PGBL ou VGBL: como escolher o plano de previdência privada?
Caso você almeje se aposentar mais cedo em vez de aguardar o prazo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), precisa decidir entre PGBL ou VGBL.
Já ouviu falar nessas siglas? Elas fazem parte dos planos de previdência privada, destinados a quem quer ter maior tranquilidade financeira, como uma aposentadoria de qualidade.
Isso porque a aposentadoria tem teto de R$ 7.087,22, segundo regras de 2022. Logo, se você ganha acima desse valor, pode ter uma remuneração menor ao se aposentar. E ainda assim, existem várias normas em torno da previdência social que tornam a quantia citada pouco acessível.
Então, você acha que uma aposentadoria social é insuficiente para o seu futuro? Uma boa opção é complementar com a previdência privada. Continue a leitura e entenda do que se trata, importância, o que é PGBL e VGBL e muito mais!
O que é a previdência privada?
Trata-se de uma reserva financeira efetuada no presente pensada no futuro, normalmente de longo prazo. Ela é contratada por vontade própria, ao contrário da social, oferecida pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), que automaticamente descontado um valor na renda.
Isto é, profissionais que trabalham com carteira assinada, microempreendedores individuais (MEI), autônomos, Simples Nacional e demais empresas têm parte da renda destinada à previdência social.
Alguns negócios têm características tributárias que os obrigam a contribuir para o INSS, outros fazem isso para receber aposentadoria e mais benefícios.
Independentemente de qual seja a motivação de apoiar esse Instituto, você já entendeu que a renda oferecida por ele pode ser insuficiente.
Diante disso, a previdência privada ajuda a complementar a renda. Assim, você escolhe o quanto aplicar, quando será o resgate (recebimento do investido), tempo de contribuição e outras questões.
Essas informações são baseadas nas suas condições financeiras atuais e no padrão de vida que deseja ter futuramente. Parece difícil responder isso? Calma! É possível realizar uma simulação com base em diversos fatores, como:
- objetivo da previdência privada, que pode ser aposentadoria, investir no futuro dos filhos, planejamento sucessório e incentivo fiscal (saiba mais adiante);
- idade que você cogita começar a receber a remuneração;
- se deseja fazer uma contribuição inicial para já elevar o investimento ou começar do zero;
- se prefere receber o total acumulado mensalmente ou tudo de uma vez.
Como funciona a previdência privada?
Esse tipo de contribuição retorna com juros proporcionais ao que você investiu e conforme as estratégias de investimento escolhidas. Existe um valor mínimo para aplicar, que, em geral, fica a partir de R$ 100.
Contudo, quanto maior o investimento e o tempo de contribuição, maior tende a ser o retorno obtido. No entanto, a rentabilidade também pode depender das oscilações do mercado financeiro.
Se ao longo do percurso você quiser resgatar o valor antes do vencimento, também é possível. Porém, costuma haver consequências, como perda da rentabilidade.
Por que ter uma previdência privada?
Como visto, a previdência social pode ser insuficiente para a maioria das pessoas, devido a drástica redução da renda e o teto estabelecido. Logo, investir na previdência privada é uma alternativa em que o seu ‘’eu’’ do futuro pode agradecer a decisão.
Até porque, a expectativa de vida do brasileiro cresceu, segundo o IBGE. Logo, sobra mais tempo para aproveitar o tempo e o merecido descanso da aposentadoria.
Além disso, a previdência privada é uma alternativa para proteger o dinheiro e multiplicar o patrimônio, ao aplicá-lo regularmente. Assim, fica mais fácil realizar projetos de vida para si e para a família, mesmo que esses objetivos sejam de médio e curto prazo.
O que é PGBL e VGBL?
As siglas correspondem ao Plano Gerador de Benefício Livre e a Vida Gerador de Benefício Livre, tipos de planos da previdência privada. Eles funcionam similarmente, mas têm características diferentes. A seguir, saiba mais sobre cada um!
