A agência de classificação de risco Moody’s elevou, na última terça-feira (01), a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com uma perspectiva positiva. Com essa mudança, o país está agora a um passo de obter o grau de investimento, um selo que indica aos investidores um menor risco de inadimplência.

Apesar da melhora, a nova classificação ainda se enquadra como “grau especulativo”. Isso significa que, segundo a Moody’s, o Brasil apresenta menos vulnerabilidade no curto prazo, mas ainda enfrenta incertezas em relação às condições financeiras e econômicas de longo prazo.

Em resumo, o país ainda não alcançou o status de “bom pagador”, que é visto como um indicador de menor risco de calote para aqueles que investem em títulos da dívida pública brasileira.

No mês de maio, a agência havia decidido manter a nota de crédito do Brasil em Ba2, mas alterou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”, indicando uma possível elevação da nota no futuro.

Ao justificar a elevação do rating soberano do Brasil, a Moody’s revisou sua projeção de crescimento do PIB para 2,5%. A agência também passou a prever um crescimento “muito mais sólido” no médio prazo em comparação aos anos anteriores à pandemia, resultado em parte das reformas estruturais implementadas por diferentes administrações.

No documento, a Moody’s destacou alguns avanços significativos ao longo dos anos, como:

  • O fortalecimento da independência do Banco Central;
  • A melhoria na governança das empresas estatais;
  • A digitalização financeira;
  • A reforma trabalhista.

A reforma tributária foi identificada como “uma reforma estrutural notável”, que melhorará o ambiente de negócios e a alocação de recursos, contribuindo para o potencial de crescimento a longo prazo.

Por fim, a Moody’s expressou expectativa de uma melhora gradual nos resultados primários do governo, em conformidade com as metas fiscais para os próximos três anos.