Brasil pode obter grau de investimento até 2026, diz Haddad após elevação de rating
Neste contexto, Haddad comentou a elevação da nota de crédito do país feita pela agência de classificação de risco Moody’s.

O Brasil tem a possibilidade de recuperar o grau de investimento até 2026, ainda durante o atual governo, disse o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na noite da última terça-feira (01).
Neste contexto, Haddad comentou a elevação da nota de crédito do país feita pela agência de classificação de risco Moody’s.
Através dessa decisão, que melhorou a nota brasileira de Ba2 para Ba1, o Brasil passa a estar a um nível do grau de investimento. No entanto, as outras grandes agências, Fitch e S&P Global, ainda mantêm o país dois níveis abaixo desse patamar.
“Penso que, se o governo como um todo compreender que vale a pena esse esforço, que esse esforço que está sendo feito produz os melhores resultados e continuarmos sem baixar a guarda em relação às despesas, em relação às receitas, fazendo o nosso trabalho, acredito realmente que nós temos a chance de completarmos mandato do presidente Lula reobtendo o grau de investimento. Ele não está dado, mas é uma possibilidade concreta”, disse o ministro.
Segundo o ministro, o comunicado da Moody’s está alinhado com o trabalho realizado pela equipe econômica nos últimos dois anos.“Se seguirmos firmes no ajuste fiscal e monetário, temos uma boa chance de estabilizar a relação dívida/PIB e os gastos públicos, após anos de desequilíbrio fiscal”, pontuou.
Apesar de não ter detalhado novas medidas, Haddad ressaltou que, após o aumento das receitas pelo governo, ainda há ajustes a serem feitos nas despesas. Para ele, o equilíbrio fiscal permitirá ao país reduzir os juros que incidem sobre a dívida pública, viabilizando a reconquista do grau de investimento, perdido pelo Brasil em 2015.
Vale destacar que a decisão da Moody’s veio uma semana após reuniões entre Haddad, o presidente Lula e representantes das principais agências de risco em Nova York, incluindo Moody’s, Fitch Ratings e S&P Global.
Em seu comunicado, a Moody’s destacou a melhora significativa no crédito do Brasil, impulsionada pelo crescimento robusto do Produto Interno Bruto (PIB) e por recentes reformas econômicas e fiscais, como a reforma tributária, que deve melhorar o ambiente de negócios e a eficiência tributária.
Além disso, a agência mencionou o plano de transição energética como um fator que atrai investimentos privados e ajuda a reduzir a vulnerabilidade do país a choques climáticos.
Moody’s eleva rating do Brasil de Ba2 para Ba1
Como informado acima, a agência de classificação de risco Moody’s elevou, na última terça-feira (01), a nota de crédito do Brasil de Ba2 para Ba1, com uma perspectiva positiva. Com essa mudança, o país está agora a um passo de obter o grau de investimento, um selo que indica aos investidores um menor risco de inadimplência.
Apesar da melhora, a nova classificação ainda se enquadra como “grau especulativo”. Isso significa que, segundo a Moody’s, o Brasil apresenta menos vulnerabilidade no curto prazo, mas ainda enfrenta incertezas em relação às condições financeiras e econômicas de longo prazo.
Em resumo, o país ainda não alcançou o status de “bom pagador”, que é visto como um indicador de menor risco de calote para aqueles que investem em títulos da dívida pública brasileira.
No mês de maio, a agência havia decidido manter a nota de crédito do Brasil em Ba2, mas alterou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”, indicando uma possível elevação da nota no futuro.
Ao justificar a elevação do rating soberano do Brasil, a Moody’s revisou sua projeção de crescimento do PIB para 2,5%. A agência também passou a prever um crescimento “muito mais sólido” no médio prazo em comparação aos anos anteriores à pandemia, resultado em parte das reformas estruturais implementadas por diferentes administrações.
No documento, a Moody’s destacou alguns avanços significativos ao longo dos anos, como:
- O fortalecimento da independência do Banco Central;
- A melhoria na governança das empresas estatais;
- A digitalização financeira;
- A reforma trabalhista.
A reforma tributária foi identificada como “uma reforma estrutural notável”, que melhorará o ambiente de negócios e a alocação de recursos, contribuindo para o potencial de crescimento a longo prazo.
Por fim, a Moody’s expressou expectativa de uma melhora gradual nos resultados primários do governo, em conformidade com as metas fiscais para os próximos três anos.