O Índice de Fundos Imobiliários (IFIX) atingiu sua máxima histórica na B3 durante o primeiro pregão de 2024, alcançando 3.315 pontos intradia em 1º de janeiro. Essa marca supera a pontuação anterior, registrada no último pregão de 2023, que já era a maior desde 2020, atingindo 3.253 pontos.

O desempenho positivo dos fundos imobiliários em 2023, com um aumento de 15,5%, foi impulsionado pelo cenário doméstico favorável no segundo e terceiro trimestres do ano, conforme destacado pelo BTG Pactual. A implementação do novo arcabouço fiscal, juntamente com a queda da inflação, criou condições para a redução da taxa Selic e o fechamento significativo da curva de juros reais.

Com a expectativa de uma Selic mais baixa, prevista para atingir 9% no final de 2024 de acordo com o boletim Focus, era previsto que os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) retornassem às suas máximas históricas, conforme observado pela Guide Investimentos.

O ano anterior foi marcado pela recuperação generalizada no mercado de FIIs, com melhorias operacionais, capacidade de captação em momentos específicos e reciclagem de portfólio, segundo análises do BTG Pactual.

Em relação ao desempenho por segmento em 2023, destacaram-se os shopping centers, com um aumento de 30,6%, e os fundos de fundos, com 25,4%. O primeiro foi impulsionado por estratégias de reciclagem de portfólio e aumento nas vendas, enquanto o segundo se beneficiou do fechamento da curva de juros e da valorização de outros segmentos.

Os segmentos de galpões logísticos e lajes corporativas registraram altas de 13,1% e 11,3%, respectivamente, indicando menor incerteza para o início de 2024 em comparação com 2023. Os fundos de recebíveis apresentaram ganhos mais modestos de 10,9%, enfrentando impactos de eventos de crédito e quedas recentes na inflação.

O agronegócio foi o único segmento a apresentar queda, influenciado pela redução dos preços das commodities, alta alavancagem dos produtores e eventos de crédito ao longo do ano.

No mercado primário, os fundos fechados isentos captaram R$ 27,9 bilhões em 2023, com os fundos imobiliários representando 71% desse montante (R$ 19,8 bilhões). Houve 108 ofertas de fundos fechados, sendo 71% subsequentes e 29% públicas iniciais, com 69% vinculadas a fundos listados e 31% a fundos cetipados.

Ao analisar o apetite dos investidores por segmento, os fundos de recebíveis lideraram as captações em 2023, levantando R$ 5,2 bilhões, representando 26,3% do total captado em fundos imobiliários. Galpões logísticos, fundos de fundos e shopping centers seguiram na sequência, com 21,6%, 19% e 13,7%, respectivamente.