Nubank (ROXO34): ações caem 10% após balanço e corte de recomendação de Itaú BBA
As ações do Nubank (ROXO34) caíram até 10% após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2024, com aumento de inadimplência, e o rebaixamento de recomendação do Itaú BBA, que reduziu o preço-alvo de US$ 17 para US$ 15.
As ações do Nubank (BDR: ROXO34) sofreram uma queda expressiva de quase 10% nesta quarta-feira (13), após a divulgação do balanço do terceiro trimestre de 2024. Apesar dos resultados terem superado as estimativas de analistas da LSEG, o mercado reagiu negativamente, com destaque para o aumento da inadimplência. Esse movimento de queda também foi acentuado pelo rebaixamento de recomendação realizado pelo Itaú BBA, que reduziu o preço-alvo da ação e expressou preocupações sobre a desaceleração das receitas do banco digital.
O que aconteceu com as ações do Nubank?
Os papéis do Nubank chegaram a cair até 10% após a apresentação dos resultados financeiros do terceiro trimestre. As ações foram negociadas a US$ 14,70 na Bolsa de Nova York, com uma queda de 6,01%, enquanto os BDRs (recibos de ações negociados na B3) caíam 8,38%, a R$ 14,11. Embora os números apresentados pelo banco tenham superado as previsões de analistas, o mercado reagiu com incertezas, especialmente devido ao aumento da inadimplência, que tem preocupado investidores e analistas.
Por que o mercado reagiu negativamente?
Embora o desempenho do Nubank tenha mostrado uma superação das estimativas de lucro, o aumento da inadimplência foi um fator que pesou negativamente. Esse aumento no índice de inadimplência indica que o banco está enfrentando dificuldades com a gestão de seus créditos, o que pode impactar diretamente sua saúde financeira e a percepção dos investidores sobre o futuro da instituição. A preocupação com a sustentabilidade dessa alta na inadimplência afetou a confiança dos investidores no curto prazo.
Rebaixamento de recomendação: O que diz o Itaú BBA?
Outro fator crucial que influenciou a queda das ações foi o rebaixamento de recomendação feito pelo Itaú BBA. O banco de investimentos reduziu sua classificação para o Nubank de “compra” para “neutro”, com um preço-alvo revisto para US$ 15, ante os US$ 17 anteriores. O Itaú BBA destacou que os resultados do terceiro trimestre levantaram preocupações com a desaceleração da receita, que ocorreu de maneira mais rápida do que o esperado, especialmente nas linhas de cartões e empréstimos pessoais.
Em seu relatório, o Itaú BBA alertou para o fato de que essa desaceleração pode ter impactos negativos nas projeções de lucros futuros e nas perspectivas de crescimento do banco, o que levou a uma revisão para baixo das estimativas de desempenho. No entanto, a instituição também reconheceu o potencial do Nubank a longo prazo, acreditando que o banco ainda tem oportunidades para expandir sua participação de mercado, principalmente no Brasil e em outros países.
O que o Itaú BBA prevê para o futuro do Nubank?
Apesar da revisão negativa, o Itaú BBA acredita que o Nubank possui um grande potencial de crescimento no longo prazo. O banco ainda vê a possibilidade de o Nubank conquistar maior fatia do mercado de classe média alta e dos empréstimos consignados. No entanto, a desaceleração no Brasil e os ventos contrários da economia macroeconômica podem dificultar esse processo, especialmente com a previsão de um ciclo de crédito mais desafiador em 2025.
O Itaú BBA enfatizou que os próximos trimestres serão fundamentais para entender a real capacidade do Nubank de sustentar seu crescimento e superar os desafios econômicos. O banco seguirá monitorando os desenvolvimentos de perto antes de tomar novas decisões sobre suas previsões para a empresa.
Análise da XP Investimentos sobre o desempenho do Nubank
A XP Investimentos, que já tinha recomendação neutra para as ações do Nubank, manteve sua avaliação após a divulgação dos resultados. Para a corretora, o desempenho do banco no terceiro trimestre foi considerado forte, com uma fórmula de negócios que ainda segue funcionando bem. A XP destacou a estabilidade do custo por serviço (cost to serve) e o crescimento contínuo da base de clientes, com a adição de 5 milhões de novos clientes por trimestre.
No entanto, apesar do crescimento da base de clientes e da expansão da receita, a XP não acredita que os resultados apresentados sejam suficientes para impulsionar uma nova valorização das ações no curto prazo. A leve desaceleração no ARPAC (Receita Média Mensal por Cliente Ativo) também foi observada, o que pode sinalizar um impacto nos resultados futuros, especialmente se o ritmo de crescimento continuar a diminuir.