Empresas de saneamento na bolsa para investir em 2025

O setor de saneamento básico no Brasil tem despertado um interesse crescente entre os investidores, embora ainda receba menos atenção do que segmentos tradicionais, como o setor financeiro e as tidas ações de energia. 

A recuperação dos volumes e da inadimplência após o impacto da pandemia de Covid-19 reforçou a resiliência desse mercado, evidenciando seu caráter estratégico para o desenvolvimento do país. 

Para 2025, analistas apontam que o setor continuará em evidência, especialmente com a recente privatização da Sabesp, que pode atrair ainda mais capital e impulsionar novas oportunidades de investimento.

Principais empresas de saneamento para investir

Como bem se sabe, o setor de saneamento básico desempenha um papel chave no desenvolvimento econômico e na qualidade de vida da população. No Brasil, algumas das maiores companhias do segmento se destacam como opções de investimento, uma vez que essas gigantes já possuem seu capital aberto na bolsa de valores brasileira (B3). 

Em síntese, se encaixam nesse escopo empresas de saneamento, como a Sabesp (SBSP3), a Copasa (CSMG3) e a Sanepar (SAPR11). Essas empresas possuem forte presença no mercado, combinando estabilidade e potencial de crescimento.

A Sabesp (SBSP3) é a maior empresa de saneamento do país, responsável pelo abastecimento de água e coleta de esgoto no estado de São Paulo. A Copasa (CSMG3), que opera em Minas Gerais, também figura entre as principais do setor, atendendo milhões de clientes com serviços de saneamento e gestão hídrica. 

A Sanepar (SAPR11), a menor entre as três, é controlada pelo governo do Paraná, mas conta com participação privada. Com forte presença regional e operação consolidada, a companhia se destaca como uma opção atrativa para investidores que buscam estabilidade no setor de saneamento.

Além dessas grandes companhias, algumas empresas de menor porte, como a Orizon (ORVR3) e a OceanPact (OPCT3), também podem ser opções de investimento, dependendo do perfil e dos objetivos de cada investidor. No entanto, neste artigo, o foco está nas principais ações de saneamento, destacando os papeis das maiores empresas do segmento listadas na bolsa.

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Sabesp (SBSP3)

Fundada em 1973, a Sabesp nasceu da fusão de diversos órgãos estaduais, entre eles COMASP, SANESP, SAEC, FESB, SBS e SANEVALE, visando centralizar e ampliar os serviços de saneamento básico em São Paulo. Desde então, a companhia se consolidou como a maior empresa do setor no Brasil, sendo responsável pelo abastecimento de água e pelo tratamento de esgoto de milhões de pessoas no estado. 

Com atuação em 375 municípios paulistas, a companhia atende mais de 28 milhões de pessoas com água e cerca de 25,5 milhões com coleta de esgoto. Líder em investimentos no setor, a Sabesp pretende destinar R$ 47,4 bilhões até 2028 para ampliar a segurança hídrica e melhorar o tratamento de esgotos, conforme dados da própria companhia. 

A privatização da empresa foi concretizada em julho de 2024, com a venda de 32% das ações por R$ 14,7 bilhões. Essa operação reduziu a participação do governo estadual de 50,3% para 18,3%. A Equatorial Participações e Investimentos se destacou no leilão, adquirindo 15% Dos 32% das ações vendidas pelo estado, por R$ 6,9 bilhões. 

Vale destacar que a Sabesp possui dupla listagem, na B3 (SBSP3) e na Nasdaq (ADR – SBS) desde 2002, ampliando seu alcance para investidores globais. Além disso, a companhia foi pioneira no setor ao aderir ao Novo Mercado, segmento que reúne empresas com os mais altos padrões de governança corporativa.

Copasa (CSMG3)

Também entre as maiores empresas do setor nacional de saneamento, está a Copasa – Companhia de Saneamento de Minas Gerais. A companhia está presente na bolsa de valores desde 2006, quando realizou sua Oferta Pública Inicial (IPO). Suas ações são negociadas na B3 sob o código CSMG3, sendo listada diretamente no Novo Mercado.

Com sede em Belo Horizonte e mais de 60 anos de atuação, a Copasa (CSMG3) se destaca pela solidez e desempenho financeiro consistente. No segundo trimestre de 2024, por exemplo, a companhia registrou um lucro líquido de R$ 325 milhões, um crescimento de 30,4% em relação ao mesmo período de 2023. 

Além do crescimento nos resultados, a Copasa também se consolida como uma empresa atrativa para investidores que buscam renda passiva, graças à sua política de distribuição de proventos. Entre 2006 e 2024, a companhia pagou dividendos todos os anos, mantendo um histórico de remuneração ao acionista.  Para o exercício de 2024, o conselho de administração definiu que a distribuição de dividendos corresponderá a 50% do lucro líquido. 

