Deputado pede impeachment de Lula por omissão em esquema no Sindnapi
O deputado Evair Vieira de Melo (PP) protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Lula, alegando omissão em um esquema de descontos ilegais no Sindicato Nacional dos Aposentados (Sindnapi), presidido por Frei Chico, irmão do presidente.
Deputado pede impeachment de Lula por omissão em esquema no Sindnapi
O deputado Evair Vieira de Melo (PP), da oposição, protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nesta quarta-feira (7), alegando omissão em relação a um esquema de descontos ilegais envolvendo o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi). O sindicato é presidido por Frei Chico, irmão do presidente Lula, o que torna o caso ainda mais controverso e suscita questionamentos sobre possíveis conflitos de interesse.
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Descontos ilegais no Sindnapi
O Sindnapi está sendo investigado por envolvimento em um esquema de descontos irregulares na folha de pagamento de seus associados, um crime que está sendo apurado pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU). Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o sindicato viu seu faturamento aumentar significativamente entre 2021 e 2023, saltando em R$ 100 milhões, devido à aplicação de descontos não autorizados nas aposentadorias e pensões dos filiados.
O número de filiados também subiu expressivamente, passando de 170 mil em 2020 para cerca de 420 mil em 2023, período em que a “farra dos descontos” teria ocorrido. A denúncia alega que aposentados e pensionistas foram cobrados de forma irregular, sem qualquer autorização formal para tais descontos.
O papel de Frei Chico
Outro ponto central no pedido de impeachment é o envolvimento de Frei Chico, irmão de Lula, na liderança do sindicato. Frei Chico ocupa o cargo de vice-presidente do Sindnapi, o que, segundo Evair Vieira de Melo, configura um claro conflito de interesses, comprometendo a probidade administrativa do presidente da República. A acusação sugere que Lula, apesar de ser sabedor das irregularidades, não teria tomado medidas adequadas para impedir ou apurar o esquema de descontos ilegais.
Irregularidades identificadas pela CGU
A Controladoria-Geral da União (CGU) revelou que o Sindnapi estava envolvido em práticas de “associação compulsória” e “venda casada de serviços financeiros”, que são ilegais e prejudiciais aos associados. Essas práticas envolveriam a imposição de serviços financeiros, como a venda de produtos e contratos, sem a devida autorização dos filiados, o que configura uma violação dos direitos dos consumidores e das normas de livre adesão.
Essas denúncias foram fortalecidas pelas auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU), que indicaram um crescimento exagerado nas receitas do sindicato durante o período em questão. O aumento no número de filiados e os descontos ilegais teriam gerado lucros substanciais para a entidade, ao mesmo tempo em que lesavam financeiramente os aposentados e pensionistas que contribuíam de forma involuntária.
O pedido de impeachment
O pedido de impeachment protocolado por Evair Vieira de Melo não se limita a uma simples denúncia. O deputado solicita não apenas a abertura do processo de impeachment contra o presidente Lula, mas também o seu afastamento preventivo do cargo enquanto o caso é julgado. A medida visa garantir a imparcialidade das investigações e proteger o processo político de qualquer influência direta do presidente.
Além disso, o pedido solicita que o caso seja encaminhado ao Senado para julgamento, com a possibilidade de suspensão dos direitos políticos de Lula por oito anos, caso seja condenado. A acusação busca demonstrar que, além de ser omisso no combate às irregularidades, Lula teria se beneficiado, direta ou indiretamente, das ações de seu irmão e do sindicato.