Filho de Lula recebeu Polícia Federal em buscas na casa da ex-mulher
Carla é investigada por suposto envolvimento em fraudes e superfaturamento de livros vendidos ao MEC por meio da empresa Life Tecnologia, que teria lucrado cerca de R$ 50 milhões.
Foto: Reprodução
A Polícia Federal (PF) realizou, nesta quarta-feira (12), uma operação de busca e apreensão na residência de Carla Ariane Trindade, ex-mulher de Marcos Cláudio Lula da Silva, filho adotivo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
De acordo com o relatório da corporação, o filho de Lula recebeu a Polícia Federal no local, situado em Campinas (SP), durante o cumprimento dos mandados judiciais.
A ação faz parte de uma investigação sobre supostas fraudes em contratos do Ministério da Educação (MEC) e o possível uso de influência política para liberar recursos públicos a uma empresa suspeita de irregularidades.
Além de Marcos Cláudio, também estavam na casa Carla Ariane, o filho do casal e os pais dela, segundo o documento obtido pela imprensa.
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PF apura suspeita de fraudes e influência em contratos do MEC
A operação da Polícia Federal foi deflagrada após a descoberta de indícios de que Carla Ariane Trindade, ex-nora do presidente Lula, teria atuado para facilitar a liberação de verbas federais destinadas à empresa Life Tecnologia.
A companhia é investigada por fraudar licitações públicas e vender livros com sobrepreço a prefeituras de diversos municípios paulistas.
As diligências da PF apontam que Carla pode ter alegado possuir influência em decisões do governo federal.
Em relatórios, os investigadores destacam que ela mantém bom relacionamento com administrações locais nas cidades de Mauá, Diadema e Campinas, o que teria ajudado a empresa investigada a obter contratos vantajosos.
A presença do filho de Lula recebendo a Polícia Federal durante as buscas chamou atenção, mas não há indícios de que ele esteja sob investigação ou que tenha qualquer participação direta nos fatos apurados.
Como funcionava o suposto esquema de fraudes
De acordo com a investigação, a Life Tecnologia comprava livros por valores entre R$ 1 e R$ 5 e revendia os mesmos exemplares às prefeituras por R$ 60 a R$ 80, obtendo lucros milionários.
O relatório da PF aponta que a empresa teria faturado cerca de R$ 86 milhões, dos quais R$ 50 milhões seriam lucro proveniente do superfaturamento.
O modelo de negócios chamava atenção pela diferença expressiva entre o custo de compra e o valor repassado aos governos locais.
Segundo os investigadores, o esquema envolvia a intermediação de agentes com acesso a órgãos públicos, capazes de acelerar liberações e favorecer determinadas empresas.
Para a PF, Carla Ariane teria se aproximado de empresários e gestores municipais, oferecendo facilidades para destravar recursos federais junto ao MEC, possivelmente em troca de vantagens.
Relação entre a ex-nora de Lula e o dono da empresa investigada
Em meio à apuração, a Polícia Federal analisou anotações e agendas do empresário Mariano, proprietário da Life Tecnologia.
Nos registros, Carla Ariane é citada diversas vezes, sendo identificada como “amiga de Paulínia”, “nora” e “Carla”, o que indica um relacionamento frequente entre ambos.
A primeira menção à ex-nora de Lula nas anotações data de janeiro de 2024, o que, segundo a PF, marca o início das tratativas administrativas e jurídicas relacionadas às negociações investigadas.
Esses indícios reforçam a suspeita de envolvimento direto da empresária em negociações de interesse da Life Tecnologia junto a órgãos públicos.
Filho de Lula recebeu a Polícia Federal durante as buscas
O relatório da operação registra que, ao chegar à residência em Campinas, a equipe da Polícia Federal foi recebida por Marcos Cláudio Lula da Silva, filho adotivo do presidente Lula.
No imóvel também estavam Carla Ariane, o filho do casal e os pais de Carla, Henrique e Lindalva.
Fontes próximas ao caso afirmam que Marcos não interferiu na ação e apenas acompanhou a execução do mandado.
Até o momento, ele não é alvo formal da investigação, e nenhuma medida cautelar foi imposta contra ele.
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