IGP-M tem alta de 0,31% em abril, acima do esperado

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Última atualização:  29 de abr, 2024 às 10:43
IGP-M tem alta de 0,31% em abril, acima do esperado IGP-M tem alta de 0,31% em abril, acima do esperado

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) encerrou um período de dois meses de deflação ao registrar um aumento de 0,31% em abril, conforme divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) nesta segunda-feira (29). Em fevereiro e março, o índice havia registrado quedas de 0,52% e 0,47%, respectivamente.

No acumulado do ano, o indicador ainda apresenta uma deflação de -0,60%, e em um período de 12 meses, a deflação é de -3,04%.

A inflação de abril foi mais intensa do que a esperada pelo consenso de analistas da LSEG, que previam um aumento de 0,05%. Em abril de 2023, o índice registrou uma queda de 0,9% no mês e acumulou uma retração de -2,17% em 12 meses.

No entanto, em abril de 2024, os preços ao produtor foram os principais impulsionadores do IGP-M, registrando um aumento de 0,29%. Destacam-se entre eles os aumentos no preço do cacau, que saltou de 19,92% para 63,63%, do café, que subiu de 0,62% para 9,57%, e da soja, que passou de -0,47% para 5,66%.

Por outro lado, o minério de ferro apresentou uma redução menos acentuada, caindo de -13,27% para -4,78%, o que também teve um papel significativo na aceleração da taxa do Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA).

IPA

No mês de abril, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) registrou um aumento de 0,29%, revertendo o comportamento observado em março, quando apresentou uma queda de 0,77%.

Entretanto, o grupo de Bens Finais apresentou uma queda de 0,13% em abril, uma variação inferior à taxa de +0,03% registrada no mês anterior. Esse declínio foi principalmente impulsionado pelo subgrupo de alimentos in natura, cuja taxa passou de 2,17% para -2,37% no mesmo período.

Quando excluídos os alimentos in natura e combustíveis para consumo, a variação passou de -0,22% em março para +0,05% em abril.

A taxa do grupo Bens Intermediários subiu 0,72% em abril, intensificando a alta observada no mês anterior, quando registrou 0,22%. O principal fator que influenciou esse movimento foi o subgrupo de materiais e componentes para a manufatura, cuja taxa passou de 0,06% para 0,85%.

Por sua vez, o estágio das Matérias-Primas Brutas apresentou um aumento de 0,24% em abril, em contraste com o comportamento de março, quando caiu 2,71%. A aceleração desse grupo foi principalmente impulsionada por itens-chave, como o minério de ferro, que reduziu a queda de -13,27% para -4,78%, a soja, cuja taxa passou de -0,47% para 5,66%, e o café em grão, que acelerou de 0,62% para 9,57%.

No entanto, alguns itens apresentaram um comportamento oposto. Destacam-se a laranja, que teve uma queda de 17,27% para 2,81%, o algodão em caroço, que retrocedeu de uma alta de 7,23% para uma queda de -4,25%, e a cana-de-açúcar, que recuou de 0,04% para -1,09%.

IPC

Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) registrou uma variação de 0,32%, mostrando um aumento em relação à taxa de 0,29% observada em março. Entre as oito classes de despesa que compõem o índice, cinco apresentaram aceleração em suas taxas de variação.

O maior impacto veio do grupo Educação, Leitura e Recreação, cuja taxa de variação passou de -1,85% para -1,37%. Destaca-se dentro dessa classe de despesa o subitem passagem aérea, que passou de -10,53% na medição anterior para -8,94% na atual.

Também registraram avanço em suas taxas de variação os grupos Alimentação (0,68% para 0,83%), Saúde e Cuidados Pessoais (0,42% para 0,63%), Habitação (0,47% para 0,54%) e Comunicação (-0,06% para 0,16%).

Os itens de destaque nesses grupos foram: hortaliças e legumes (de -0,29% para +6,04%), medicamentos em geral (-0,01% para 2,48%), tarifa de eletricidade residencial (-0,52% para 0,92%) e tarifa de telefone móvel (-0,10% para 1,27%).

Por outro lado, os grupos Transportes (de 0,64% para 0,24%), Despesas Diversas (0,81% para 0,18%) e Vestuário (0,13% para 0,05%) registraram uma queda em suas taxas de variação.

Dentro dessas classes de despesa, os itens de destaque foram: gasolina (de 1,50% para 0,30%), serviços bancários (1,45% para 0,20%) e serviços de confecção (0,00% para -2,37%).

INCC

O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) registrou um aumento de 0,41% em abril, um valor ligeiramente superior à taxa de 0,24% observada em março.

Entre os três grupos que compõem o INCC, as variações de março para abril foram as seguintes: o grupo Materiais e Equipamentos apresentou um recuo, passando de 0,26% para 0,17%; o grupo Serviços teve uma elevação de 0,14% para 0,29%; e o grupo Mão de Obra registrou novo avanço, variando de 0,23% para 0,74%.