Primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba renuncia após derrotas eleitorais
O primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba anunciou sua renúncia neste domingo (7), após uma série de derrotas eleitorais que enfraqueceram o Partido Liberal Democrata.
Foto: Kiyoshi Ota / Bloomberg
O primeiro-ministro japonês Shigeru Ishiba anunciou neste domingo (7) sua renúncia ao cargo, em meio a uma sequência de derrotas eleitorais que enfraqueceram o Partido Liberal Democrata (PLD). A decisão ocorre menos de um ano após ele assumir o governo, em um contexto de crescente insatisfação popular com o aumento do custo de vida no Japão.
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Renúncia de Shigeru Ishiba e os motivos da decisão
O anúncio de Shigeru Ishiba marca mais um capítulo de instabilidade política no Japão. Desde que assumiu o posto de primeiro-ministro, sua administração enfrentou forte resistência dos eleitores, especialmente em razão do encarecimento de bens de consumo básicos.
As derrotas eleitorais acumuladas, tanto na Câmara Baixa quanto na Câmara Alta do parlamento, minaram a base de apoio do PLD, que tradicionalmente domina a política japonesa. Ishiba justificou a decisão afirmando que buscava evitar divisões internas dentro do partido e permitir que uma nova liderança assuma o comando em um momento delicado para o país.
Em coletiva de imprensa, o agora ex-premiê destacou que sua saída abre espaço para que o partido se reorganize e recupere a confiança dos eleitores.
O acordo comercial como último ato de governo
Antes de anunciar a renúncia, Ishiba concluiu um acordo comercial estratégico com os Estados Unidos. Pelo pacto, o Japão se comprometeu a investir US$ 550 bilhões em território norte-americano, em troca de tarifas reduzidas concedidas pelo então presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Esse acordo era visto como uma das prioridades da gestão Ishiba, que apostava na ampliação das relações bilaterais para fortalecer a economia japonesa. Apesar do impacto positivo esperado no comércio exterior, a medida não foi suficiente para conter a crescente insatisfação doméstica com a economia e o custo de vida.
Contexto político e derrotas eleitorais
A trajetória de Ishiba como primeiro-ministro foi marcada por desafios políticos e econômicos. Desde sua chegada ao cargo, em menos de um ano, sua coligação perdeu o controle de ambas as câmaras legislativas, resultado atribuído em grande parte ao aumento da inflação e à dificuldade em conter a alta nos preços de energia e alimentos.
A derrota mais significativa ocorreu em julho, durante as eleições para a Câmara Alta, quando o PLD foi duramente atingido nas urnas. Na ocasião, cresceu a pressão de parlamentares e aliados para que Ishiba renunciasse, mas ele resistiu até a conclusão das negociações com os Estados Unidos.
Esse cenário gerou incertezas quanto à estabilidade política do Japão, país que já havia passado por frequentes mudanças de liderança nos últimos anos.
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