no Melhor Investimento, um pouco mais sobre a renda fixa digital!

O que é renda fixa digital?

A renda fixa digital é um investimento semelhante ao da renda fixa tradicional, onde o investidor adquire um título e, no futuro, recebe o valor investido acrescido de juros. No entanto, a principal diferença é que esses títulos são tokenizados, ou seja, registrados na blockchain, ao invés de serem oferecidos por uma securitizadora.

Vantagens da Renda Fixa Digital

Segundo a equipe do MB Tokens, unidade de negócios da Mercado Bitcoin (MB), empresa com 11 anos de atuação no mercado de criptoativos e que atua com renda fixa digital desde 2019, as principais vantagens desse tipo de investimento incluem:

  • Menos Custos: A tecnologia blockchain elimina intermediários, resultando em um processo mais eficiente e econômico. Além disso, a transparência e a segurança da blockchain contribuem positivamente para o investimento.
  • Ganhos Maiores: A redução de custos e a melhoria na eficiência potencializam os ganhos dos investidores.
  • Acessibilidade ao Middle Market: A tokenização permite que empresas acessem o mercado de capitais com mais facilidade, quebrando barreiras financeiras.
  • Acessível a Pequenos Investidores: Os tokens de renda fixa digital disponíveis a partir de R$ 100 diminuem a barreira de entrada, permitindo que pequenos investidores participem e diversifiquem seus investimentos.

Desvantagens da Renda Fixa Digital

Apesar das vantagens, a renda fixa digital também apresenta algumas desvantagens que os investidores precisam levar em consideração:

  • Riscos tecnológicos: A utilização da blockchain, embora segura, é suscetível a falhas tecnológicas e ataques cibernéticos.
  • Mudanças regulatórias: A regulamentação da renda fixa digital ainda está em desenvolvimento, o que pode trazer incertezas jurídicas e regulatórias.

Conceito de Tokenização

Vimos que a principal diferença da renda fixa digital para a tradicional são os ativos tokentizados. Mas o que é a tokentização?

Em síntese, a tokenização transforma um bem ou direito em uma representação digital, registrada e negociada na blockchain. Isso permite que elementos físicos, como obras de arte, no caso das NFTs, sejam registrados digitalmente com uma chave única, assegurando sua propriedade ou valor.

Por exemplo: Imagine enviar uma foto por e-mail ou aplicativo de mensagens: a foto é duplicada e enviada ao destinatário. Com a tokenização e a blockchain, ao transferir um bem digital, ele sai do seu controle e passa a pertencer ao destinatário, similar a entregar fisicamente uma obra de arte.

Tokens podem representar bens, direitos ou expectativas de direito, como imóveis, recebíveis, moedas, automóveis e títulos financeiros. A tokenização permite a divisão desses ativos em partes menores, facilitando negociações instantâneas, sem fronteiras e com custos reduzidos.

Regulamentação para renda fixa digital e tokenização de ativos

Em 2023, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do Ofício Circular 06/23 da Superintendência de Supervisão de Securitização (SSE), esclareceu que tokens de renda fixa, seguindo as normas de securitização, podem ser classificados como contratos de investimento coletivo (CIC),

Anteriormente, o Ofício Circular 04/2023 da mesma superintendência já havia apresentado argumentos de que esses tokens, ao seguirem o rito de securitização, poderiam ser considerados contratos de investimento coletivo (crowdfunding), dependendo do caso concreto, e assim estariam sujeitos ao regime de valores mobiliários.

Em resposta a diversas dúvidas do mercado sobre a aplicabilidade dessa conclusão para todas as operações de securitização desses ativos, foi expedido o Ofício Circular 06/23, que detalhou os critérios para diferenciar entre operações de securitização e tokenização de valores mobiliários. Esses critérios são:

  1. Oferta pública de um único direito creditório.
  2. O fluxo de caixa do direito creditório vai diretamente para os investidores.
  3. Ausência de mecanismos predeterminados para substituição, recompra ou revolvência do direito creditório cedido, bem como qualquer coobrigação pelo adimplemento do contrato de investimento coletivo ofertado.
  4. Ausência de prestadores de serviço previamente contratados.
  5. Em caso de inadimplência, cabe ao investidor adotar medidas de cobrança judiciais ou extrajudiciais, podendo contratar agentes de cobrança às suas expensas.

O Mercado Bitcoin, como empresa atuante no setor de criptoativos e um histórico de mais de 50 mil clientes, vê com bons olhos a aproximação dos órgãos reguladores com a economia digital e tokenizada. O MB defende a regulamentação do segmento cripto, exemplificada pela Lei nº 11.478/22 e pela segregação patrimonial. Para a empresa, a proximidade da CVM com a tokenização traz mais clareza e segurança ao mercado.

Conclusão

A principal diferença entre renda fixa digital e tradicional reside na estrutura e nos custos associados. Enquanto a renda fixa tradicional é oferecida por uma securitizadora, a digital é tokenizada e registrada na blockchain, reduzindo intermediários e custos. Essa inovação permite maiores retornos e acessibilidade a um público mais amplo.

Além disso, a regulamentação da CVM para este segmento trouxe mais segurança e clareza para os investidores, fortalecendo a confiança neste mercado.

Contudo, a renda fixa digital, com suas características inovadoras, segue se consolidando como uma alternativa atraente à renda fixa tradicional, proporcionando novas oportunidades de diversificação e otimização de carteiras de investimento.

Pedro Gomes

Jornalista desde 2021, com experiência em jornalismo esportivo, mercado imobiliário e EdTechs (startups de educação). Desde 2023, faz parte da equipe do Melhor Investimento, onde produz conteúdos focados no mercado financeiro. Suas áreas de interesse incluem renda fixa, bolsa de valores e mercado esportivo. Com o objetivo de simplificar temas complexos e tornar as informações acessíveis e relevantes, busca auxiliar os leitores na tomada de decisões estratégicas e na identificação de tendências e oportunidades de investimento.