IGP-M desacelera queda em julho e recua menos que o esperado, diz FGV
O IGP-M registrou em julho de 2025 uma queda de 0,77%, desacelerando a retração observada no mês anterior e ficando abaixo das previsões de analistas.

O Índice Geral de Preços-Mercado (IGP-M) apresentou uma desaceleração na queda em julho de 2025, recuando 0,77%, conforme dados divulgados pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Esse resultado ficou abaixo da expectativa de analistas, que previam uma queda mais acentuada de 0,90%. Com essa variação, o índice acumula alta de 2,96% nos últimos 12 meses, refletindo a dinâmica dos preços ao produtor, ao consumidor e da construção civil no país.
Desempenho do IGP-M em julho de 2025
O IGP-M, índice amplamente utilizado como referência para reajustes de contratos de aluguel e tarifas, mostrou desaceleração na sua queda em julho. Após registrar uma queda expressiva de 1,67% em junho, o índice diminuiu sua retração para 0,77% no mês seguinte. Segundo a FGV, esse movimento é influenciado por uma combinação de fatores que afetam o comportamento dos preços em diferentes setores da economia brasileira.
Queda menos intensa nos preços ao produtor (IPA)
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que tem peso de 60% na composição do IGP-M e mede a variação dos preços no atacado, recuou 1,29% em julho. Esse resultado indica uma desaceleração significativa frente à queda de 2,53% registrada em junho. A principal causa dessa desaceleração está na maior pressão sobre as matérias-primas minerais e o petróleo, que tiveram queda menos acentuada.
Dentro do IPA, o estágio de Matérias-Primas Brutas foi o que mais se destacou, com uma queda de 1,79%, muito menor que os 4,68% negativos observados no mês anterior. Já os segmentos de Bens Finais e Bens Intermediários também desaceleraram suas quedas, com variações de -0,87% e -0,99%, respectivamente.
Entre os itens que mais contribuíram para a queda do IPA em julho estão o café em grão (-22,52%), milho em grão (-7,54%), batata-inglesa (-29,63%), farelo de soja (-4,94%) e minério de ferro (-1,86%). A desaceleração dos preços desses produtos mostra uma estabilização dos custos no setor atacadista.
Alta no Índice de Preços o Consumidor (IPC)
Diferentemente do comportamento do IPA, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que representa 30% do IGP-M, acelerou sua alta em julho, passando de 0,22% para 0,27%. Esse aumento foi impulsionado por uma elevação disseminada em diversos grupos de consumo, revertendo a tendência de desaceleração observada desde março.
Os principais responsáveis pela alta do IPC foram itens como mamão papaia, que subiu 20,11%, tarifas de eletricidade residencial (2,74%), passagens aéreas (6,29%) e jogo lotérico (7,15%). Esses aumentos refletem fatores sazonais, variações na oferta e demanda, além de ajustes tarifários em setores essenciais.
Variação no custo da construção civil (INCC)
O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que tem peso de 10% na composição do IGP-M e mede os custos da construção civil, também registrou alta em julho, embora em ritmo mais lento. O índice subiu 0,91%, ligeiramente abaixo dos 0,96% verificados no mês anterior. Essa desaceleração indica uma relativa estabilidade nos preços dos insumos e mão de obra no setor da construção.
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