O Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (28), trouxe revisões importantes nas previsões econômicas dos analistas para o ano de 2025. As estimativas para a inflação e outras variáveis macroeconômicas foram ajustadas, refletindo as expectativas do mercado sobre o desempenho da economia brasileira. Em especial, a projeção para a inflação em 2025 foi revisada para 4,51%, levemente superior à previsão da semana anterior de 4,50%. O levantamento semanal é uma ferramenta fundamental para acompanhar o cenário econômico e suas perspectivas para os próximos anos.

Inflação

A principal alteração no Boletim Focus foi a revisão para baixo da projeção da inflação de 2024, que caiu de 5,57% para 5,55%. Esse ajuste se deve à percepção dos analistas de que os preços continuarão a desacelerar nos próximos meses, principalmente devido aos efeitos das políticas monetárias e fiscais adotadas pelo governo. Essa revisão reflete, também, o controle de algumas pressões inflacionárias, como os preços administrados.

Quanto à inflação de 2025, a projeção foi revisada para 4,51%, um pequeno aumento em relação à estimativa anterior, mas ainda dentro do objetivo da meta de inflação do Banco Central. Esse leve ajuste indica que o mercado continua a ver uma desaceleração dos preços, embora a inflação ainda permaneça um desafio para o próximo ano.

Câmbio e PIB

As previsões para o câmbio e o Produto Interno Bruto (PIB) também foram atualizadas. A projeção para o câmbio se manteve estável para 2025, com a estimativa de R$ 5,90 por dólar. Para os anos subsequentes, as estimativas indicam um real mais forte em relação ao dólar, com projeções de R$ 5,95 para 2026 e R$ 5,86 para 2027.

No que diz respeito ao PIB, as previsões de crescimento permanecem relativamente estáveis. A mediana das projeções para o PIB de 2024 continuou em 2,00%, sem alterações. Para os anos seguintes, espera-se um crescimento mais modesto, com 1,70% para 2026 e 2,00% para 2027. Essas expectativas indicam que a recuperação econômica do Brasil deverá ser gradual, refletindo tanto desafios internos quanto o cenário global.

Selic

A projeção para a taxa Selic também foi mantida. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa básica de juros em 15% até o final de 2024. As previsões para os anos seguintes indicam uma redução gradual, com 12,50% para 2026, 10,50% para 2027, e 10% para 2028. Essas projeções refletem as expectativas de um ambiente mais controlado de inflação e uma retomada econômica mais sólida, o que pode permitir ao Banco Central flexibilizar sua política monetária nos próximos anos.

Preços administrados e IGP-M

Além disso, as projeções para os preços administrados dentro do IPCA para 2025 foram revistas para 4,75%, uma leve queda em relação à previsão anterior de 4,78%. A expectativa para 2026 permanece em 4,28%, enquanto para 2027 e 2028 as estimativas ficaram estáveis em 4,00% e 3,90%, respectivamente.

O IGP-M, indicador utilizado para reajuste de contratos, também teve suas previsões ajustadas. Para 2025, a projeção caiu de 4,92% para 4,84%, refletindo a desaceleração nos preços de commodities e nos custos industriais. Para 2026, a estimativa aumentou para 4,59%, de 4,52%. Já para 2027 e 2028, a projeção permaneceu estável em 4%.