Petróleo Brent dispara mais de 4% após ataque dos EUA ao Irã e tensão no Estreito de Ormuz
Cotação do Brent supera US$ 80 e atinge maior nível desde janeiro; mercado teme interrupção no afornecimento global de petróleo

O preço do petróleo disparou nesta segunda-feira (23) em meio à escalada de tensão no Oriente Médio, após o ataque dos Estados Unidos ao Irã. Nos primeiros negócios do dia na Ásia, o barril do tipo Brent — referência global para o mercado europeu e brasileiro — subiu 4,20%, alcançando US$ 80,28. É o maior patamar registrado desde janeiro deste ano.
O movimento foi acompanhado pelo petróleo WTI, referência nos Estados Unidos, que avançou 3,90%, sendo negociado a US$ 76,73 o barril. Ambas as cotações refletem a crescente preocupação dos investidores com o risco de interrupção do fluxo de petróleo no Estreito de Ormuz — uma das principais rotas marítimas para o transporte da commodity.
Risco no Estreito de Ormuz eleva temor global
A tensão aumentou após o Parlamento do Irã aprovar, neste domingo (22), uma proposta para o fechamento do Estreito de Ormuz, ponto estratégico por onde circula entre 20% e 30% de todo o petróleo comercializado no mundo. A decisão final ainda depende do Conselho Supremo de Segurança Nacional do Irã, mas o gesto político já gerou forte reação nos mercados.
O temor é que uma eventual interrupção na região afete o fornecimento global, especialmente de grandes produtores como Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Iraque e Kuwait, elevando ainda mais o preço do petróleo e pressionando a inflação global — tema que já preocupa bancos centrais como o Federal Reserve (Fed) e o Banco Central Europeu (BCE).
Impacto do Petróleo nos mercados globais
Com o avanço das cotações do petróleo, analistas esperam repercussão nas bolsas de valores e nos mercados de câmbio. O dólar e ativos considerados de proteção, como ouro e títulos do Tesouro americano, tendem a se valorizar em cenários de instabilidade geopolítica.
Além disso, o cenário deve influenciar as decisões de política monetária nas principais economias do mundo, uma vez que o aumento do preço da energia impacta diretamente os índices de inflação.