O fundo imobiliário XPML11 brilhou no pregão da última quinta-feira (3) ao alcançar sua maior cotação de 2025, mesmo em um cenário de queda contínua do IFIX, que registra sua terceira desvalorização seguida. O desempenho positivo do XPML11 se destaca em um ambiente de incertezas no mercado de fundos imobiliários, marcado por oscilações e revisões na carteira teórica do índice.

XPML11 lidera entre as altas e renova máxima anual

No pregão desta quinta-feira, o fundo imobiliário XPML11, especializado em shopping centers e gerido pela XP Vista Asset, encerrou o dia com valorização de 1,47%, cotado a R$ 103,40. Esse patamar representa o maior valor alcançado pelo fundo em 2025 e a maior cotação desde novembro do ano passado, quando as cotas fecharam em R$ 104,04.

Apesar da valorização recente, o fundo ainda é negociado com desconto frente ao seu valor patrimonial por cota (VPC), que atualmente está em R$ 117,21. A relação P/VP (preço sobre valor patrimonial) ficou em 0,88x, o que pode ser interpretado como uma oportunidade para investidores que buscam ativos com potencial de valorização.

O XPML11 também foi destaque em março por apresentar a maior liquidez entre os FIIs negociados na B3, característica fundamental para sua inclusão na carteira do IFIX, o principal índice do segmento. 

IFIX registra terceira queda seguida e não engrena no mês

Enquanto o XPML11 avançava, o Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários (IFIX) da B3 seguiu em queda, registrando recuo de 0,13% nesta quinta-feira, encerrando o pregão aos 3.305,07 pontos. Com isso, o índice acumula três dias consecutivos de perdas, totalizando uma desvalorização de 0,24% nesse período.

Na sessão, o IFIX até esboçou uma reação positiva no início do dia, mas perdeu força ainda pela manhã. A mínima intradiária foi atingida por volta das 13h, e embora tenha havido alguma recuperação à tarde, o desempenho não foi suficiente para reverter o sinal negativo.

Veja o resumo do desempenho do IFIX em 03/04/2025:

  • Fechamento: 3.305,07 pontos (-0,13%)
  • Mínima: 3.301,04
  • Máxima: 3.315,50
  • Acumulado da semana: +0,10%
  • Acumulado do mês: -0,24%
  • Acumulado do ano: +6,06%

Mesmo com o avanço acumulado em 2025, o índice tem encontrado dificuldades em manter uma tendência de alta consistente desde o início de abril.

Outros FIIs também registram altas expressivas

Além do XPML11, outros fundos imobiliários também tiveram um bom desempenho na sessão. O VIUR11, da Vinci Partners e voltado para imóveis de renda urbana, teve a maior valorização do dia, com alta de 1,50%, fechando a R$ 5,40.

Outro destaque foi o KORE11, fundo da Kinea focado em lajes corporativas, que subiu 1,34%, sendo negociado a R$ 85,28 no fechamento. Ambos os ativos mostram força mesmo em um ambiente de baixa generalizada no índice.

Esses resultados reforçam a percepção de que há oportunidades pontuais no setor de fundos imobiliários, mesmo com a pressão sobre o IFIX.

RECT11 lidera quedas e pode sair do IFIX

Na ponta oposta, o RECT11 foi o fundo com o pior desempenho do dia, ao recuar 3,42%, cotado a R$ 33,29. A queda ocorreu em meio à notícia de que o fundo de escritórios não apareceu na primeira prévia da nova composição do IFIX, que entrará em vigor em 5 de maio.

Essa possível exclusão pode impactar ainda mais o desempenho do fundo nas próximas semanas, já que a permanência na carteira do IFIX costuma ser um fator importante para a visibilidade e liquidez dos ativos.

FIIs populares também fecham em queda

Dois dos fundos mais populares entre os investidores de varejo também registraram desempenho negativo:

  • MXRF11 caiu 0,66%, cotado a R$ 9,02.
  • CPTS11 recuou 0,55%, encerrando a sessão a R$ 7,21. Mais de 2 milhões de cotas do fundo foram negociadas no dia.

Ambos os FIIs têm ampla base de cotistas e são frequentemente utilizados como porta de entrada por investidores iniciantes no mercado de fundos imobiliários.

Entenda a importância da carteira do IFIX

O IFIX é o principal indicador do mercado de fundos imobiliários no Brasil e tem sua carteira revisada a cada quatro meses. A composição leva em consideração critérios como:

  • Valor patrimonial do fundo
  • Frequência e regularidade no pagamento de dividendos
  • Volume de negociação (liquidez)

A atual carteira teórica, que inclui 117 fundos, permanecerá válida até 2 de maio. O XPML11, por sua liquidez e representatividade, segue como um dos componentes mais relevantes do índice.

Julia Peres

Redatora do Melhor Investimento.