Copom sob liderança de Galípolo deve elevar Selic para 13,25% ao ano em primeira reunião de 2025
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, sob a presidência de Gabriel Galípolo, se reúne nesta terça-feira (28) para definir o futuro da taxa Selic.

Nesta terça-feira (28), o Copom se reúne para sua primeira decisão de 2025 sobre a taxa básica de juros, a Selic. O encontro será realizado nas dependências do Banco Central e, embora os primeiros dias de reuniões sejam dedicados a apresentações técnicas sobre o comportamento da economia e do mercado financeiro, é no segundo dia, 29, que o Comitê deve anunciar sua decisão final. A expectativa é de que o Copom eleve a Selic em 1 ponto percentual, o que colocaria a taxa em 13,25% ao ano. Esse aumento visa fortalecer o combate à inflação, que segue pressionando a economia brasileira.
A liderança de Gabriel Galípolo e as expectativas para a economia
O atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, assumiu o cargo no lugar de Roberto Campos Neto. Essa mudança na liderança ocorre em meio a críticas da equipe econômica e do presidente Lula à política monetária adotada por Campos Neto nos últimos anos. Galípolo, por sua vez, tem sinalizado que sua administração manterá o rumo de juros elevados por mais tempo, priorizando o controle da inflação. Embora o novo presidente tenha sido indicado por Lula, suas ações até agora indicam um compromisso com a continuidade das altas nas taxas de juros.
O mercado financeiro já espera que a Selic atinja 13,25% ao ano após esta reunião. Para o final de 2025, as projeções indicam que a taxa pode atingir 15% ao ano, nível que não é observado desde 2006. Caso isso se concretize, será a maior alta desde outubro de 2016, quando a Selic chegou a 14,25% ao ano.
Por que a Selic será elevada?
A decisão de elevar a taxa Selic está diretamente relacionada ao cenário atual da economia brasileira. A inflação segue sendo uma preocupação constante para o Banco Central, especialmente diante da resiliência da economia, que continua a apresentar crescimento. A taxa de desemprego está em seu menor nível histórico, o que, embora positivo, também tem gerado pressões inflacionárias. O aumento da demanda agregada, impulsionado pela política fiscal expansionista do governo, tem gerado um aquecimento do mercado, dificultando a queda dos preços.
Em sua última ata, o Copom já havia sinalizado a possibilidade de novas altas nas taxas de juros. A expectativa é de que essa trajetória de aumentos continue até atingir o patamar desejado para controlar a inflação. O Comitê, no entanto, não indicou com clareza os passos após os ajustes planejados para janeiro e março de 2025, o que deixa em aberto o rumo da política monetária para o futuro.
O impacto do aumento da Selic na economia
A elevação da Selic tem um impacto direto em diversos aspectos da economia brasileira. O principal efeito é sobre o consumo das famílias e os investimentos no país. Com a Selic mais alta, os juros sobre empréstimos e financiamentos aumentam, o que tende a inibir o consumo, principalmente de bens duráveis, como veículos e eletrodomésticos. Isso pode ajudar a reduzir a pressão inflacionária, já que a menor demanda por produtos e serviços leva a uma desaceleração dos preços.
Além disso, a Selic mais alta torna os investimentos em títulos públicos e outras aplicações financeiras mais atrativos. Esse cenário pode gerar um fluxo de capitais mais voltado para a renda fixa, ao invés de outros setores da economia, como o mercado imobiliário e o consumo. O aumento da taxa básica de juros também tem efeito sobre a valorização do real, já que eleva a atratividade de ativos denominados em moeda nacional.