Renner e Magalu: expectativas de bons resultados no 3T24
O terceiro trimestre de 2024 promete resultados positivos para Lojas Renner e Magazine Luiza, apesar dos desafios enfrentados pelo setor varejista, como a pressão das taxas de juros. As expectativas de crescimento das vendas e a melhoria na renda disponível são fatores-chave que beneficiam essas empresas.

A temporada de resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) promete ser positiva para alguns dos principais varejistas do Brasil, como Lojas Renner (LREN3) e Magazine Luiza (MGLU3). Apesar dos desafios enfrentados pelo setor, como a pressão das taxas de juros e a competitividade acirrada, analistas do UBS BB estão otimistas com as tendências de consumo e o crescimento da renda disponível, que devem beneficiar essas empresas. Este artigo explora as expectativas de resultados do 3T24, analisando o desempenho de diferentes varejistas e suas estratégias para superar os desafios atuais.
O que se espera para o terceiro trimestre de 2024? Segundo analistas do UBS BB, o consumo discricionário em massa deverá apresentar melhorias, impulsionado pelo crescimento da renda disponível e pela baixa taxa de desemprego. Esses fatores são cruciais, pois oferecem um panorama favorável para as vendas do varejo, especialmente em categorias que dependem do consumo não essencial.
A temporada de resultados se inicia no final de outubro, e os analistas já traçam cenários detalhados para as empresas do setor. Embora os varejistas de alimentos possam enfrentar um ambiente competitivo desafiador, a expectativa é que empresas como Lojas Renner e Vivara se destaquem.
Lojas Renner (LREN3)
As Lojas Renner devem apresentar resultados sólidos no 3T24. Os analistas preveem um crescimento das vendas em lojas comparáveis (SSS) de 11%, com um aumento total de vendas de 12%. Esses números são impulsionados por uma maior originação de crédito, avanços na logística e uma comparação mais fácil em relação ao ano anterior.
A estratégia de produtos mais assertiva da Renner, juntamente com a estabilização de seu novo Centro de Distribuição, contribui para a performance positiva. A XP Investimentos espera um crescimento significativo nas vendas líquidas, estimando um aumento de aproximadamente 12%, com a SSS em 10,6%.
Por outro lado, a Realize, a unidade de negócios de crédito da Renner, deverá enfrentar um cenário diferente, com uma previsão de queda de 3% na receita líquida, refletindo uma redução na carteira de crédito.
Magazine Luiza (MGLU3)
O Magazine Luiza também deve reportar resultados encorajadores. Os analistas projetam um crescimento de receita acelerado, com margens melhorando, à medida que a empresa foca em rentabilidade em um ambiente econômico desafiador. A expectativa é que o GMV (volume bruto de mercadorias) total cresça 4,8% ano a ano, impulsionado por um crescimento SSS de 13,5%.
Em termos de rentabilidade, a margem bruta deverá aumentar em 0,6 ponto percentual na comparação anual, apoiada por uma mix de canais favorável e o repasse de preços. O lucro líquido projetado é de R$ 33 milhões, beneficiando-se da redução das despesas financeiras e do melhor desempenho da Luiza Cred.
O setor de alimentos apresenta um cenário misto. O Grupo Mateus deve se destacar, com um crescimento de SSS de 7,1% e uma receita total aumentando 21%. A margem Ebitda também deve expandir, alcançando 7,8%, apoiada por investimentos em estoque. Em contrapartida, Assaí e Carrefour enfrentam desafios maiores. O Assaí deve ver um crescimento de SSS de apenas 2,7%, enquanto o Carrefour deve apresentar uma desaceleração no crescimento das vendas, com a expectativa de margens Ebitda ajustadas melhorando apenas modestamente.
A Azzas 2154, resultado da fusão entre Arezzo e Grupo Soma, deve enfrentar uma aceleração sequencial de receita de 12%, embora as margens Ebitda possam sofrer pressão devido a despesas de integração. Já a Vivara, com um crescimento de receita líquida de 22%, é considerada uma das grandes apostas do 3T24, apresentando expansão de margem Ebitda de 110 pontos-base.
Por fim, a Petz deve reportar um crescimento de 9% nas vendas brutas, mostrando recuperação nas lojas físicas, enquanto o canal digital continua forte, com um aumento de 22% em vendas online. No entanto, a empresa ainda enfrenta um cenário competitivo desafiador que poderá impactar seus resultados.