PGBL
Tributações
As tributações envolvem o pagamento de taxas na renda, patrimônio ou consumo, como o Imposto de Renda (IR). Assim, quem escolher o plano PGBL pode descontar o investimento da previdência privada no IR.
Isso porque o PGBL reduz até 12% da renda tributável — relativa ao que passa pela cobrança de impostos, como o salário. Logo, na hora do resgate da previdência, o IR cai sobre o total da aplicação: o investido e o retorno financeiro.
Ou seja, se você tem R$ 300 mil de rendimento tributável no ano, até 12% pode ser aplicado em um plano PGBL. Isto é:
R$ 300 mil – dedução de até 12% da renda tributável = R$36 mil possíveis de serem aplicados no PGBL.
Logo, em vez da taxação do IR ocorrer sobre os R$ 300 mil, ela fica em:
R$ 300 mil – R$ 36 mil = R$ 264 mil
Isso representa ganho fiscal pelo valor que deixa de ser pago ao Governo. Contudo, existem algumas regras para conseguir redução fiscal com o PGBL, como:
- contribuir para o INSS ou outra previdência social;
- entregar a declaração do IR no modelo completo, voltado para quem tem mais despesas dedutíveis, excedendo o limite de R$ 16.754,34 no ano.
Quer dizer, existem despesas dedutíveis, como gastos médicos para si e para os dependentes. Então, é como se investimentos em PGBL fornecessem um recibo médico, comprovando para a Receita Federal que o valor investido pode ser abatido.
Acumulação
A acumulação é a fase da previdência privada em que o foco é acumular capital para elevar a rentabilidade. Isso funciona ao diversificar aportes financeiros em investimentos de renda fixa e/ou renda variável.
No primeiro caso, existem regras pré-definidas de remuneração antes do investimento. No segundo, a bonificação varia conforme as oscilações do mercado financeiro, podendo favorecer ou não o investimento.
Resgate
É o momento de aproveitar o valor acumulado na previdência privada. Você pode fazer isso com um único saque ou por meio de pagamentos mensais, parcelando a remuneração.
Taxas
Existem duas taxas principais para manter o PGBL: a de administração e a de carregamento. A primeira é paga anualmente à instituição financeira e aos gestores que aplicam o seu dinheiro, com valor em torno de 2%.
Por exemplo, imagine que a soma do seu investimento com a remuneração é de R$ 10 mil. Se a taxa de administração for de 2%, o valor pago de administração é de R$ 200.
Enquanto isso, a taxa de carregamento envolve a cobrança por cada aporte financeiro feito. Logo, se você aplica R$ 2.000 mensalmente e a taxa tem valor de 5%, deve pagar R$ 100 de carregamento. De todo modo, a cobrança dessa taxa é rara.
VGBL
Tributações
A cobrança de impostos em torno do VGBL é apenas nos rendimentos da aplicação, não no total dela. Então, se em um ano você investiu R$ 10 mil, que rendeu mais R$ 1 mil, o IR irá focar apenas neste último valor.
Por outro lado, o VGBL não oferece dedução do Imposto de Renda. Assim, esse plano de previdência privada é mais indicado para quem paga IR no modelo simplificado ou é isento do pagamento. É o caso de quem tem poucos gastos tributários e apenas uma fonte de renda.
Acumulação
O sistema é o mesmo do PGBL: o investidor faz aportes periódicos ou de uma única vez para juntar uma quantia. Esta tende a crescer com os aportes e os juros ao longo do tempo, podendo ser renda fixa e/ou variável, conforme a estratégia adotada.
Resgate
Chegou o momento tão esperado do resgate: você pode sacar o valor das aplicações no VGBL e usufruir do que a sua disciplina financeira conquistou.
Taxas
As principais taxas do VGBL são as mesmas do PGBL, como administração e carregamento.
Tabela de tributação: regressiva ou progressiva?
Esta tabela consiste na maneira como o plano de previdência será taxado pelo Governo na hora do resgate. A seguir, saiba mais sobre cada uma!
