Na semana passada, o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, deu início ao esperado ciclo de cortes na taxa de juros. Este foi o primeiro corte desde que o ciclo de alta começou em março de 2022 e o primeiro ajuste para baixo desde 2020.

Nas últimas semanas, o mercado estava dividido sobre o tamanho do corte, que poderia ser de 25 ou 50 pontos-base, e a decisão final favoreceu o cenário mais otimista, com 11 dos 12 membros do Fed votando pela redução mais significativa. Imediatamente após o anúncio, o dólar caiu para R$ 5,43, enquanto a Nasdaq subiu 1% e o Ibovespa reverteu perdas, registrando uma alta leve de 0,11%.

Após 18 meses com juros no maior nível em quase duas décadas, a economia dos EUA começou a mostrar sinais de desaceleração. A inflação seguiu uma trajetória mais controlada, o mercado de trabalho arrefeceu, e o setor de serviços e varejo, embora ainda em crescimento, também apontou uma leve desaceleração.

Esse cenário alimentou a aposta de um “soft landing” (aterrissagem suave) para a economia dos EUA, afastando os temores de uma recessão severa. Agora, o mercado espera novos cortes nas reuniões de novembro e dezembro, com a taxa de juros podendo atingir o intervalo de 4,5% a 4,75% ao final de 2024.

Impactos no Brasil

Refletindo sobre essas movimentações, de maneira clara e objetiva, levantamos o seguinte questionamento: como o corte de juros nos Estados Unidos impacta os investimentos no Brasil?

De acordo com o assessor de investimentos da InvestSmart, Lucas Bosquesi, a decisão pode ter implicações importantes para o Brasil.

“Com a queda das taxas americanas, há uma tendência de migração de investimentos para mercados emergentes, como o brasileiro, em busca de retornos mais elevados. Isso pode proporcionar ao Banco Central brasileiro um espaço maior para também considerar cortes na Selic, o que beneficiaria a economia real ao reduzir o custo de captação para as empresas e estimular investimentos em setores produtivos”, disse.

Bosquesi também explicou que “o fluxo de capital que sai dos ativos de renda fixa dos EUA, atraído por taxas mais baixas, tende a reforçar a atividade nas bolsas de valores globais. Embora a relação entre os juros americanos e a cotação do dólar no Brasil não seja sempre previsível, a redução das taxas nos EUA poderá fortalecer a atratividade dos investimentos brasileiros, contribuindo para um ambiente econômico mais dinâmico”, acrescentou.

Gabryella Mendes

Redatora do Melhor Investimento.