No momento, a empresa encontra-se em um cenário de possível privatização. Em novembro de 2024, projetos de lei foram apresentados à Assembleia Legislativa de Minas Gerais visando à privatização tanto da Cemig quanto da Copasa. Atualmente, o governo mineiro detém a maioria das ações da companhia de saneamento, com 50,03% do capital social. O restante das ações está distribuído entre acionistas minoritários nacionais (21,05%) e estrangeiros (28,64%).

Sanepar (SAPR4; SAPR11)

A Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi fundada em 1963, por meio da Lei nº 4.684, com a missão de expandir e aprimorar os serviços de saneamento no estado. Ao completar 60 anos de atuação, a empresa, que opera como sociedade de economia mista e capital aberto, recebeu o reconhecimento de melhor companhia de saneamento do Brasil, segundo o ranking Valor 1000 (2023). 

Atualmente, a Sanepar é controlada pelo Estado do Paraná e tem sua sede em Curitiba. A empresa é responsável pelos serviços de saneamento básico em 344 cidades paranaenses, além de Porto União, em Santa Catarina, totalizando 345 municípios atendidos. Com mais de 11 milhões de clientes, a companhia se destaca por sua cobertura de esgoto, que atinge aproximadamente 80%, índice superior à média nacional.

Em termos de investimento, a Sanepar aprovou um Programa no valor de R$ 11,8 bilhões para o período de 2025 a 2029. Desse montante, R$ 6,63 bilhões serão destinados à expansão e melhoria da rede de esgoto, enquanto R$ 4,53 bilhões serão aplicados no fornecimento de água, conforme aponta o documento que reforçou o compromisso da empresa com a modernização e ampliação dos serviços de saneamento no estado.

A companhia fez sua estreia na bolsa em 2000 e, desde então, é listada no Nível 2 de Governança Corporativa da B3, com a oferta de ações ordinárias (SAPR3), preferenciais (SAPR4) e units (SAPR11).

Maiores empresas de saneamento do Brasil

Sabesp, Aegea Saneamento e Copasa MG se destacam como as três maiores empresas do setor de água, saneamento e serviços ambientais, de acordo com o prestigiado ranking Valor 1000. No total, 27 empresas do setor figuram na lista da renomada publicação,

Do total de empresas do setor presentes no ranking, 21 registraram avanço em suas posições, com destaque para a Cagepa, que teve uma ascensão impressionante de 142 colocações. A companhia, que alcançou uma receita de R$ 1,3 bilhão, também se destacou ao apresentar o terceiro maior crescimento em faturamento. Além disso, o ranking geral trouxe duas novas empresas ao setor: o Grupo Orizon e a Sanesul, que estrearam ocupando as últimas posições da lista.

Entre as dez maiores empresas do setor, apenas a Sabesp, de São Paulo, figura entre as 100 maiores do ranking geral. Já Aegea, Copasa e Sanepar se destacam dentro do top 200

10 maiores do setor de saneamento

Nota! Importante destacar que este artigo tem caráter exclusivamente informativo, trazendo um panorama sobre os principais destaques do setor. Portanto, não compete a uma orientação personalizada, não recomendando tampouco desaconselhando o investimento em qualquer um dos ativos supracitados.

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Perspectivas para as ações de saneamento em 2025

O setor de saneamento deve passar por um ano movimentado em 2025, impulsionado por um cronograma robusto de leilões e investimentos expressivos. Projeções da XP indicam que ao menos 23 novas concessões devem ser realizadas ao longo do ano, com aportes superiores a R$ 70 bilhões.

No setor de saneamento, a XP projeta um 2025 movimentado, com a realização de 23 leilões e investimentos estimados em mais de R$ 70 bilhões. A corretora também destaca a atenção do mercado para a Sabesp pós-privatização:

“Esperamos que o mercado continue focando na recém-privatizada Sabesp e antecipamos que os ganhos de eficiência operacional se tornem mais pronunciados ao longo do ano”, Vladimir Pinto e Bruno Vidal, “Onde Investir em 2025”. 

O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) também traça uma visão otimista para o setor, destacando que novas concessões e licitações devem continuar avançando, mesmo diante de um cenário de juros elevados. Além disso, segundo os especialistas, o segmento tem demonstrado resiliência, com a recuperação da demanda e a redução da inadimplência após o período mais crítico da pandemia. 

Outro ponto de destaque para a equipe do BB-BI será a possível evolução das discussões sobre a privatização da Copasa na Assembleia Legislativa de Minas Gerais. A empresa segue como uma das principais estatais do setor, e sua eventual migração para o controle privado pode atrair forte interesse de investidores.

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