PGR solicita novos documentos à PF no caso das joias sauditas envolvendo Bolsonaro
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a Polícia Federal (PF) forneça novos documentos e informações sobre o caso das joias sauditas que envolvem o ex-presidente Jair Bolsonaro. O objetivo da PGR é obter mais detalhes antes de decidir sobre a possível apresentação de uma denúncia ou o arquivamento do caso. Esta medida reflete a complexidade da investigação que busca esclarecer se houve desvio ou tentativa de desvio de bens recebidos pelo governo brasileiro.
Em julho deste ano, Jair Bolsonaro e outras 11 pessoas foram indiciados pela PF no contexto deste caso. O ex-presidente enfrenta acusações graves, incluindo associação criminosa, lavagem de dinheiro e apropriação de bens públicos. Entre os indiciados estão figuras proeminentes como Bento Albuquerque, ex-ministro de Minas e Energia, e Fábio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação Social. O indiciamento de Bolsonaro e seus associados é um desdobramento significativo das investigações sobre as joias sauditas.
O caso investiga a alegada tentativa de desvio de joias presenteadas pela Arábia Saudita ao governo brasileiro durante a administração de Bolsonaro. Essas joias possuem um valor de mercado estimado em R$ 6,8 milhões. Segundo a PF, há indícios de que Bolsonaro teria conhecimento sobre a tentativa de leiloar as peças fora do país. A investigação busca apurar se houve ilegalidade na gestão e no destino desses bens, que deveriam ter sido devidamente registrados e utilizados conforme a legislação.
A PGR destacou a necessidade de incluir documentos essenciais para a análise completa do caso. Entre os documentos requisitados estão depoimentos obtidos por meio do Acordo de Assistência Jurídica em Matéria Penal (MLAT) com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), além de laudos sobre as joias, como um par de abotoaduras e um anel. A inclusão desses documentos é fundamental para garantir que todos os aspectos do caso sejam devidamente considerados antes de uma decisão final.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, explicou que a análise dos autos revelou a ausência de documentos cruciais no processo. Ele ressaltou que o acesso completo a todos os elementos informativos é essencial para avaliar adequadamente as condutas investigadas e para evitar alterações posteriores nas acusações. A PGR busca assegurar que todos os aspectos do caso sejam claros e fundamentados antes de prosseguir com qualquer ação judicial.