Salário mínimo de R$ 1.621 em 2026: veja como o reajuste muda benefícios e programas sociais
O governo confirmou que o salário mínimo de R$ 1.621 entra em vigor em janeiro de 2026, gerando mudanças em diversos benefícios sociais e previdenciários.
Foto: Reprodução | Pixabay
O salário mínimo de R$ 1.621, que começa a valer a partir de janeiro de 2026, traz uma série de mudanças que afetam direta e indiretamente o bolso de milhões de brasileiros. O governo confirmou o novo valor nesta quarta-feira (10), após aplicar o cálculo que combina inflação e ganho real baseado no crescimento do PIB. O reajuste altera pagamentos, regras de acesso e limites financeiros em programas sociais, benefícios previdenciários, auxílios trabalhistas e critérios para inscrição no Cadastro Único.
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O salário mínimo de R$ 1.621 representa um aumento de R$ 103 em relação aos atuais R$ 1.518. O reajuste é de 6,79%, resultado da soma entre a inflação medida pelo INPC acumulado em 12 meses até novembro (4,4%) e o ganho real limitado a 2,5%, conforme a lei aprovada em dezembro do ano passado.
O valor começa a valer em janeiro de 2026, mas só aparece no pagamento de fevereiro, seguindo o calendário habitual de remuneração no país.
Como o salário mínimo é referência para diversos programas, o aumento provoca ajustes automáticos em benefícios como PIS/Pasep, INSS, BPC, seguro-desemprego, seguro-defeso, além de alterar os valores de renda exigidos para o CadÚnico e a remuneração mínima no trabalho intermitente.
Mudanças no abono salarial PIS/Pasep
O abono salarial é um dos benefícios mais afetados pelo novo salário mínimo de R$ 1.621. Em 2026, os valores do PIS/Pasep vão variar de R$ 135,08 a R$ 1.621, conforme o número de meses trabalhados no ano-base.
Entretanto, uma mudança estrutural entra em vigor a partir de 2026:
- hoje, o benefício é pago a quem recebe até dois salários mínimos;
- a partir do próximo ano, esse limite não acompanhará mais o salário mínimo, sendo reajustado apenas pela inflação.
Na prática, isso reduz progressivamente o universo de trabalhadores aptos ao pagamento, restringindo o benefício aos que têm renda mais baixa. O calendário de pagamentos deve começar em 15 de fevereiro, após aprovação pelo Codefat.
Reajuste dos benefícios do INSS
Todos os benefícios vinculados ao piso do INSS passam a ser de R$ 1.621. Aposentados, pensionistas e segurados que recebem o mínimo terão aumento integral.
Já os demais benefícios pagos acima de um salário mínimo serão reajustados com base no INPC, que fechou novembro em 4,18%. O aumento também afeta a margem para crédito consignado, ampliando o limite de contratação.
O calendário oficial de pagamentos de 2026 ainda será divulgado, mas deve seguir a mesma lógica atual, com depósitos no fim de cada mês e divisão entre quem recebe até um salário mínimo e quem recebe acima disso.
BPC: novo valor e regras mais rígidas
O Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência, também será atualizado para R$ 1.621. O valor será pago já no início de fevereiro, pois se refere às competências de janeiro.
Com o reajuste, os critérios de renda passam a ser:
- entre ¼ e ½ salário mínimo per capita, ou seja, de R$ 405,25 a R$ 810,50.
Desde 2025, o BPC está sujeito a regras mais rígidas, como cadastramento biométrico e atualização obrigatória dos dados a cada dois anos para evitar fraude.
Seguro-desemprego com novo piso
Assim como outros benefícios, o seguro-desemprego não pode ser inferior ao salário mínimo de R$ 1.621.
Os valores finais serão definidos conforme o INPC e o salário médio dos últimos meses trabalhados pelo segurado. Caso o cálculo resulte em um valor inferior ao mínimo, o trabalhador receberá R$ 1.621.
Em 2025, o benefício variava entre R$ 1.528 e R$ 2.424,11, o que indica que haverá ganho real para quem recebia o piso.
Trabalho intermitente e novos valores por hora
O trabalho intermitente também sofre impactos com o salário mínimo de R$ 1.621. Os valores de referência ficam aproximadamente em:
- R$ 54,03 por dia
- R$ 7,37 por hora
A legislação determina que o salário-hora não pode ser inferior ao mínimo nacional nem ao salário-hora da função equivalente dentro da empresa.
CadÚnico: novos valores de renda para inscrição
Com a atualização do salário mínimo, os critérios de renda para entrar no Cadastro Único (CadÚnico) também mudam.
Podem se inscrever:
- famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 810,50);
- famílias com renda superior podem ser incluídas em situações específicas, dependendo do programa.
O CadÚnico é porta de entrada para programas como Bolsa Família, BPC e vale-gás.
Seguro-defeso passa para R$ 1.621
Pescadores artesanais que recebem o seguro-defeso, pago nos meses em que a pesca é proibida, passam a ter direito a R$ 1.621 durante o período de paralisação.
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