A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não poupou críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, nesta sexta-feira (15). A declaração veio como resposta a uma fala de Campos Neto, feita na quinta-feira (14), onde ele se manifestou contra a proposta de redução da jornada de trabalho, alegando que a mudança prejudicaria os trabalhadores. Gleisi não hesitou em refutar as declarações, acusando-o de desentender as necessidades reais da classe trabalhadora, especialmente em um país com altos índices de juros, como o Brasil.

O que disse Gleisi Hoffmann sobre Roberto Campos Neto

A reação de Gleisi Hoffmann foi direta e contundente. Em uma postagem feita em seu perfil no X (antigo Twitter), a presidente do PT criticou a postura de Roberto Campos Neto, considerando-a uma “cara de pau”. Para Gleisi, o presidente do Banco Central demonstrou total desconhecimento das condições de vida dos trabalhadores no Brasil, citando especificamente o impacto das altas taxas de juros sobre a população. Ela disse: “Que Roberto Campos Neto não entende nada sobre a vida e as necessidades de quem trabalha pra ganhar a vida num país com as maiores taxas de juros do mundo, isso não é novidade pra ninguém. Mas dizer que o fim da jornada 6×1 vai prejudicar os trabalhadores é muita cara de pau”.

Gleisi também acrescentou que a declaração do chefe do Banco Central servia para evidenciar de que lado ele está, sublinhando que ele claramente não está ao lado dos trabalhadores ou do Brasil.

Roberto Campos Neto e sua posição sobre a redução da jornada de trabalho

A fala de Roberto Campos Neto ocorreu durante uma palestra na quinta-feira, em que ele discutiu a proposta de redução da jornada de trabalho. Segundo o presidente do Banco Central, o fim da jornada 6×1 seria “bastante prejudicial para o trabalhador”, alegando que tal mudança aumentaria o custo do trabalho, estimulando a informalidade e diminuindo a produtividade no país. Campos Neto, que tem sido alvo recorrente de críticas por sua postura frente à política monetária do governo, ressaltou a preocupação com os impactos econômicos de uma redução da carga horária para os empregadores e o mercado de trabalho como um todo.

A crítica contínua do PT a Campos Neto e as taxas de juros

A crítica de Gleisi Hoffmann a Roberto Campos Neto não é um episódio isolado. O presidente do Banco Central tem sido alvo frequente de críticas do PT, principalmente devido à política de juros elevados que tem sido implementada em seu mandato. Para o Partido dos Trabalhadores, Campos Neto está alinhado com a agenda do bolsonarismo, principalmente pelo fato de ter se aproximado do ex-presidente Jair Bolsonaro durante o governo anterior. A elevada taxa de juros, que ainda permanece em níveis elevados, é vista como um fator que agrava a desigualdade social e prejudica os investimentos e a economia real, algo que o PT constantemente destaca em suas críticas.

Mudanças no comando do Banco Central: A saída de Campos Neto

Em meio às críticas, vale destacar que Roberto Campos Neto está prestes a deixar o cargo de presidente do Banco Central no final deste ano. Seu substituto será Gabriel Galípolo, economista de confiança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A mudança de comando no Banco Central é aguardada com expectativa, especialmente pelo PT, que espera uma postura mais alinhada às necessidades econômicas do país e que, de alguma forma, contribua para a redução das taxas de juros, um dos pontos de maior divergência entre o governo atual e a gestão de Campos Neto.