Eleições 2026: quem são os potenciais pré-candidatos a Presidência da República?
Com as eleições de 2026 no horizonte, possíveis candidaturas e alianças já movimentam os bastidores da política nacional.

Com a proximidade das eleições de 2026, os primeiros movimentos no tabuleiro político já começam a ganhar forma. Figuras conhecidas e novas lideranças se articulam nos bastidores, ensaiando possíveis candidaturas à Presidência da República.
Embora o pleito ainda esteja distante, os debates sobre nomes, alianças e estratégias eleitorais já ocupam espaço no cenário nacional.
Possíveis candidatos para a presidência nas eleições 2026

Ronaldo Caiado (União Brasil)
Ronaldo Caiado foi um dos primeiros a declarar oficialmente sua pré-candidatura à Presidência para as eleições 2026, posicionando-se como uma das alternativas da direita no cenário eleitoral. Em maio, o atual governador de Goiás tornou públicos seus planos, mesmo enfrentando resistências internas dentro do próprio partido.
Com trajetória marcada por diferentes mandatos na Câmara dos Deputados, Caiado busca ocupar espaço enquanto o ex-presidente Jair Bolsonaro — principal liderança da direita — permanece inelegível e sem definição clara sobre seu papel nas próximas eleições.
Ratinho Junior (PSD)
Se Caiado foi o primeiro a declarar abertamente suas intenções para 2026, Ratinho Junior saiu na frente na prática. Antes mesmo do anúncio do governador goiano, o paranaense já percorria o país concedendo entrevistas a diversos veículos para tratar do próximo pleito.
Também posicionado como oposição ao governo atual, o atual governador do Paraná já tornou públicas suas pretensões eleitorais. “Eu represento uma nova safra da política do Brasil. Temos a obrigação de colaborar e trazer um novo olhar, um novo pensamento, uma nova forma de encarar a gestão pública”, afirmou.
Luiz Inácio Lula da Silva (PT)
Lula desponta como um dos nomes mais fortes para as eleições de 2026. Figura amplamente conhecida dos brasileiros, o atual presidente já comandou o país em três mandatos — contando o atual — e é apontado como o principal representante da esquerda. Dada sua trajetória e influência política, é pouco provável que fique de fora da próxima disputa presidencial.
Embora ainda não tenha oficializado sua pré-candidatura, o presidente já deu sinais claros de que pretende concorrer novamente. “Eles não sabem o que eu estou pensando. Então, se preparem, porque, se tudo estiver como eu estou pensando, este país vai ter, pela primeira vez, um presidente eleito quatro vezes”, afirmou, sem entrar em detalhes.
Tarcísio de Freitas (Republicanos)
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é hoje um dos nomes da direita mais bem posicionados nas pesquisas de intenção de voto para enfrentar Lula em 2026. Ainda assim, sinaliza uma postura mais cautelosa em comparação a Ratinho Junior e Caiado, apesar de já ter demonstrado disposição para concorrer.
Essa cautela estaria ligada à indefinição em torno de Bolsonaro, que ainda alimenta expectativas de reverter sua inelegibilidade, imposta pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) até 2030. Sem o apoio direto do ex-presidente, Tarcísio afirma, por ora, que pretende disputar a reeleição ao governo paulista.
Romeu Zema (Novo)
Mais um dos nomes cogitados pela oposição é o de Romeu Zema, atual governador de Minas Gerais. Embora ainda não tenha se posicionado oficialmente sobre 2026, Zema é visto como um possível candidato por governar o segundo maior colégio eleitoral do país — atrás apenas de São Paulo.
Segundo divulgado, seu partido iniciou a elaboração de um plano de governo para as eleições 2026. Coordenado pelo Instituto Libertas, ligado ao Novo, o projeto prevê a publicação de propostas ao longo de 2025 para diversas áreas, como economia, educação, saúde, segurança e políticas sociais.
Michele Bolsonaro (PL)
Apontada como uma alternativa para a sucessão de Jair Bolsonaro em 2026, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro ganha força dentro do Partido Liberal (PL). Sua viabilidade como candidata cresce diante da inelegibilidade do ex-presidente e da possível reeleição de Tarcísio de Freitas (Republicanos) ao governo de São Paulo.
Embora outros nomes da direita sejam cogitados, aliados próximos avaliam que o ideal é manter a ligação direta com Bolsonaro. Nesse contexto, Michelle vem se destacando politicamente, especialmente por sua atuação à frente do PL Mulher.
Ciro Gomes (PDT)
Nas últimas eleições, o ex-governador Ciro Gomes (PDT) se apresentou como uma alternativa à chamada terceira via. Ainda há uma busca por um nome competitivo e coeso nesse campo, e Ciro já sinalizou, em 2025, que pode reavaliar a decisão tomada em 2022 de não disputar mais cargos eletivos.
Em relação ao posicionamento do partido, o PDT ainda não definiu seu papel nas eleições 2026. Integrante da Esplanada dos Ministérios, o partido de centro-esquerda deve tomar uma decisão apenas no início do próximo ano.
Eduardo Leite (PSD)
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, já confirmou sua pré-candidatura à Presidência da República pelo PSD. Filiado ao partido desde junho de 2025, Leite afirmou que disputar o Planalto “é uma aspiração legítima de quem foi prefeito, governador e deseja contribuir com o Brasil”.
