IPCA fica em 0,26% em julho, abaixo do esperado
O IPCA de julho subiu 0,26%, ficando abaixo das expectativas do mercado.

O IPCA, índice oficial que mede a inflação no Brasil, registrou uma alta de 0,26% em julho de 2025, ficando abaixo das estimativas do mercado, que previam uma alta de 0,37%. Apesar do resultado mais moderado, o indicador acumulado em 12 meses segue elevado, em 5,23%, ultrapassando a meta do Banco Central, que é de até 4,5% ao ano, com tolerância máxima. A inflação em julho foi influenciada principalmente pela alta da energia elétrica residencial, que continua a pressionar o orçamento das famílias brasileiras.
Resultado do IPCA em julho: o que aconteceu?
O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) é o indicador oficial de inflação utilizado pelo governo para acompanhar a variação dos preços no país. Em julho, o índice subiu 0,26%, conforme divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) no dia 12 de agosto de 2025. O número surpreendeu positivamente, já que a mediana das previsões de economistas consultados pela Reuters era de 0,37%.
Apesar da desaceleração mensal, a inflação acumulada em 12 meses permanece acima do ideal para a economia brasileira, atingindo 5,23%, enquanto no acumulado do ano o IPCA soma 3,26%. Isso indica que, mesmo com a pressão menor em julho, a alta dos preços segue impactando o custo de vida.
Energia elétrica: principal fator de pressão no IPCA
A energia elétrica residencial foi o item com maior impacto individual na inflação de julho, contribuindo com 0,12 ponto percentual para o índice total. Em 2025, o aumento acumulado na conta de luz já chega a 10,18%, o maior para o período de janeiro a julho desde 2018, de acordo com dados do IBGE.
Esse aumento foi puxado pela manutenção da bandeira tarifária vermelha no patamar 1, que encarece a conta de luz, e por reajustes em concessionárias de grandes cidades como São Paulo (10,56%), Curitiba (2,47%) e Porto Alegre (1,48%). Sem essa influência da energia elétrica, a inflação do mês teria sido de apenas 0,15%, praticamente a metade do resultado oficial.
Além da energia, o grupo Habitação também registrou alta expressiva de 0,91% em julho, impulsionada pelos reajustes nas taxas de água e esgoto em cidades como Salvador, Brasília e Rio Branco. Esses aumentos refletiram diretamente no IPCA, com impacto de 0,14 ponto percentual.
Outros grupos que influenciaram a inflação
O setor de Transportes teve alta de 0,35% em julho, puxado pelas passagens aéreas, que dispararam 19,92%, sendo o segundo maior impacto individual no índice do mês, com 0,10 ponto percentual. Além disso, o transporte público em Brasília, Belém e Curitiba sofreu reajustes, aumentando o custo para os consumidores. Por outro lado, os combustíveis tiveram queda de 0,64%, refletindo recuos em etanol, óleo diesel, gasolina e gás veicular.
No grupo Despesas Pessoais, a alta foi de 0,76%, principalmente por conta do aumento de 11,17% nos jogos de azar, que tiveram o terceiro maior impacto individual no índice, com 0,05 ponto percentual.
Queda nos preços de alimentos e vestuário
Diferente da energia e transportes, o grupo Alimentação e Bebidas registrou queda de 0,27% pelo segundo mês consecutivo, ajudando a conter a inflação geral. Entre os itens com maior recuo estão batata-inglesa (-20,27%), cebola (-13,26%) e arroz (-2,89%). No entanto, a alimentação fora do domicílio acelerou, passando de 0,46% para 0,87%, impulsionada pelo aumento da demanda no período de férias escolares.
O grupo Vestuário também apresentou recuo de 0,54%, com queda nos preços das roupas femininas e masculinas, aliviando o orçamento dos consumidores em julho.
Variações regionais do IPCA em julho
A inflação variou entre as regiões brasileiras no mês de julho. São Paulo registrou a maior alta mensal, de 0,46%, influenciada pelo aumento da energia elétrica e das passagens aéreas. Já Campo Grande apresentou deflação de 0,19%, motivada principalmente pela queda nos preços da batata-inglesa e da energia elétrica.
Resultado do INPC em julho
Além do IPCA, o IBGE divulgou também o resultado do INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que mede a inflação para famílias com renda mais baixa. O INPC avançou 0,21% em julho, acumulando alta de 3,30% no ano e 5,13% em 12 meses. Esses números indicam que o impacto da inflação também é sentido de forma relevante entre os consumidores com menor poder aquisitivo.
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