Boca Rosa Company pode abrir IPO em 2026
Boca Rosa Company mira IPO em 2026 após investir R$ 30 milhões e acelerar expansão no mercado de beleza
Imagem: Divulgação/Bianca Andrade
A Boca Rosa Company, empresa de beleza comandada por Bianca Andrade, estuda abrir capital na bolsa já em 2026, segundo apuração baseada em declarações recentes da própria fundadora.
A marca, que vive um dos ciclos de maior expansão desde que se tornou independente em 2024, projeta faturamento de até R$ 400 milhões em 2026 e quer atrair investidores para acelerar inovação, tecnologia e presença nacional.
A movimentação sinaliza uma possível entrada de mais uma influenciadora no mercado de IPOs, em meio a um setor que segue aquecido no Brasil.
Visão geral da marca Boca Rosa
A Boca Rosa Company é uma das marcas mais influentes do mercado de beleza no país, apostando em inovação, diversidade e forte presença comunitária.
Após o fim da parceria com a Payot, em 2023, a empresa ganhou autonomia total e entrou em uma nova fase de reposicionamento: linha 100% vegana, mais de 100 produtos lançados em um ano, foco em pele com 50 tons de base, expansão de categorias e aposta em formatos modernos, como produtos em stick.
“Sempre quis ter marca independente. A parceria anterior foi importante para aprender a indústria, mas eu queria ser dona do meu próprio negócio”, disse Bianca em entrevista.
Com DNA digital, mas atuação fortemente voltada para o varejo físico, a marca equilibra lifestyle, tecnologia e discurso de proximidade com consumidoras, um dos pilares da narrativa construída por Bianca ao longo dos anos. “Vendo histórias, não modismos de embalagem”, costuma reforçar.
Quem é Bianca Andrade e qual o seu posicionamento no mercado de beleza
Bianca Andrade, nascida no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, começou a trabalhar como maquiadora aos 16 anos e virou referência ensinando técnicas nas redes sociais. Hoje, com mais de 19 milhões de seguidores no Instagram, ela é considerada uma das influenciadoras mais relevantes do país.
Seu posicionamento no mercado de beleza é claro: produtos acessíveis, de alta performance e pensados para uma base de consumidoras diversa. Parte disso vem da sua própria visão sobre construção de comunidade.
“O que cria uma comunidade é realmente as pessoas se conhecerem e entenderem o que têm em comum”, afirmou em palestra recente.
Bianca também se diferencia ao atuar pessoalmente nas decisões estratégicas, do desenvolvimento ao branding, reforçando a imagem de empreendedora atuante, e não apenas “rosto da marca”.
“Sou a alma do negócio e aprendi a delegar, mas entrei no front quando precisei. Afinal, o custo errado quem paga é a consumidora”, afirmou sobre os desafios de produção na nova fase da empresa.
Investimento de R$ 30 milhões
Com a independência, Bianca aportou R$ 30 milhões do próprio caixa na Boca Rosa Company para reestruturar P&D, ampliar o portfólio, renegociar fornecedores e estabelecer bases de governança corporativa.
Sobre esse processo, ela resume: “Encerrar o contrato de parceria não foi uma decisão súbita, foi algo planejado”. E destaca que a nova fase foi decisiva para preparar a operação para receber investidores em 2026.
Principais números de faturamento, expansão e presença de marca
A Boca Rosa Company apresenta crescimento consistente:
- Meta de faturamento para 2026: R$ 400 milhões;
- Meta de longo prazo: R$ 1 bilhão até 2030 (com possibilidade de ajuste);
- Mais de 100 produtos lançados apenas no primeiro ano como marca independente;
- Produção majoritariamente nacional (80%), com parte na Ásia para tecnologias específicas;
- E-commerce representando menos de 20% das vendas, estratégia centrada em varejo físico;
- Público predominante de 25 a 35 anos, mas expansão para o segmento 40+.
Bianca também revelou a visão por trás do crescimento contínuo das categorias de pele e maquiagem:
“Meu produto não tem pico e queda; ele cresce no tempo. Boca Rosa é tipo vinho, só melhora com o tempo”.
A marca ganhou reconhecimento com produtos premiados e forte aceitação em categorias como pele, máscaras de sobrancelha e olhos, hoje líderes em vendas.
Por que 2026 pode ser o ano da abertura de capital
Há três fatores que tornam 2026 um cenário provável para o IPO:
- Maturidade operacional: após dois anos de operação solo, a Boca Rosa Company já terá base de governança consolidada.
- Escala e portfólio robusto: mais de 100 produtos lançados, cadeia produtiva organizada e expansão em curso.
- Momento estratégico: Bianca declarou que 2026 é o ano planejado para receber investidores e acelerar tecnologia, volume e competitividade de custos.
Além disso, a empresa planeja uma collab global inédita e dá os primeiros passos para internacionalização, ambos fatores que reforçam sua atratividade para o mercado de capitais.
Panorama atual do setor de beleza no Brasil
O mercado de beleza e cuidados pessoais segue entre os mais sólidos da economia brasileira. Nos últimos anos, o setor registrou expansão contínua, impulsionado por:
- Aumento do consumo entre as classes média e popular;
- Fortalecimento das marcas nacionais;
- Demanda crescente por produtos veganos e de formulações limpas;
- Influência do marketing digital e das criadoras de conteúdo;
- Maior profissionalização das marcas comandadas por influenciadoras, tendência que inclui nomes como Boca Rosa, Mari Maria e Bruna Tavares.
Esse aquecimento cria terreno favorável para IPOs, já que o setor combina alta margem, recorrência de compra e profunda conexão com público.
Qual é a fortuna de Bianca Andrade?
Embora Bianca Andrade não divulgue seu patrimônio total, estimativas de mercado indicam que sua fortuna já ultrapassa centenas de milhões de reais, levando em conta:
- Faturamento anual da Boca Rosa Company, que já superou R$ 120 milhões antes da independência;
- Participação integral na nova fase da marca (sem sócios investidores);
- Contratos publicitários de grandes marcas;
- Produção de conteúdo, palestras e participações em campanhas;
- Crescimento projetado de R$ 400 milhões em 2026.
Com a possível abertura de capital da Boca Rosa Company, sua fortuna tende a aumentar ainda mais, dependendo da fatia que ela decidirá manter após uma eventual entrada de investidores.