Após 24 anos de trajetória no PSDB, Leite migrou para o PSD com o objetivo claro de fortalecer seu projeto nacional. Durante o ato de filiação, destacou sua intenção de colaborar com uma candidatura presidencial pela nova sigla.
Jair Bolsonaro (Inelegível)
Ao que tudo indica, Jair Bolsonaro não pretende se afastar totalmente do cenário eleitoral de 2026. Apesar de ter sido declarado inelegível até 2030, por 5 votos a 2 no TSE, o ex-presidente afirmou que seguirá lutando: “Vou até o último segundo!”, disse em entrevista ao UOL.
Questionado sobre seu futuro político, Bolsonaro demonstrou otimismo. “Tenho esperanças de reverter tudo isso”, declarou, referindo-se à inelegibilidade e à ação penal que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF).
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Lula empata com Michele e outros nomes da direita
O presidente Lula passou a empatar tecnicamente com Michelle Bolsonaro (PL) em um possível segundo turno da eleição presidencial de 2026. É o que mostra a pesquisa mais recente realizada pela Quaest, que revela um cenário mais equilibrado entre os principais nomes da corrida eleitoral.
Conforme o levantamento, Lula aparece com 43% das intenções de voto, enquanto a ex-primeira-dama soma 39%. A diferença entre os dois está dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais, o que configura empate técnico. O levantamento ainda indica que 4% estão indecisos e 14% votariam em branco, nulo ou não compareceriam às urnas.
Sobre a potencial candidatura da esposa, Jair Bolsonaro, em entrevista à CNN, chegou a declarar que, caso Michelle se eleja, pretende assumir um papel central em um eventual governo. “A ideia é botar ela como presidente e eu na Casa Civil. Daí eu fico atrás ajudando ela em tudo. Quem manda sou eu”, afirmou.
Além de Michelle, Lula também empata em um eventual segundo turno com Tarcísio de Freitas (Republicanos), Ratinho Jr. (PSD) e Eduardo Leite (PSD). A pesquisa foi realizada presencialmente entre os dias 29 de maio e 1º de junho de 2025 e ouviu 2.004 eleitores. O nível de confiança é de 95%.
Níveis de rejeição elevados para as eleições 2026
A nova pesquisa da Quaest mostra que Lula (PT) e Jair Bolsonaro (PL) continuam sendo os nomes mais rejeitados entre os possíveis candidatos à nas eleições de 2026. O atual presidente aparece com 57% de rejeição, enquanto o ex-presidente registra 55%. Ambos empatam tecnicamente dentro da margem de erro, repetindo os índices observados no levantamento anterior, realizado em abril.
Outro nome com forte rejeição é o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que soma 56%, número alinhado ao patamar do pai e de Lula.
Na outra ponta, os governadores Romeu Zema (Novo), de Minas Gerais, e Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, registram os menores níveis de rejeição: 22% e 25%, respectivamente. Apesar dos índices mais baixos, ambos ainda são pouco conhecidos do eleitorado nacional, o que pode influenciar na percepção dos entrevistados.
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Afinal, sem Bolsonaro, quem será o nome da direita?
O levantamento também investigou quem deveria representar a direita na disputa presidencial de 2026, caso Jair Bolsonaro não concorra.
Nesse cenário, Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Michelle Bolsonaro (PL) aparecem tecnicamente empatados, considerando a margem de erro. Já o governador do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), tem desempenho semelhante ao de Pablo Marçal (PRTB), mas ainda está atrás de Tarcísio e Michelle, fora da faixa de empate com os dois.
Nome | Junho/2025 | Abril/2025 |
Tarcísio de Freitas (Republicanos) | 17% | 15% |
Michelle Bolsonaro (PL) | 16% | 14% |
Ratinho Júnior (PSD) | 11% | 9% |
Pablo Marçal (PRTB) | 7% | 11% |
Ronaldo Caiado (União Brasil) | 5% | 4% |
Eduardo Bolsonaro (PL) | 4% | 4% |
Eduardo Leite (PSDB) | 4% | 3% |
Romeu Zema (Novo) | 3% | 4% |
Outros | 2% | 1% |
Nenhum desses | 16% | 19% |
Não sabem / Não responderam | 15% | 16% |
Mudanças na legislação e impacto nas pesquisas
O novo Código Eleitoral, que pode ser votado ainda nesta semana na Comissão de Constituição e Justiça do Senado, propõe mudanças significativas na divulgação de pesquisas. Caso aprovado, os institutos serão obrigados a apresentar os dados das últimas três pesquisas estimuladas feitas para aquele cargo na eleição anterior, além do resultado real das urnas.
Na prática, isso significa que futuras pesquisas para presidente da República em 2026 precisarão vir acompanhadas de uma comparação com os dados da eleição de 2022. O objetivo da proposta, segundo o relator Marcelo Castro (MDB-PI), é dar mais transparência ao eleitor.
A medida, no entanto, gera preocupação entre os institutos, que alegam riscos de interpretações distorcidas dos dados.
Para especialistas, como a advogada Natallia Lima, da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas (Abep), é incorreto comparar pesquisas de intenção de voto com o resultado das urnas. Segundo ela, os levantamentos refletem o cenário do momento em que são feitos, não sendo uma previsão exata do que acontecerá no dia da eleição.
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