Web Summit Rio acelera 50 startups femininas com o Programa Mulheres Inovadoras

No Web Summit Rio, a ministra Luciana Santos anunciou a expansão do programa Mulheres Inovadoras, que selecionará 50 startups lideradas por mulheres em todo o Brasil.

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29 de abr, 2025 às 06:30
Web Summit Rio acelera 50 startups femininas com o Programa Mulheres Inovadoras Web Summit Rio acelera 50 startups femininas com o Programa Mulheres Inovadoras

Durante o Web Summit Rio, a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, anunciou uma grande ampliação do programa Mulheres Inovadoras, que irá acelerar 50 startups lideradas por mulheres em sua próxima edição. O programa, que visa incentivar o empreendedorismo feminino, selecionará empresas de todo o Brasil, com foco em promover a diversidade e ampliar a competitividade nacional. O apoio às mulheres em tecnologia reflete um passo importante na busca por mais inovação e sustentabilidade no país.

Aumento das startups aceleradas

Em uma ação histórica, o programa Mulheres Inovadoras, criado para fomentar o empreendedorismo feminino, agora selecionará 50 startups, 10 de cada região do Brasil. A ideia é não só impulsionar as empresas em estágio inicial, mas também apoiar aquelas que já estão mais avançadas, dividindo as 50 selecionadas em dois grupos: um para startups em estágio inicial e outro para negócios em um nível mais avançado.

Essa iniciativa visa dar visibilidade e recursos necessários para mulheres que lideram startups tecnológicas, com o objetivo de fechar a lacuna de representatividade feminina em áreas de grande impacto econômico, como a tecnologia e inovação. A ministra Luciana Santos afirmou que o programa é essencial para fortalecer o ecossistema de inovação do Brasil, pois as mulheres ainda são minoria em áreas de tecnologia, e seu papel é fundamental para o futuro sustentável e inclusivo do país.

Premiação e incentivos

O programa Mulheres Inovadoras inclui uma estrutura de premiação que valoriza ainda mais a diversidade. Assim como na edição anterior, startups lideradas por mulheres pretas, pardas e indígenas terão uma pontuação diferenciada, reconhecendo o papel dessas empreendedoras na promoção de uma sociedade mais inclusiva e plural.

As empresas selecionadas receberão prêmios em dinheiro como incentivo para seu crescimento. A primeira colocada de cada região ganhará R$ 100 mil, enquanto as outras startups selecionadas receberão R$ 51 mil. O apoio financeiro tem como objetivo não apenas reconhecer as empreendedoras, mas também ajudá-las a expandir suas operações e conquistar novos mercados.

Na edição anterior, 287 startups se inscreveram, e as cinco primeiras colocadas receberam seus prêmios nesta segunda-feira, no estande da Finep, no Riocentro, durante o Web Summit Rio. Este reconhecimento reflete a importância do apoio institucional para o crescimento de negócios comandados por mulheres.

Importância da capacitação e inclusão de mulheres na tecnologia

Luciana Santos enfatizou que o programa Mulheres Inovadoras não se limita à aceleração de startups, mas também à capacitação das empreendedoras, com um foco específico na formação de líderes em áreas de base tecnológica. Ela afirmou que a inclusão de mulheres nas empresas de tecnologia é essencial para garantir um ambiente de inovação mais diverso e sustentável no Brasil.

No entanto, a ministra também alertou sobre o grande déficit de profissionais em Tecnologia da Informação (TI). Estima-se que até 2030 o Brasil precisará de mais de 500 mil profissionais de TI. Para combater essa escassez, o governo federal tem promovido iniciativas como o programa Hackers do Bem, que visa capacitar jovens para a indústria digital. A ministra ressaltou que a Universidade Federal de Goiás é a única instituição no Brasil a oferecer graduação em Inteligência Artificial (IA), evidenciando a necessidade de mais cursos especializados em todo o território nacional.

Sustentabilidade e descentralização dos data centers

Outro ponto de destaque durante a participação de Luciana Santos no Web Summit Rio foi a parceria com o projeto Rio AI City, anunciado pelo prefeito Eduardo Paes. O objetivo é transformar o Rio de Janeiro em um polo de inovação em Inteligência Artificial, utilizando sua infraestrutura sustentável, com foco na descentralização de data centers.

A ministra afirmou que, para o governo federal, a descentralização de data centers é um passo importante, pois os data centers consomem grandes quantidades de energia e água. Ao transferir a operação de data centers para locais que utilizam energia renovável, o Brasil pode se beneficiar de uma matriz elétrica mais limpa, já que 90% da energia elétrica do país é gerada a partir de fontes renováveis.

Modelos de linguagem

Outro tópico importante discutido pela ministra foi o desenvolvimento de modelos de linguagem (LLMs) em português. Luciana Santos explicou que, ao invés de criar um único modelo, o governo federal está explorando a possibilidade de combinar LLMs existentes, como Sabiá, Amazônia e SoberanIA, para atender às demandas do mercado em português.

O modelo SoberanIA, criado no Piauí, se destaca por ser o mais avançado no Brasil, com 100 bilhões de parâmetros e acesso a dados governamentais. De acordo com Luciana, o SoberanIA é o único modelo brasileiro que respeita a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e tem autorização para processar dados governamentais, um diferencial significativo em relação a outros modelos de linguagem.