Federal Reserve pode reduzir juros, impulsionando perspectivas de Biden
O Federal Reserve (Fed) está considerando reduzir as taxas de juros em um momento em que a temporada de campanha presidencial está em andamento, o que pode fornecer um impulso ao presidente norte-americano, Joe Biden, já que pesquisas mostram que os eleitores têm preocupações sobre sua gestão da economia. Essas decisões do Fed podem desempenhar […]

O Federal Reserve (Fed) está considerando reduzir as taxas de juros em um momento em que a temporada de campanha presidencial está em andamento, o que pode fornecer um impulso ao presidente norte-americano, Joe Biden, já que pesquisas mostram que os eleitores têm preocupações sobre sua gestão da economia.
Essas decisões do Fed podem desempenhar um papel significativo nas eleições, influenciando as opiniões sobre a inflação em alta e os crescentes custos de moradia, que têm sido um desafio para os esforços de reeleição de Biden.
Além disso, a possibilidade de cortes nas taxas de juros também pode gerar críticas, incluindo do ex-presidente Donald Trump, que pode argumentar que o Federal Reserve está influenciando a política para favorecer os democratas.
Efetivamente, Trump já expressou suas preocupações no mês passado, ao sugerir ao canal Fox Business que o presidente do Fed, Jerome Powell, poderia “fazer algo que provavelmente ajude os democratas … se baixar os juros”, disse.
De fato, essas mudanças nas taxas de juros são amplamente populares entre os eleitores, já que as mesmas passaram a ter grande notoriedade entre os consumidores cansados e irritados por suportar a inflação mais alta desde o governo Reagan.
Uma das principais pesquisadoras de Biden em sua campanha de 2020, Celinda Lake, declarou que “os cortes são extremamente populares entre as pessoas e isso realmente vai impulsionar a confiança na economia no momento em que as pessoas estão prestando mais atenção às eleições”, conta.
O desempenho de Biden e a economia americana
Através de repetidas pesquisas, os norte-americanos têm classificado a economia no topo ou perto do topo de suas questões mais relevantes para o ano eleitoral. Em reunião realizada na semana passada, as autoridades do banco central dos EUA demonstraram uma perspectiva bastante positiva para Biden.
Segundo as projeções das autoridades, ele terá uma economia em crescimento, baixo desemprego e inflação moderada, além de crédito mais baixo até a data da eleição, que ocorrerá no dia 5 de novembro.
No entanto, investidores estão prevendo cortes nas taxas de juros em duas das quatro reuniões do Fed até lá, em meados de junho e novamente em meados de setembro. Essas decisões poderiam ser destacadas por Biden como evidência de que o pior da inflação já passou e influenciar as percepções dos eleitores sobre a economia.
Apesar do Fed controlar apenas uma taxa de empréstimo overnight entre os bancos, as reduções nessa referência – mantida entre 5,25% e 5,50% desde julho passado – têm impacto direto em taxas de hipoteca mais baixas, empréstimos de carro mais baratos e termos de financiamento melhores para pequenas empresas.
O ponto principal é se a previsão – cerca de meio ponto percentual de reduções antes de os eleitores irem às urnas – será o bastante para mudar o cenário.
Para Lindsay Owens, diretora da Groundwork Collaborative, um think tank progressista de Washington, existem dúvidas sobre a eficácia desses cortes, dada a taxa de desemprego baixa, o crescimento econômico forte e a persistência da inflação como uma preocupação. Ela acredita que com essa situação, o Fed reduzirá os juros muito lentamente para ajudar Biden politicamente.
“Estamos em um ambiente de taxas de juros em máximas de 23 anos e conseguir mais um ou dois cortes de 25 pontos-base antes de novembro não seria suficiente para mudar o fato de que as taxas de hipoteca serão altas”, explica Owens.
De acordo com as pesquisas, é indicado consistentemente que os norte-americanos têm avaliações negativas sobre a maneira como Biden está lidando com a economia, especialmente devido ao aumento dos custos de mantimentos, gasolina e outras necessidades básicas.
Apesar dos esforços de Biden no último ano para destacar uma economia forte, houve pouco impacto em mudar essas percepções negativas.