Defesa de Bolsonaro não apresenta novo recurso no STF e mantém condenação de 27 anos

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro deixou passar o prazo para apresentar novos recursos no Supremo Tribunal Federal, mantendo válida sua condenação a 27 anos e 3 meses de prisão por tentativa de golpe de Estado.

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25 de nov, 2025 às 14:30
Ilustração digital em estilo caricatura mostrando Jair Bolsonaro em primeiro plano, com expressão de espanto, sendo segurado pelos ombros por diversas mãos enluvadas. Foto: Gerada por IA

A defesa de Bolsonaro não apresenta novo recurso no STF, e a ausência de manifestação dentro do prazo estabelecido mantém válida a condenação de 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado. O caso ganhou ainda mais relevância após a detenção do ex-presidente no sábado (22), ampliando o impacto político e jurídico da decisão. Neste cenário, cresce a expectativa sobre os próximos passos da defesa e sobre os desdobramentos institucionais da condenação por tentativa de golpe de Estado.

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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro deixou expirar, às 23h59 da última segunda-feira (24), o prazo para apresentar novos embargos de declaração ao Supremo Tribunal Federal (STF). O recurso seria a última oportunidade para a equipe jurídica contestar aspectos específicos da sentença que o condenou por tentativa de golpe de Estado. Sem a medida, a decisão permanece intacta e segue para execução, consolidando um dos capítulos mais graves e emblemáticos da história política recente do Brasil.

De acordo com a jurisprudência do STF, embargos sucessivos são considerados “meramente protelatórios”. Na prática, isso significa que, mesmo quando apresentados, não costumam alterar o conteúdo da decisão, servindo apenas para ganhar tempo antes do cumprimento efetivo da pena. Dessa vez, porém, nem mesmo essa estratégia foi adotada pela defesa, deixando claro que já não há espaço jurídico para atrasos significativos na execução da sentença.

Consequências da ausência do recurso

A falta de novos embargos acelera o processo de efetivação da condenação. Com a decisão transitando sem contestação imediata, o STF pode seguir para a etapa de formalização da pena, reforçando seu entendimento de que o ex-presidente atuou diretamente para tentar subverter o resultado eleitoral e estimular atos antidemocráticos.

A detenção de Bolsonaro e o contexto da condenação

Bolsonaro foi preso no sábado (22), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, depois que a Polícia Federal identificou que ele adulterou a tornozeleira eletrônica utilizando um ferro de solda. A ação é considerada violação grave das medidas impostas durante o processo. Além disso, a convocação de uma vigília em frente à residência de Bolsonaro, feita por seu filho, Flávio Bolsonaro, foi interpretada pela Justiça como um movimento capaz de gerar instabilidade e ameaçar a ordem pública.

A prisão, portanto, ocorreu em um contexto de crescente tensão política, agravado por atitudes que, segundo o Supremo, indicam tentativa de obstrução da fiscalização e risco de mobilização social indevida.

Condenação por tentativa de golpe de Estado

A sentença que condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão em regime fechado decorre da investigação sobre sua participação na tentativa de golpe de Estado. O STF concluiu que o ex-presidente articulou narrativas infundadas sobre fraude eleitoral e incentivou movimentos que buscavam impedir a posse do presidente eleito.

O processo analisou discursos, reuniões, mensagens internas e ações tomadas após o segundo turno das eleições. O tribunal entendeu que Bolsonaro não apenas alimentou suspeitas infundadas sobre o sistema eleitoral, mas também tentou mobilizar setores militares e civis para aderirem a um plano golpista.

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