As ações da Rumo (RAIL3) registraram forte queda nesta segunda-feira (17), após a companhia divulgar seu balanço do terceiro trimestre de 2025, que mostrou lucros menores devido a tarifas de frete abaixo do esperado. A empresa reportou um lucro líquido de R$ 416 milhões, uma retração de 39,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, mesmo com aumento no volume de carga transportada.

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Queda das ações e reação do mercado

Por volta das 13h, as ações da Rumo (RAIL3) recuavam 5,99%, sendo negociadas a R$ 15,53, enquanto o Ibovespa apresentava leve queda de 0,06%, aos 157.664 pontos. O desempenho negativo reflete a avaliação dos investidores sobre os resultados trimestrais, que ficaram abaixo das expectativas devido a tarifas de frete menores, adotadas como estratégia da companhia para estimular o aumento de volumes, especialmente na malha Norte.

A forte oscilação das ações da Rumo evidencia a sensibilidade do mercado em relação à receita por frete, que é o principal motor de receita da empresa. A queda também indica que, apesar de avanços operacionais, investidores permanecem cautelosos quanto à política de preços adotada.

Resultados financeiros do 3º trimestre

No período, a Rumo transportou 8,2% mais carga em relação ao terceiro trimestre de 2024. Apesar do aumento no volume, o lucro líquido caiu para R$ 416 milhões, refletindo o impacto direto das tarifas de frete abaixo do esperado.

O desempenho financeiro evidencia um cenário em que a estratégia de estimular volumes de carga não conseguiu compensar totalmente a redução de receita unitária. Esse efeito é particularmente relevante no contexto do setor ferroviário brasileiro, onde a Rumo se destaca como uma das principais operadoras de transporte de grãos e produtos industriais.

Impacto das tarifas de frete e estratégia da empresa

Segundo análise da XP Investimentos, a queda nas tarifas se deve à política de preços mais baixos implementada para aumentar volumes transportados na malha Norte. Apesar de gerar aumento de movimentação, essa estratégia resultou em pressão sobre a receita e o Ebitda da companhia.

O Citi também destaca que, embora o desempenho da malha Sul tenha ajudado a compensar parte das perdas, a política de redução de preços por volume gera uma pressão tarifária contínua. Para outubro, os dados indicam que a estratégia deve permanecer no quarto trimestre, mantendo o impacto sobre as tarifas médias.

A adoção de tarifas menores é um movimento estratégico para manter competitividade, mas implica riscos de redução de margens e de rentabilidade, algo que os investidores monitoram de perto.

Eficiência operacional e rentabilidade

Apesar da queda nas tarifas, a Rumo apresentou ganhos operacionais importantes. Houve redução de custos fixos e melhoria na eficiência energética, fatores que ajudaram a preservar a rentabilidade e mitigar parte dos impactos da queda na receita.

Esse foco em eficiência operacional é visto como um ponto positivo para a empresa, mostrando capacidade de adaptação a condições de mercado mais desafiadoras, mesmo diante da pressão sobre as tarifas de frete.

Perspectivas e recomendações

Analistas têm visões divergentes sobre o desempenho futuro das ações da Rumo:

  • A XP Investimentos mantém recomendação de compra, com preço-alvo de R$ 27, mas alerta que os preços baixos podem pressionar o Ebitda de 2025, especialmente no quarto trimestre, tradicionalmente mais fraco para a empresa.
  • O Citi mantém recomendação neutra, com preço-alvo de R$ 15,50, destacando que a estratégia de estimular volumes com tarifas reduzidas pode continuar a gerar pressão tarifária, embora a malha Sul tenha compensado parcialmente os resultados mais fracos.

As perspectivas reforçam a necessidade de acompanhamento atento do mercado e da performance operacional da companhia, já que os resultados dos próximos trimestres serão fortemente influenciados tanto pelo volume transportado quanto pelas tarifas praticadas.

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