As ações da Telefônica Brasil (VIVT3) enfrentaram uma forte desvalorização na primeira sessão após a divulgação dos resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24). Às 11h04, os papéis da operadora de telefonia recuavam 7,29%, sendo cotados a R$ 49,59.

Análise do JPMorgan e impacto nas expectativas do Mercado

O JPMorgan classificou os resultados da empresa como abaixo das expectativas, destacando a pressão sobre a receita móvel e a contração da margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente, que foi de 39,9% contra 41,5% estimado pelo banco e 40,3% no 4º trimestre de 2023. Para os analistas, esse desempenho resultou em um Ebitda recorrente abaixo do esperado.

O banco ainda ressaltou os detalhes sobre a migração da concessão da Vivo, incluindo a possibilidade de venda de ativos, como cobre e imóveis. A análise também apontou que, apesar de o JPMorgan esperar uma reação negativa do mercado, a maior divulgação de informações não levou a uma reavaliação positiva das ações, dado que o desempenho operacional apresentou deterioração.

Perspectivas de mercado e recomendações

Apesar dos números insatisfatórios, o JPMorgan manteve sua recomendação neutra para as ações da Vivo, com um preço-alvo de R$ 46. Já o Goldman Sachs, embora tenha observado que os resultados ficaram abaixo das expectativas ajustadas, não acredita que as recentes movimentações justifiquem um movimento significativo nas ações. O Goldman manteve sua recomendação de compra e preço-alvo de R$ 53,50.

Por sua vez, o Bradesco BBI considerou os resultados ligeiramente negativos, mesmo com a superação de receita, Ebitda e lucro líquido em relação às estimativas. A instituição explicou que a receita foi impulsionada por um crescimento na receita digital B2B, mas o Ebitda ficou aquém das expectativas quando ajustado pela reversão de provisões relacionadas à concessão.

O Bradesco BBI manteve sua recomendação de compra, com um preço-alvo de R$ 60, o que implica um retorno total de 20%, considerando uma valorização das ações de 12% e um dividend yield de 8%.

Destaques e perspectivas para 2025

A XP, por sua vez, destacou o crescimento da receita da Vivo em linha com suas expectativas e um EPS (lucro por ação) superior ao projetado, impulsionado pela reversão de contingências regulatórias. A corretora observou que a adaptação da outorga de concessão para autorização não é obrigatória, mas foi uma escolha da operadora, com compromissos de atendimento e investimentos como contrapartida. Contudo, a sinalização tímida sobre os benefícios dessa mudança pode decepcionar o mercado.

A XP manteve sua recomendação de compra e um preço-alvo de R$ 61,00 para as ações da Telefônica Brasil no final de 2025.

Atualmente, as ações da VIVT3 estão negociando com um rendimento de FCF (Fluxo de Caixa Livre) de 10%. Com a reversão das provisões relacionadas à concessão já refletida nos resultados, não se espera mais um impacto positivo nos dividendos de 2025.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.