O Tesouro Nacional promoveu na última terça-feira (20) o maior leilão de NTN-Bs (títulos indexados à inflação) de 2025, com a oferta de 4 milhões de papéis. Todos os títulos foram integralmente absorvidos pelo mercado, evidenciando o apetite elevado dos investidores pela dívida pública brasileira.

O sucesso da operação ocorreu em um momento estratégico, marcado pela expectativa de encerramento do ciclo de aperto monetário no país, aumento do interesse estrangeiro e maior liquidez por parte dos agentes locais.

Taxas recuam e acompanham tendência de queda nos juros reais

De acordo com a XP Investimentos, mesmo após a abertura na curva de juros provocada pela divulgação do edital, as taxas dos papéis ofertados recuaram. O movimento acompanha a recente tendência de queda dos juros reais no mercado, refletindo um ambiente mais favorável para os ativos de renda fixa.

Esse comportamento reforça o papel dos leilões do Tesouro como termômetro das expectativas do mercado, influenciando diretamente a precificação de diversos ativos financeiros.

Leilões são pilar da gestão da dívida pública

Os leilões de títulos públicos representam a principal fonte de emissão da dívida brasileira. Estimativas da XP apontam que mais de 90% do endividamento nacional tem origem nessas operações.

Além de captar recursos, esses leilões ajudam o Tesouro a equilibrar o perfil da dívida, ajustando prazos, indexadores e custos. Os títulos emitidos semanalmente são adquiridos por instituições financeiras e podem ser negociados livremente no mercado secundário.

Títulos públicos: além do investimento no Tesouro Direto

Embora muitos brasileiros conheçam os títulos públicos pelo Tesouro Direto — com opções como Educa+, Renda+ e outros papéis voltados a investidores pessoa física — a atuação do Tesouro Nacional vai muito além. Órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, o Tesouro é responsável por gerenciar o caixa do governo e garantir a sustentabilidade fiscal do país.

Dentro desse escopo, os leilões com bancos e corretoras autorizadas são realizados semanalmente. Neles, o Tesouro recebe recursos em troca de compromissos de pagamento futuros com remuneração baseada em taxas previamente acordadas.

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NTN-Bs e LFTs: títulos-chave para a política fiscal

Entre os principais papéis ofertados, destacam-se as NTN-Bs, indexadas ao IPCA (índice oficial de inflação medido pelo IBGE), e as LFTs, pós-fixadas pela taxa Selic. Esses instrumentos são fundamentais para diversificar a base de investidores e reduzir a vulnerabilidade da dívida frente às variações econômicas.

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Lucas Machado

Redator e psicólogo com mais de 3 anos de experiência na produção de artigos e notícias sobre uma ampla gama de temas. Suas áreas de interesse e expertisse incluem previdência, seguros, direito sucessório e finanças, em geral. Atualmente, faz parte da equipe do Melhor Investimento, abordando uma variedade de tópicos relacionados ao mercado financeiro.