O Comitê de Política Monetária (Copom) anunciou, nesta quarta-feira (29), uma elevação de 1 ponto percentual na taxa Selic, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. Esta decisão marca o maior patamar da taxa desde setembro de 2023 e está dentro das expectativas do mercado, com base no guidance já fornecido pelo Banco Central. O aumento reflete uma continuação da estratégia de aperto monetário, que visa controlar a inflação e trazer mais estabilidade para a economia brasileira.

O que motivou o aumento da Selic em 1 ponto percentual?

O aumento da Selic foi um movimento esperado pelo mercado financeiro, dado o cenário econômico atual. O Banco Central, ao antecipar a elevação nas reuniões anteriores, forneceu um guidance claro de que ajustes adicionais seriam realizados ao longo de 2025. As expectativas apontavam para um aumento de 1 ponto percentual nesta reunião, o que foi confirmado com o novo patamar de 13,25% ao ano. A medida segue o esforço contínuo do Copom para controlar a inflação, que ainda permanece acima das metas estabelecidas pelo governo.

Durante o período de flexibilização monetária entre 2023 e 2024, o Banco Central iniciou a redução da Selic, mas os desafios econômicos e o ritmo da inflação obrigaram uma reversão desse ciclo. Com o foco em garantir a estabilidade econômica, o Copom optou por um endurecimento da política monetária. O aumento de 1 ponto percentual está em linha com a expectativa do mercado, que já precificava essa elevação em R$ 97,10 nas Opções de Copom.

Expectativas para a Selic em 2025

O Boletim Focus, publicado pelo Banco Central, indica que a expectativa do mercado é de que a Selic atinja 15% ao ano até o final de 2025. Esse patamar reflete o cenário de uma política monetária mais restritiva, com o objetivo de controlar a inflação e estabilizar a economia. O Copom, ao manter essa trajetória de elevações graduais, visa assegurar que a inflação se mantenha sob controle, o que é crucial para o crescimento econômico do país.

O impacto dessa elevação da Selic será sentido em diversas áreas da economia. Entre os principais efeitos, destaca-se o aumento nos custos de crédito e uma possível desaceleração no consumo das famílias e nos investimentos das empresas. Com juros mais altos, o acesso ao crédito fica mais caro, o que pode afetar o consumo no curto e médio prazos. No entanto, para o longo prazo, a intenção é garantir uma economia mais estável e previsível.

Como a trajetória da Selic tem evoluído?

A trajetória da Selic, desde o início do ciclo de aperto monetário em setembro de 2023, tem sido marcada por uma série de ajustes sucessivos. O Comitê iniciou com uma elevação de 0,25 pontos percentuais, seguida por outras subidas de 0,50 p.p. e 1 p.p., até alcançar o patamar atual de 13,25%. Antes de iniciar esse ciclo, o Banco Central havia mantido a Selic estável em 13,75% por mais de um ano, desde agosto de 2022, após o período de flexibilização iniciado em 2023.

Entre agosto de 2023 e maio de 2024, a Selic foi reduzida com o objetivo de estimular a recuperação econômica. No entanto, devido ao aumento da inflação e das pressões externas, o Copom voltou a elevar a taxa de juros, tentando equilibrar o crescimento econômico com a estabilidade dos preços.

O impacto do aumento da Selic no mercado financeiro e na economia

O mercado financeiro, que já precificava a elevação da taxa, reagiu de forma previsível. As Opções de Copom, que anteciparam o aumento de 1 ponto percentual, indicaram que o mercado estava preparado para a decisão. O aumento da Selic tem efeitos diretos sobre o custo do crédito e a rentabilidade dos investimentos. Com a Selic mais alta, os investidores podem optar por aplicar em ativos de renda fixa, que tendem a se valorizar com a alta da taxa de juros, como os títulos públicos.

Além disso, o aumento da Selic pode influenciar diretamente as decisões de consumo das famílias. Com o crédito mais caro, a tendência é que haja uma desaceleração no ritmo de compras, principalmente em itens de maior valor, como imóveis e veículos. Para as empresas, o aumento no custo do crédito pode afetar os investimentos, especialmente em setores que dependem de financiamento para expandir suas operações.