A líder da oposição venezuelana, Maria Corina Machado vence o Nobel da Paz 2025, reconhecida pelo seu papel decisivo na defesa dos direitos democráticos e na resistência pacífica contra o regime autoritário de Nicolás Maduro. O anúncio foi feito nesta sexta-feira (10), pelo Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo. Segundo o comitê, Machado representa “um exemplo extraordinário de coragem e compromisso com a liberdade”, em um contexto político marcado por repressão e censura na Venezuela.

O reconhecimento internacional da luta pela democracia

O Prêmio Nobel da Paz 2025 foi concedido a Maria Corina Machado por seu “trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela” e por sua “luta por uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”.
O comitê destacou que a decisão tem um forte simbolismo político e humanitário, ao reconhecer uma voz que se manteve firme diante da perseguição e das tentativas de silenciamento.

Machado é conhecida por sua trajetória de mais de duas décadas na vida pública venezuelana. Fundadora do movimento Vente Venezuela, ela se tornou uma das principais figuras da oposição ao chavismo e, posteriormente, ao regime de Maduro. Sua atuação é marcada pela defesa da participação política livre e transparente, e por denunciar sistematicamente as violações de direitos humanos no país.

Contexto político e a importância da escolha

Ao optar por homenagear Maria Corina Machado, o Comitê Norueguês do Nobel enviou um sinal claro de apoio à luta democrática na América Latina. Em nota, a organização afirmou que a escolha representa “uma decisão por votos, não por balas”, e valoriza o papel das mulheres na construção de sociedades justas, pacíficas e democráticas.

A decisão também surge em um momento em que o mundo observa com atenção o cenário político venezuelano, após as eleições de 2024, marcadas por denúncias de fraudes e repressão. Desde então, Machado vive na clandestinidade, após ser alvo de perseguição pelo governo. Em uma carta publicada pelo Wall Street Journal, ela declarou: “Posso provar que Maduro foi derrotado”, reafirmando seu compromisso com a verdade eleitoral e a soberania popular.

O simbolismo do Nobel da Paz 2025

A vitória de Maria Corina Machado no Nobel da Paz 2025 ultrapassa as fronteiras da Venezuela. Ela se torna a 20ª mulher a receber o prêmio, em uma lista que inclui nomes históricos como Malala Yousafzai, Ellen Johnson Sirleaf e Shirin Ebadi. Essa conquista reforça o protagonismo feminino nas lutas sociais e políticas do século XXI.

O Comitê destacou que a escolha de Machado é um lembrete de que a resistência pacífica e a força moral podem ser mais poderosas do que a repressão. A distinção também busca inspirar movimentos democráticos em outras partes do mundo, especialmente em países que enfrentam regimes autoritários.

A trajetória de Maria Corina Machado

Engenheira industrial de formação, Maria Corina ingressou na política no início dos anos 2000 e rapidamente se destacou pela firmeza em defender a liberdade de expressão e o direito ao voto livre. Em 2014, foi destituída de seu cargo como deputada após denunciar abusos do governo Maduro.
Mesmo sob risco constante, continuou sua militância, participando de movimentos internacionais e denunciando violações de direitos humanos em fóruns como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Organização das Nações Unidas (ONU).

Sua atuação se intensificou nas eleições de 2024, quando liderou a coalizão de oposição e denunciou a manipulação dos resultados eleitorais. Desde então, vive em local desconhecido, mas mantém contato com apoiadores por meio de comunicados e vídeos.

Valor do prêmio e cerimônia de entrega

O Prêmio Nobel da Paz é acompanhado por uma recompensa de 11 milhões de coroas suecas (cerca de US$ 1,2 milhão). A cerimônia de entrega ocorrerá em 10 de dezembro, em Oslo, data que marca o aniversário da morte do inventor e filantropo Alfred Nobel, fundador da premiação em 1895.

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