Superquarta de 2025 deve ter poucas surpresas nas decisões de juros no Brasil e nos EUA

A superquarta de 2025 deve confirmar um corte de 0,25 ponto nos juros dos Estados Unidos e a manutenção da Selic em 15% no Brasil.

imagem do autor
Última atualização:  10 de dez, 2025 às 13:49
Integrantes do Copom reunidos em uma mesa de reunião, com bandeira do Brasil ao fundo. Foto: Divulgação/Banco Central

A superquarta de 2025 promete ser marcada pela previsibilidade nas decisões de política monetária tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, com mercado atento não ao resultado das reuniões, mas aos sinais sobre os próximos passos dos bancos centrais. Nesta quarta-feira (10), serão divulgadas as decisões do Federal Reserve e do Copom, em Washington e Brasília, respectivamente, em um dia que concentra definições decisivas para a trajetória dos juros em 2026.

Aproveite para ler:

A superquarta de 2025 reúne os anúncios de política monetária mais importantes do trimestre. Nos EUA, o Federal Reserve deve reduzir novamente a taxa básica em 0,25 ponto percentual, levando os juros para a faixa entre 3,5% e 3,75%, segundo projeções de mais de 88% dos investidores consultados pela ferramenta CME FedWatch.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária do Banco Central deve manter a Selic em 15%, nível estável desde junho, refletindo a postura conservadora da autoridade monetária diante dos sinais contraditórios da economia doméstica.

A decisão do Fed está marcada para as 16h (horário de Brasília), seguida pela coletiva do chair Jerome Powell às 16h30. Já o Copom divulga seu comunicado e a taxa Selic às 18h30. A simultaneidade das decisões posiciona a superquarta como um marco para investidores que buscam antecipar a política monetária de 2026 — especialmente após meses de indicações mais duras por parte dos bancos centrais.

Por que a comunicação dos bancos centrais é o foco do mercado

Embora as decisões estejam praticamente precificadas, os agentes financeiros voltam suas atenções para os recados das autoridades monetárias, considerados cruciais para entender quando começa um novo ciclo de cortes — tanto no Brasil quanto nos EUA.

Nos Estados Unidos

O tom da fala de Powell deve influenciar imediatamente as expectativas para a primeira reunião de 2026, marcada para o fim de janeiro. Hoje, a maior parte das previsões aponta para uma pausa no ciclo de flexibilização, ainda que dados recentes reforcem a possibilidade de um ambiente mais favorável à redução dos juros.

No Brasil

O comunicado do Copom será analisado detalhadamente em busca de pistas sobre o início do ciclo de cortes da Selic, esperado pela maioria dos analistas para março de 2026, segundo o Boletim Focus. A linguagem adotada pelo Comitê deve refletir tanto a preocupação com a inflação quanto a desaceleração recente da atividade econômica.

Estados Unidos: por que o Fed deve cortar os juros novamente

O cenário nos EUA favorece mais um corte na superquarta de 2025 devido a indicadores que mostram desaceleração moderada da economia, sem deterioração significativa do mercado de trabalho.

Nos últimos dias, dados reforçaram essa percepção:

  • Leve aumento das vagas de emprego abertas;
  • Maior criação de vagas no setor privado, segundo a ADP;
  • Gastos do consumidor avançando 0,3% em setembro;
  • Sentimento do consumidor da Universidade de Michigan subindo para 53,3 pontos.

Esses números apontam para uma economia menos aquecida, mas ainda resiliente, reforçando a leitura de que há espaço para reduzir os juros de forma gradual, sem comprometer a meta de inflação.

Outro ponto observado pelos mercados é o mandato de Jerome Powell, que termina em maio de 2026. O presidente Donald Trump deve indicar o próximo chair no início do ano, reacendendo preocupações sobre a independência do Fed, já que o governo tem demonstrado interesse em influenciar diretamente a política monetária.

Brasil: por que a Selic deve permanecer em 15%

No Brasil, o Banco Central adota um tom cauteloso desde meados do ano. Em declarações recentes, o presidente da instituição, Gabriel Galípolo, destacou a presença de sinais mistos na economia e o “mau comportamento das correlações esperadas” entre variáveis essenciais, o que justificaria uma postura mais conservadora.

A ata anterior já indicava uma “maior convicção” de que a Selic atual é suficiente para ancorar a inflação no horizonte relevante. No entanto, o BC também monitora a desaceleração da atividade econômica, com o PIB do terceiro trimestre vindo levemente abaixo das expectativas.

Pesquisas com economistas apontam para divergências, mas a maioria prevê o primeiro corte em março de 2026, seguido por janeiro e abril como alternativas menos prováveis.

O que observar após a superquarta

Mesmo com decisões previsíveis, esta superquarta de 2025 terá desdobramentos importantes:

Mais relevantes

  • Sinais sobre o ciclo de juros de 2026;
  • Avaliação do Fed sobre emprego e consumo;
  • Indicação do Copom sobre inflação e atividade.

Secundários

  • Perspectivas sobre a sucessão de Powell;
  • Reações dos mercados na abertura de quinta-feira.

Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: 

Instagram | Linkedin