A XP Research revisou sua projeção para a taxa Selic, agora estimando que ela atinja 10,00% até o final do ano. Anteriormente, a expectativa da empresa era de 9,00% ao ano.

A equipe econômica liderada por Caio Megale antecipa uma desaceleração no ritmo de cortes da taxa Selic nas próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom).

No último ajuste realizado em dezembro, a XP havia projetado uma Selic terminal de 10,00%, em comparação com a projeção anterior de 9,00%, refletindo um otimismo relacionado à redução da inflação.

Os analistas observam que já existia uma preocupação anterior em relação à sustentabilidade fiscal e medidas destinadas a manter a demanda doméstica aquecida, o que influenciou a adaptação para a nova previsão da taxa Selic de 10,00%.

“Porém, naquele momento, reconhecíamos um cenário global melhor, com base em cortes de juros nos EUA a partir do primeiro semestre, deflação global de custos e melhoria dos termos de troca do Brasil,” afirma o relatório econômico.

Apesar disso, os especialistas observam que o ambiente externo favorável não se concretizou, ao passo que os elementos que antes impulsionavam a inflação, como a expansão fiscal e parafiscal, estão se concretizando conforme o esperado.

Copom deve reduzir cortes na Taxa Selic para 0,25 p.p.

Conforme destacam os analistas da XP, o Copom parece alinhar-se com essa análise.

“Em suas observações durante o evento da XP na conferência de primavera do FMI, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mostrou-se preocupado e praticamente abandonou a orientação dada na reunião do Copom em março, de que outro corte de 0,50 p.p. [pontos percentuais] na taxa Selic ocorreria em maio”, relembram.

Por conseguinte, a XP antecipa que o ritmo de flexibilização da política monetária deverá diminuir, com cortes menores de 0,25 p.p., a partir da próxima reunião agendada para os dias 7 e 8 de maio.

“Posteriormente, prevemos dois cortes adicionais de 0,25 p.p., chegando à taxa terminal de 10,00%”, afirma relatório da XP.

As projeções para o IPCA de 2025 serão determinantes para uma possível pausa, argumentam os analistas. “A Pesquisa Focus do Banco Central sugere que o IPCA de 2025 – um horizonte relevante para o Copom – está em torno de 3,5%, abaixo, portanto, de nossa projeção de 4,0%,” afirmam.

“Se nossas expectativas estiverem corretas, as previsões de inflação do mercado aumentarão, afastando-se ainda mais da meta e colocando um freio na continuidade do ciclo de flexibilização monetária pelo Copom,” destacam.