As ações da Vivo (VIVT3) registraram leve queda no pregão desta terça-feira (29), mesmo após a Telefônica Brasil divulgar um lucro bilionário no segundo trimestre de 2025. Apesar da reação negativa do mercado, analistas de diversas casas seguem confiantes no desempenho da empresa e recomendam compra dos papéis.

A controladora da Vivo apresentou um lucro líquido de R$ 1,34 bilhão entre abril e junho, valor 10% superior ao registrado no mesmo período do ano anterior. O resultado positivo, no entanto, não foi suficiente para empolgar os investidores no curto prazo.

Resultados da Vivo no 2T25 não empolgam o mercado

Durante o segundo trimestre de 2025, a Telefônica Brasil, dona da marca Vivo, reportou um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 5,93 bilhões, com avanço de 8,8% na comparação anual. A receita total da companhia cresceu 7,5%, segundo relatório da XP Investimentos.

Mesmo com esses números sólidos, as ações da Vivo (VIVT3) apresentaram uma queda de 0,10% por volta das 11h, sendo negociadas a R$ 30,51 no Ibovespa. A expectativa de parte do mercado era de uma reação mais otimista, considerando o bom desempenho operacional da empresa, especialmente no segmento de serviços móveis.

O Goldman Sachs, por exemplo, previa uma resposta positiva devido à performance acima do esperado nas receitas com serviços móveis. Já o banco Safra classificou os números como alinhados às expectativas.

Avaliações positivas reforçam tese de investimento

Apesar da leve desvalorização das ações da Vivo (VIVT3), os principais analistas do mercado mantêm uma visão construtiva sobre a empresa. A XP Investimentos destacou a resiliência da companhia e seu portfólio de qualidade, além da forte geração de caixa, fatores que sustentam uma visão positiva de longo prazo.

A Ágora Investimentos/Bradesco BBI reforçou o bom desempenho no segmento pós-pago, que segue em trajetória de crescimento robusto. Embora o capex (investimentos) tenha vindo acima do esperado, os analistas afirmam que isso não representa um problema, dado o comportamento historicamente volátil desse indicador.

Segundo o Itaú BBA, o ambiente competitivo saudável tem favorecido o aumento da Receita Média por Usuário (ARPU), ajudando a alavancar a operação da Vivo. A análise também pontua que a companhia se beneficia de um setor que ainda apresenta tendências positivas, especialmente com o avanço da digitalização e da demanda por conectividade.

Ações da Vivo (VIVT3) são vistas como escolha defensiva

O BTG Pactual reiterou sua recomendação de compra para as ações da Vivo (VIVT3), apontando a empresa como uma opção defensiva para investidores que buscam estabilidade. O relatório assinado por Carlos Sequeira, Osni Carfi e Tcha Chan destacou o forte posicionamento competitivo da operadora e sua capacidade de gerar retorno aos acionistas por meio de dividendos consistentes.

Ainda segundo o BTG, a Vivo é negociada atualmente a um P/L (preço/lucro) de 17 vezes, acima da média do setor (14x) e muito superior à TIM Brasil (8,5x). Mesmo com esse prêmio, o banco vê valor no papel, principalmente considerando o dividend yield projetado de 8,5% até o fim de 2026, bem acima da média de operadoras dos EUA (4%), ainda que inferior ao da TIM (10,5%).