Itaú Private Bank atinge R$ 3 trilhões sob custódia
Mudanças na estratégia, expansão do público e maior demanda por investimentos globais impulsionam o avanço do Itaú Private Bank.
Reprodução Itaú Benefícios
O Itaú Private Bank ultrapassou a marca de R$ 3 trilhões sob custódia, dois anos antes do previsto, e consolidou a maior fatia do mercado no segmento de alta renda no Brasil. A área também atingiu R$ 1 trilhão sob gestão direta, um marco histórico que coroa uma mudança profunda na estratégia do banco.
Fernando Beyruti, diretor global do Itaú Private, explica que o avanço nasce de um reposicionamento completo realizado no ano passado. O banco revisitou o modelo de wealth management e redesenhou a atuação para competir em escala global.
“Reestruturamos o negócio para acompanhar a evolução do cliente de alta renda e o ritmo de criação de riqueza no Brasil”, afirma o executivo.
Com as mudanças, o Itaú Private ampliou sua participação para 30,8% do mercado, acima dos 28% registrados em 2022. A área deve fechar 2025 com cerca de R$ 50 bilhões em captações, o maior valor da sua história.
Sucesso do Itaú Private Bank: estratégia por trás do resultado
O novo modelo elevou a visão patrimonial para além das fronteiras brasileiras. O banco passou a combinar alocação doméstica e internacional em um único ecossistema, sem conflitos e com acesso direto à estrutura global do Itaú, inclusive à operação própria na Suíça, um diferencial competitivo entre bancos brasileiros.
O interesse por ativos no exterior ganhou força após as mudanças na tributação dos fundos exclusivos em 2024. O peso do portfólio offshore subiu de um patamar histórico de 10%–15% para níveis muito mais relevantes, já que clientes passaram a buscar diversificação para escapar da acomodação em renda fixa.
Expansão do público e atendimento holístico
O Itaú Private reduziu o patrimônio mínimo de entrada de R$ 15 milhões para R$ 10 milhões, movimento que colocou o banco na rota direta de novos milionários, sobretudo empreendedores e famílias que expandiram patrimônio rapidamente.
A instituição também adotou um modelo de atendimento mais completo. O planejamento patrimonial virou life planning, que considera família, herdeiros, sucessão, educação financeira e acompanhamento de várias gerações. A área criou estruturas específicas para nichos como agronegócio, tecnologia, artistas, atletas e grandes family offices, incluindo o novo grupo Global Professional Private Client (GPPC).
Fortunas mudam; o Private muda junto
O segmento passa por intensa transformação. Concorrentes como o BTG Pactual aceleram com aquisições, enquanto o Itaú aposta no crescimento orgânico. Em 2025, o banco contratou 83 profissionais, além dos 65 no ano anterior. O objetivo é reforçar o atendimento personalizado e manter escala suficiente para sustentar investimentos contínuos em tecnologia.
Segundo Beyruti, 80% dos clientes do Private são brasileiros espalhados pelo mundo, e muitos operam entre duas a quatro jurisdições diferentes. Para ampliar essa presença internacional, o Itaú abrirá novas representações em Uruguai e Chile a partir de 2026.
Enquanto o mercado se rearranja com M&As, o Itaú reforça que mira expansão baseada em pessoas, tecnologia, atendimento especializado e uma leitura mais ampla do que significa cuidar de grandes fortunas no século 21.
Com informações de valor.globo.com