XP vê mercado dividido sobre Selic; veja os detalhes da pesquisa
Selic pode subir ou ficar estável? Pesquisa da XP revela mercado dividido sobre decisão do Copom. Veja a análise

A dúvida paira no ar como aquele café que esfria na mesa do Copom: afinal, vem alta da Selic ou não? A nova pesquisa da XP Investimentos jogou luz sobre o impasse do mercado — e revelou que nem mesmo os gestores mais experientes arriscam um palpite unânime.
Entre as 48 casas consultadas, 27 cravaram que a taxa básica de juros deve permanecer estacionada em 14,75% ao ano. Outras 21, porém, apostam numa nova alta de 0,25 ponto percentual, elevando a Selic para 15%. Ou seja: o mercado está tão dividido quanto torcida em final de campeonato.
A visão da XP: incerteza reina no front
Para a equipe de fundos da XP, esse racha não é à toa. A corretora vê o cenário macro brasileiro carregado de incertezas — desde a resiliência da atividade econômica até o comportamento da inflação nos próximos meses. “A divergência entre os gestores mostra a incerteza do momento, com leituras distintas sobre a resiliência da atividade e a dinâmica de inflação”, cravou a análise da casa.
Nem mesmo o PIB escapou do ajuste fino: a projeção de crescimento passou de 2,11% para 2,38%, sinal de que o mercado espera uma economia mais firme — ainda que sem fogos de artifício.
Inflação recua e dólar perde charme
Outro ponto que chamou atenção foi a expectativa de inflação para o fim do ano: ela recuou pela segunda vez seguida, de 5,56% para 5,35%, seguindo a tendência de baixa captada pelo Relatório Focus (5,44%). De acordo com a XP, a queda reflete principalmente o alívio nas pressões cambiais.
Aliás, falando em câmbio, o real brilhou mais forte nos portfólios: 67% das casas estão compradas na moeda brasileira — salto expressivo frente aos 33% de janeiro. Enquanto isso, o dólar perdeu o favoritismo: as posições vendidas saltaram de 13% para robustos 95%. “A tese de dólar forte perdeu força”, decretou a XP, indicando que até o iene japonês voltou a brilhar como ativo defensivo.
Juros neutros e Bolsa com leve respiro
Nos juros, a cautela falou mais alto: aumentou o número de gestores neutros tanto em juros nominais quanto reais, um sinal claro de que o mercado já vislumbra o fim do ciclo de aperto monetário.
Na Bolsa brasileira, o otimismo voltou timidamente: 44% das casas estão compradas em ações locais, contra 42% em maio. As vendidas recuaram para 15%. No exterior, porém, o clima segue morno — com a maioria dos gestores mantendo posição neutra nos EUA e em outros mercados globais.
E o recado da XP?
A casa resume tudo numa palavra: seletividade. Para a XP, o mercado brasileiro oferece mais oportunidade neste momento, enquanto o cenário internacional ainda exige cautela — mesmo com o alívio nas tensões comerciais globais. Mas ninguém larga o volante: “A baixa dependência do cenário macroeconômico pode ser vista como uma das principais vantagens dessas estratégias em momentos desafiadores”, pontuou a corretora.
No fim das contas…
Selic sobe ou não sobe? Nem a XP crava. Mas uma coisa é certa: os gestores estão mais atentos que nunca, prontos para reagir a qualquer surpresa do Copom. E você, investidor, está preparado?
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