IPCA sobe 0,18% em novembro e fica abaixo das projeções do mercado
Inflação desacelera mesmo com forte alta nas passagens aéreas e segue dentro do esperado para o ano
Imagem: Envato Elements
O resultado do IPCA de novembro, divulgado pelo IBGE nesta quarta-feira (12), mostrou uma inflação de 0,18%, avanço superior ao observado em outubro (0,09%), mas ainda assim abaixo das projeções do mercado. Analistas consultados pela Reuters esperavam uma alta de 0,20%, e o acumulado em 12 meses fechou em 4,46%, também levemente menor do que o consenso de 4,49%.
O dado de novembro confirma um movimento de estabilidade inflacionária em 2025, apesar de pressões pontuais em alguns grupos importantes. Este foi o menor resultado para o mês desde 2018 e reforça a tendência de desaceleração vista ao longo do ano.
Passagens aéreas lideram as altas e influenciam o índice
A maior contribuição positiva veio das passagens aéreas, que dispararam 11,9%, adicionando 0,07 p.p. ao IPCA do mês. O impacto ocorre em meio à alta demanda do fim do ano e ajustes sazonais típicos do setor.
Outro destaque foi a energia elétrica residencial, que subiu 1,27% por conta de reajustes tarifários em diferentes regiões do país.
No grupo de Despesas pessoais, o item hospedagem avançou 4,09%, impulsionado por uma forte variação registrada em Belém, onde eventos relacionados à COP-30 movimentaram a demanda local.
Alimentos recuam novamente e aliviam o bolso do consumidor
Embora mais subitens tenham registrado alta dentro do grupo de alimentação, o impacto geral foi de queda. O segmento Alimentação e bebidas recuou 0,01%, influenciado por preços menores de itens como tomate (-10,38%) e arroz (-2,86%).
Segundo o gerente do IPCA, Fernando Gonçalves, o arroz acumulou redução superior a 25% ao longo de 2025, contribuindo fortemente para o arrefecimento da inflação no setor.
A alimentação no domicílio caiu pela sexta vez seguida, fechando o mês em -0,20%, enquanto a alimentação fora de casa desacelerou de maneira suave.
Serviços aceleram e regiões mostram comportamentos distintos
O grupo de serviços apresentou aceleração, passando de 0,41% em outubro para 0,60% em novembro, principalmente por causa das altas já mencionadas no setor aéreo e em hospedagens. Já os preços monitorados voltaram ao campo positivo, subindo 0,21%, após recuo no mês anterior.
Entre os índices regionais, Goiânia registrou a maior variação (0,44%), puxada pela energia elétrica e pelas carnes. Do outro lado, Aracaju anotou queda de 0,10%, influenciada pela redução no custo de conserto de automóveis e no preço da gasolina.
No INPC, indicador que acompanha famílias de menor renda, a alta foi de apenas 0,03%, mostrando comportamento semelhante ao do IPCA, com alimentos recuando e energia elétrica pressionando parte do índice.