Lula afirma que Nikolas Ferreira usou polêmica do Pix para defender crime organizado
Em entrevista ao UOL, o presidente Lula afirmou que o deputado Nikolas Ferreira utilizou a polêmica sobre a suposta taxação do Pix, em janeiro, para defender o crime organizado.

O presidente Lula afirmou que Nikolas Ferreira usou a polêmica do Pix para defender o crime organizado, em entrevista concedida ao UOL nesta sexta-feira (29/8). O comentário do presidente surge em meio à repercussão da Operação Carbono Oculto, que investiga fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, ligadas ao PCC. A declaração retoma a discussão sobre a suposta taxação do Pix, polêmica que havia gerado grande repercussão em janeiro e que, segundo Lula, foi explorada para beneficiar organizações criminosas.
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Lula critica postura de Nikolas Ferreira durante polêmica do Pix
Durante a entrevista, o presidente destacou que um deputado federal fez campanha contra medidas da Receita Federal que visavam combater o crime organizado, usando como argumento a suposta taxação do Pix. Sem citar diretamente o nome, Lula se referia a Nikolas Ferreira (PL), lembrando que o parlamentar gravou um vídeo acusando o governo de querer tributar transações via Pix.
“Está provado que o que ele estava fazendo era defender o crime organizado”, afirmou Lula, reforçando que a iniciativa da Receita era uma tentativa de combater práticas ilícitas que envolvem o sistema financeiro digital.
Na ocasião, a repercussão do vídeo de Nikolas foi tão intensa que a Receita Federal decidiu revogar o ato normativo que previa fiscalização de fintechs e bancos digitais, evitando tensões políticas e sociais, mas também, segundo a atual investigação, beneficiando esquemas criminosos.
Operação Carbono Oculto e impactos no setor de combustíveis
A polêmica voltou à tona com a Operação Carbono Oculto, deflagrada em 28/8 pela Receita Federal, Polícia Federal e outros órgãos de investigação. A operação identificou fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, revelando a participação do PCC em operações complexas que envolvem fintechs e bancos digitais.
Segundo o secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a revogação do ato normativo teve impacto direto na atuação das fintechs ligadas ao esquema criminoso. Ele afirmou que, apesar dos esforços da Receita para manter o controle, a pressão e a disseminação de fake news sobre a suposta taxação do Pix impediram a implementação das medidas de fiscalização.
“Essas fake news foram tão fortes que, apesar de todo o esforço da Receita Federal, nós não conseguimos seguir essas mentiras, por conta da força de quem as impulsionava. As operações de hoje mostram quem ganhou com essas mentiras”, explicou Barreirinhas.
Contexto do episódio da taxação do Pix
Em janeiro, Nikolas Ferreira gravou um vídeo viral nas redes sociais acusando o governo de querer tributar o Pix, gerando grande repercussão entre usuários e meios de comunicação. A pressão popular e política levou a Receita Federal a revogar o ato normativo que previa fiscalização adicional de fintechs e bancos digitais, adiando medidas que poderiam dificultar a atuação de organizações criminosas.
Especialistas afirmam que a desinformação contribuiu para enfraquecer o controle regulatório sobre transações digitais, um ponto agora evidenciado pelas investigações da Operação Carbono Oculto. A situação evidencia como campanhas políticas e fake news podem interferir na implementação de medidas de combate à criminalidade financeira no Brasil.
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