O IGP-DI julho 2025 apontou uma queda de 0,07%, segundo dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV) nesta quinta-feira (7). Essa redução ficou abaixo da expectativa do mercado, que previa uma deflação de 0,18%. O índice é um importante termômetro da inflação no Brasil, refletindo os preços ao produtor, ao consumidor e da construção civil durante o mês.

Neste relatório, o IGP-DI revelou um cenário de desaceleração na queda dos preços ao produtor, enquanto a inflação ao consumidor e os custos da construção civil registraram altas relevantes. Entenda os principais pontos desse resultado e o que motivou essas variações no indicador.

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Queda menor no IGP-DI julho 2025: principais resultados e contexto

O Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) é calculado pela FGV com base em três componentes: o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA-DI), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI) e o Índice Nacional da Construção Civil (INCC-DI). Em julho de 2025, o IGP-DI caiu 0,07%, frente a uma queda de 1,80% no mês anterior. Essa diminuição foi menor que a prevista pelos analistas, que apostavam numa deflação de 0,18%.

Em doze meses, o índice acumulou alta de 2,91%, indicando que, apesar da recente redução, o IGP-DI ainda mantém uma trajetória inflacionária moderada. O economista Matheus Dias, do FGV IBRE, explica que a desaceleração na queda dos preços ao produtor se deve, principalmente, à valorização de matérias-primas como minério de ferro e soja, enquanto o aumento nos preços ao consumidor está ligado a reajustes em jogos lotéricos e tarifas de energia elétrica.

IPA-DI em julho: queda menos intensa e alta de commodities

O IPA-DI, que tem peso de 60% no cálculo do IGP-DI, teve queda de 0,34% em julho, muito inferior à deflação de 2,72% registrada em junho. Entre os destaques deste índice, o minério de ferro passou de uma queda de 6,96% em junho para um aumento de 5,37% em julho. A soja em grão também apresentou crescimento de 1,27%, acima dos 0,66% do mês anterior.

Esse movimento explica boa parte da desaceleração da queda dos preços ao produtor e impacta diretamente setores ligados à indústria e à exportação. O avanço das commodities indica uma recuperação parcial dos preços das matérias-primas, o que pode influenciar a cadeia produtiva e os custos futuros.

IPC-DI: preços ao consumidor sob influência de energia e loterias

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC-DI), responsável por 30% do peso do IGP-DI, fechou julho com alta de 0,37%. Esse percentual foi maior do que a elevação de 0,16% observada no mês anterior. Dois fatores principais contribuíram para esse aumento: o reajuste de 13,26% nos jogos lotéricos, que estavam estáveis em junho, e a alta nas tarifas de energia elétrica.

Esses reajustes pressionam o bolso do consumidor final e refletem mudanças recentes nas políticas tarifárias e regulatórias. O impacto dos jogos lotéricos é notório, visto que representa um gasto direto dos consumidores, enquanto a energia elétrica é um insumo essencial e amplamente utilizado, cujo aumento repercute em diversos setores.

INCC-DI registra alta e pressão no setor da construção civil

O Índice Nacional de Construção Civil (INCC-DI), que representa 10% do IGP-DI, mostrou avanço de 0,91% em julho, acelerando em relação ao aumento de 0,69% registrado em junho. A principal contribuição veio do aumento expressivo de 13,34% nos preços de tubos e conexões de PVC, que sofreram elevação devido ao aumento das tarifas de importação das resinas utilizadas na fabricação desses produtos.

Esse aumento nos custos dos insumos pressionou o setor da construção civil, influenciando o custo final de obras e reformas no país. O economista Matheus Dias destaca que a elevação no INCC está diretamente relacionada a essas mudanças tarifárias e reflete um movimento importante para os investidores e profissionais do setor.

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