Salário mínimo de R$ 1.621 em 2026: veja como o reajuste muda benefícios e programas sociais

O governo confirmou que o salário mínimo de R$ 1.621 entra em vigor em janeiro de 2026, gerando mudanças em diversos benefícios sociais e previdenciários.

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11 de dez, 2025 às 06:30
Imagem de notas de dinheiro brasileiro, incluindo cédulas de 50 e 100 reais, simbolizando o salário mínimo Foto: Reprodução | Pixabay

O salário mínimo de R$ 1.621, que começa a valer a partir de janeiro de 2026, traz uma série de mudanças que afetam direta e indiretamente o bolso de milhões de brasileiros. O governo confirmou o novo valor nesta quarta-feira (10), após aplicar o cálculo que combina inflação e ganho real baseado no crescimento do PIB. O reajuste altera pagamentos, regras de acesso e limites financeiros em programas sociais, benefícios previdenciários, auxílios trabalhistas e critérios para inscrição no Cadastro Único.

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O salário mínimo de R$ 1.621 representa um aumento de R$ 103 em relação aos atuais R$ 1.518. O reajuste é de 6,79%, resultado da soma entre a inflação medida pelo INPC acumulado em 12 meses até novembro (4,4%) e o ganho real limitado a 2,5%, conforme a lei aprovada em dezembro do ano passado.

O valor começa a valer em janeiro de 2026, mas só aparece no pagamento de fevereiro, seguindo o calendário habitual de remuneração no país.

Como o salário mínimo é referência para diversos programas, o aumento provoca ajustes automáticos em benefícios como PIS/Pasep, INSS, BPC, seguro-desemprego, seguro-defeso, além de alterar os valores de renda exigidos para o CadÚnico e a remuneração mínima no trabalho intermitente.

Mudanças no abono salarial PIS/Pasep

O abono salarial é um dos benefícios mais afetados pelo novo salário mínimo de R$ 1.621. Em 2026, os valores do PIS/Pasep vão variar de R$ 135,08 a R$ 1.621, conforme o número de meses trabalhados no ano-base.

Entretanto, uma mudança estrutural entra em vigor a partir de 2026:

  • hoje, o benefício é pago a quem recebe até dois salários mínimos;
  • a partir do próximo ano, esse limite não acompanhará mais o salário mínimo, sendo reajustado apenas pela inflação.

Na prática, isso reduz progressivamente o universo de trabalhadores aptos ao pagamento, restringindo o benefício aos que têm renda mais baixa. O calendário de pagamentos deve começar em 15 de fevereiro, após aprovação pelo Codefat.

Reajuste dos benefícios do INSS

Todos os benefícios vinculados ao piso do INSS passam a ser de R$ 1.621. Aposentados, pensionistas e segurados que recebem o mínimo terão aumento integral.

Já os demais benefícios pagos acima de um salário mínimo serão reajustados com base no INPC, que fechou novembro em 4,18%. O aumento também afeta a margem para crédito consignado, ampliando o limite de contratação.

O calendário oficial de pagamentos de 2026 ainda será divulgado, mas deve seguir a mesma lógica atual, com depósitos no fim de cada mês e divisão entre quem recebe até um salário mínimo e quem recebe acima disso.

BPC: novo valor e regras mais rígidas

O Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos a partir de 65 anos e pessoas com deficiência, também será atualizado para R$ 1.621. O valor será pago já no início de fevereiro, pois se refere às competências de janeiro.

Com o reajuste, os critérios de renda passam a ser:

  • entre ¼ e ½ salário mínimo per capita, ou seja, de R$ 405,25 a R$ 810,50.

Desde 2025, o BPC está sujeito a regras mais rígidas, como cadastramento biométrico e atualização obrigatória dos dados a cada dois anos para evitar fraude.

Seguro-desemprego com novo piso

Assim como outros benefícios, o seguro-desemprego não pode ser inferior ao salário mínimo de R$ 1.621.
Os valores finais serão definidos conforme o INPC e o salário médio dos últimos meses trabalhados pelo segurado. Caso o cálculo resulte em um valor inferior ao mínimo, o trabalhador receberá R$ 1.621.

Em 2025, o benefício variava entre R$ 1.528 e R$ 2.424,11, o que indica que haverá ganho real para quem recebia o piso.

Trabalho intermitente e novos valores por hora

O trabalho intermitente também sofre impactos com o salário mínimo de R$ 1.621. Os valores de referência ficam aproximadamente em:

  • R$ 54,03 por dia
  • R$ 7,37 por hora

A legislação determina que o salário-hora não pode ser inferior ao mínimo nacional nem ao salário-hora da função equivalente dentro da empresa.

CadÚnico: novos valores de renda para inscrição

Com a atualização do salário mínimo, os critérios de renda para entrar no Cadastro Único (CadÚnico) também mudam.
Podem se inscrever:

  • famílias com renda de até meio salário mínimo por pessoa (R$ 810,50);
  • famílias com renda superior podem ser incluídas em situações específicas, dependendo do programa.

O CadÚnico é porta de entrada para programas como Bolsa Família, BPC e vale-gás.

Seguro-defeso passa para R$ 1.621

Pescadores artesanais que recebem o seguro-defeso, pago nos meses em que a pesca é proibida, passam a ter direito a R$ 1.621 durante o período de paralisação.

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