Regressiva
Como o próprio nome sugere, o valor da porcentagem de taxação diminui com o tempo. Ou seja, quanto maior o período de investimento, menor será o valor cobrado em tributos.
A cobrança inicia em 35% e permanece assim por até 2 anos, regredindo 5% bienalmente. Confira a tabela para entender melhor:
Tempo de aplicação | Alíquota de IR
- Até 2 anos — 35%
- 2 a 4 anos — 30%
- 4 a 6 anos — 25%
- 6 a 8 anos — 20%
- Acima de 10 anos — 10%
Logo, a tabela regressiva pode ser mais atrativa para quem planeja manter a aplicação financeira a longo prazo, acima de 10 anos.
Progressiva
O valor da porcentagem de taxação aumenta conforme a elevação da renda. Então, se o seu rendimento mensal for acima de R$ 4.664,68, os tributos cobrados no investimento serão maiores do que quem recebe menos. Para maior compreensão, acompanhe:
Renda mensal | Alíquota de IR
- Até R$ 1.903,98 — Isento
- De R$ 1.903,98 até R$ 2.826,65 — 7,5%
- De R$ 2.826,66 até R$ 3.751,05 — 15%
- De R$ 3.751,06 até R$ 4.664,68 — 22,5%
- Acima de R$ 4.664,68 — 27,5%
Portanto, se o seu rendimento for alto, é possível que a tabela regressiva seja a mais atrativa para você.
Quais são as diferenças entre PGBL e VGBL?
A principal diferença entre PGBL e VGBL é na tributação: o primeiro oferece desconto no IR no total da aplicação, o investido e o retorno. Enquanto isso, o VGBL não abate o valor do IR e a tributação considera apenas os rendimentos resultantes do investimento.
Quais são as vantagens e os riscos de cada plano?
O PGBL é vantajoso por oferecer descontos no pagamento do Imposto de Renda. Isso significa maior economia e possibilidade de colocar o dinheiro que seria pago à Receita Federal para render mais.
Apesar do VGBL não abater o valor do IR, a tributação só é cobrada sobre os rendimentos do investimento, o que também traz menos custos. Porém, pode ser arriscado investir tanto no VGBL quanto no PGBL.
Afinal, não existe garantia de alto rendimento, principalmente quando majoritariamente exposto à renda fixa.
Isso porque, para ter mais chances de rentabilidade, é preciso expor o plano a mais ativos de renda variável, o que nem sempre é indicado.
Qual plano escolher: PGBL ou VGBL?
A escolha do melhor plano depende do perfil de cada investidor. Por exemplo, quem entrega a declaração do IR completa pode ser contemplado com os benefícios fiscais da PGBL. Entretanto, quem é isento do IR ou usa o modelo simplificado costuma se adequar mais com o VGBL.
Além disso, também é preciso escolher a forma de tributação do plano na hora do resgate. Assim, a progressiva tende a ser mais vantajosa quando o seu rendimento é acima de R$ 4.664,68. Contudo, se o tempo que você cogita investir for superior a 10 anos, a regressiva pode ser mais viável.
Negligenciar a escolha de um plano alinhado com as suas necessidades pode causar prejuízos, como pagar mais impostos que o necessário. Por exemplo, as consequências são similares a escolher um seguro de vida que cubra acidentes de moto, quando você não usa esse veículo, entende?
Pode fazer a migração de plano?
Não é possível migrar de PGBL para VGBL e vice-versa, somente poderá alterar o fundo de investimento ou corretora. As características do plano de previdência privada atual não poderão ser modificadas.
Além disso, a tabela de tributação regressiva e progressiva, também não poderá alterar de regressiva para progressiva e vice-versa. Mas caso você deseje, realizar a migração de fundo de investimento não terá prejuízo, embora seja indispensável analisar se a mudança faz sentido com o seu perfil de investidor.
Então, tirou as suas principais dúvidas sobre a escolha entre PGBL ou VGBL? Como visto, ambos são vantajosos e podem trazer maior tranquilidade financeira para você e a sua família no futuro, desde que bem escolhido.
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