Após a divulgação dos resultados do segundo trimestre de 2024 da empresa, o CEO do Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronha, reiterou o guidance do banco, apesar de algumas dúvidas no mercado sobre a capacidade da instituição em alcançar suas projeções.

Na visão de alguns analistas,  existem possibilidades de que linhas como o Net Interest Income (NII) e a margem líquida possam ser difíceis de cumprir.

Nesse contexto, Noronha expressou confiança em entregar um lucro líquido implícito superior ao esperado, que varia entre R$ 28,1 bilhões e R$ 34,8 bilhões para 2024. Ele explicou que a margem financeira é uma combinação de vários fatores, incluindo receita financeira e custo de inadimplência, e que a expectativa é manter uma margem financeira total de 7% até o fim do ano.

“Se for em linha mais arriscada, eu posso até crescer em cima, mas vou levar o custo de provisão para cima. Queremos manter o equilíbrio, que mantenha o portfólio seguro. Estamos trabalhando para entregar lucro acima e perseguir cada linha, porque isso está no nosso objetivo, não vamos parar para rever cada linha. Se eu for revisar uma linha, vamos ter que revisar as outras”, disse.

Além disso, Noronha afirmou que o desempenho de junho já sinaliza um bom trimestre e que espera que o terceiro trimestre seja ainda melhor. 

Por fim, o CEO argumentou que, apesar das incertezas macroeconômicas, o cenário no Brasil deve permanecer estável, com taxas de juros possivelmente constantes e uma perspectiva de desaceleração do crescimento para o próximo ano, apesar do desemprego estar em um patamar favorável de 6,9%.

Em relação ao preço da ação, que desaba 20% no ano, apesar da melhora dos resultados, o Noronha lembra que o papel está descontado em relação ao retorno sobre o patrimônio líquido (ROE).

Resultados do Bradesco (BBDC4) no 2T24

O Bradesco divulgou o relatório com seus resultados do segundo trimestre de 2024 (2T24), onde apresentou um lucro líquido recorrente de R$ 4,716 bilhões, representando um crescimento de 4,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

De acordo com o balanço, esse desempenho foi impulsionado pela redução das despesas com provisões para devedores duvidosos (PDD), pelo aumento da margem financeira, pelas receitas de serviços e pelos resultados positivos das operações de seguros. Dessa forma, as despesas operacionais cresceram conforme o esperado, impactadas por provisões cíveis e fiscais.

Já as receitas de prestação de serviços foram robustas, totalizando R$ 9,3 bilhões, o que representa uma elevação de 6,4% em comparação ao segundo trimestre de 2023. 

A margem financeira líquida do banco cresceu significativamente, atingindo R$ 8,290 bilhões, um avanço de 32,9% em relação ao 2T23.

Por sua vez, o resultado operacional foi de R$ 5,879 bilhões, mostrando um crescimento de 17,8% na comparação anual. Apesar disso, o índice de Basileia Nível I apresentou uma leve queda de 0,3 pontos percentuais, situando-se em 12,6%.

Figurando como os principais destaques do período estão a melhora na margem financeira com clientes, tanto bruta quanto líquida de PDD, e a redução da PDD Expandida em todos os períodos comparativos. 

Além disso, o Bradesco observou uma melhora nos índices de inadimplência de 15 a 90 dias e acima de 90 dias, bem como um crescimento da carteira de crédito expandida em todos os segmentos.