Nesta Super Quarta, marcada para hoje, dia 19 de março, investidores de todo o mundo estarão de olho nas decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. As reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) no Brasil e do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) nos EUA são aguardadas com grande expectativa, pois elas influenciam diretamente as estratégias de investimento em diferentes mercados. Enquanto nos Estados Unidos a expectativa é de manutenção dos juros, no Brasil há uma perspectiva de elevação da Selic.

O que esperar das decisões de juros?

Nos Estados Unidos: Manutenção dos Juros no Intervalo de 4,25% a 4,50%

A decisão de juros nos EUA é uma das mais aguardadas, especialmente após um ano de ajustes consecutivos na taxa de juros. A expectativa dos analistas é de que o Federal Reserve (Fed) mantenha a taxa de juros no intervalo entre 4,25% e 4,50% ao ano. Esse cenário é influenciado pela necessidade de manter a inflação sob controle, em um contexto de desaceleração econômica que ainda gera incertezas sobre o futuro próximo.

O Fed, após sucessivos aumentos nas taxas de juros em 2022 e 2023, vem tentando equilibrar o combate à inflação com o risco de prejudicar o crescimento econômico. A inflação nos EUA permanece acima das metas, mas a desaceleração da economia impede movimentos mais agressivos de corte. Portanto, a expectativa é de que o Fed só corte os juros a partir de setembro, caso as condições econômicas se estabilizem ou se a inflação mostrar sinais claros de desaceleração.

No Brasil: expectativa de alta da Selic

Enquanto no exterior a expectativa é de manutenção, no Brasil a situação é diferente. O Copom, que se reúne nesta quarta-feira (19), deve aumentar a Selic em 1 ponto percentual, levando a taxa básica de juros para 14,25% ao ano. Esse ajuste visa controlar a inflação, que se manteve persistente, ainda acima da meta do governo.

O índice IPCA, que mede a inflação oficial no país, registrou alta de 5,06% nos últimos 12 meses, muito acima da meta de 3% estipulada pelo Banco Central. A alta da Selic, embora impacte negativamente o consumo e a atividade econômica, é vista como uma medida necessária para conter pressões inflacionárias e restabelecer a confiança na política monetária.

Além disso, economistas apontam que a Selic pode ultrapassar os 15% ao ano até o meio de 2025, com alguns analistas, como o BTG Pactual, projetando que a taxa pode chegar a 15,25% ainda em 2024.