Alckmin diz que Brasil deve receber recorde de investimento estrangeiro direto em 2025
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou que o Brasil deve alcançar em 2025 um recorde de investimento estrangeiro direto, impulsionado pela entrada de US$ 63,3 bilhões até setembro e pelo forte desempenho de setembro, que somou US$ 10,7 bilhões.
Foto: Evaristo Sá/AFP
O vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou na última segunda-feira que o Brasil deve receber um recorde de investimento estrangeiro direto em 2025, superando com folga o volume registrado no ano anterior. A declaração foi dada durante entrevista na sede do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), em Brasília, onde ele destacou o avanço do fluxo internacional de capitais para o país e detalhou as ações em andamento para sustentar esse movimento. Segundo Alckmin, os números já consolidados até setembro indicam que o país caminha para um resultado histórico.
Você também pode se interessar:
Durante a coletiva, Alckmin explicou o que está acontecendo: o país está atraindo um volume crescente de investimentos produtivos vindos do exterior. Quando esses recursos devem bater recorde? Ainda em 2025, segundo ele. Onde isso ocorre? No Brasil como um todo, com os dados compilados pelo Banco Central. Como isso está acontecendo? Por meio da combinação entre políticas de estímulo econômico, negociações comerciais e maior confiança internacional. Por que isso importa? Porque o investimento estrangeiro direto é um dos principais motores de geração de emprego, inovação e expansão industrial.
De acordo com o vice-presidente, o Brasil recebeu US$ 71,1 bilhões de investimento estrangeiro direto em 2024, número que já era considerado robusto. No entanto, o fluxo observado em 2025 reforça a tendência de crescimento: apenas entre janeiro e setembro, o país acumulou US$ 63,3 bilhões, reduzindo a distância para superar o desempenho do ano anterior. Ele também destacou que somente no mês de setembro houve a entrada de US$ 10,7 bilhões, o maior valor para o período desde o início da série histórica.
Esses dados fortalecem a perspectiva de que o país encerrará o ano de 2025 com o maior volume de investimento estrangeiro direto já registrado, impulsionando setores como indústria, infraestrutura, energia, agronegócio e tecnologia.
Negociações com os Estados Unidos para reduzir tarifas continuam em ritmo acelerado
Além do cenário positivo para o investimento, Alckmin detalhou os avanços nas negociações comerciais com os Estados Unidos — ponto considerado central para manter a atratividade do país. O governo segue empenhado em retirar produtos brasileiros da lista de exportações tarifadas pelos EUA, principalmente os manufaturados, que têm sido diretamente impactados pelas medidas adotadas por Washington.
Segundo o ministro, o objetivo é garantir maior competitividade aos exportadores brasileiros e evitar prejuízos que podem afetar a cadeia produtiva nacional. Essa frente de trabalho, explicou ele, envolve diálogo diplomático constante e ações coordenadas entre os ministérios da Economia, Relações Exteriores e Desenvolvimento, além da atuação da ApexBrasil.
Governo estuda nova medida provisória caso o Congresso não aprove MP sobre tarifas
Outro ponto destacado por Alckmin foi a possibilidade de edição de uma nova Medida Provisória no fim de dezembro ou início de janeiro, caso a MP que busca remediar os efeitos das tarifas de importação — atualmente em tramitação no Congresso — perca a validade antes da votação. O governo trabalha com um plano alternativo para evitar descontinuidade na proteção às empresas afetadas.
Conforme explicou, a medida é considerada urgente porque as tarifas impostas pelos Estados Unidos têm impacto direto sobre a capacidade competitiva de companhias brasileiras. O governo quer evitar que setores inteiros sofram quedas bruscas de faturamento e percam espaço no mercado norte-americano, um dos mais relevantes para as exportações do país.
Programa Brasil Soberano tem critérios ampliados para apoiar empresas impactadas
Para reforçar o escudo de proteção às indústrias, Alckmin anunciou a ampliação do acesso às linhas de crédito do programa Brasil Soberano, voltado justamente a empresas prejudicadas pelas tarifas norte-americanas. Antes, apenas aquelas que tivessem pelo menos 5% das exportações destinadas aos Estados Unidos afetadas pelas tarifas podiam solicitar crédito. Agora, o limite foi reduzido para 1%, ampliando significativamente o número de empresas aptas a acessar os recursos.
O ministro destacou que a mudança é estratégica para garantir que pequenas e médias companhias não fiquem descobertas em meio às oscilações no comércio internacional. Esse crédito emergencial busca dar fôlego financeiro para que as empresas mantenham produção, emprego e capacidade de expansão.
Gostou deste conteúdo? Siga o Melhor Investimento nas redes sociais: