Bolsa recua com confirmação de tarifas de Trump contra a China e ações da Vale caem
O Ibovespa subiu 2,82% no pregão de hoje, a maior alta desde maio de 2023, impulsionado pelas declarações de Lula que amenizaram os temores de intervenção no Banco Central.

O Ibovespa registrou uma queda de 0,61% nesta sexta-feira, 31 de janeiro, fechando aos 126.135 pontos, após a confirmação de que os Estados Unidos imporão tarifas sobre as importações chinesas. Este movimento levou a um recuo nas ações de commodities, como as da Vale, e causou volatilidade no mercado. Mesmo com o retrocesso de hoje, o índice acumula alta de 3,01% na semana e 4,86% no mês, refletindo um desempenho positivo no período.
Impacto das tarifas de Trump nas importações chinesas
O principal fator responsável pela queda do Ibovespa foi a confirmação de que os Estados Unidos vão taxar ainda mais as importações provenientes da China. A notícia alterou a direção do mercado, que, durante boa parte do dia, flutuava entre a estabilidade e uma leve alta. Contudo, a medida anunciada por Donald Trump gerou um efeito negativo, especialmente para os papéis de commodities e empresas que possuem forte vínculo com o mercado externo.
A taxa de 0,61% registrada na sessão reflete o impacto dessa decisão, que gerou tensões adicionais nas negociações entre as duas maiores economias do mundo. Além disso, o índice atingiu a máxima intradiária de 127.532 pontos e a mínima de 126.057 pontos, mostrando a volatilidade com que o mercado reagiu à notícia.
Queda nas ações de commodities
As ações de grandes empresas de commodities, como Vale e CSN, sofreram quedas expressivas após o anúncio da medida. A Vale, por exemplo, viu suas ações recuarem 1,56%, em razão do impacto que tarifas podem causar nas exportações brasileiras, especialmente de minério de ferro, um dos principais produtos negociados com a China. Outras empresas do setor de mineração, como a CSN Mineração (-1,80%) e a CSN (-1,73%), também tiveram desempenho negativo.
A expectativa de uma desaceleração econômica global, impulsionada pela escalada de tarifas comerciais, impacta diretamente o preço das commodities e, consequentemente, as empresas que dependem da exportação desses produtos. Além disso, a queda no preço das commodities pode reduzir a margem de lucro de empresas como a Vale, levando os investidores a ajustar suas expectativas.
Vibra lidera as perdas
No topo da lista das maiores quedas do dia, as ações da Vibra (ex-BR Distribuidora) despencaram 5,07%. O movimento de queda se deu após uma revisão do Goldman Sachs, que reduziu o preço-alvo para as ações da empresa, passando de R$ 27,4 para R$ 19,5, além de cortar sua recomendação de compra para neutra.
Este rebaixamento foi um fator determinante para a desvalorização dos papéis da Vibra, afetando negativamente o desempenho do índice. O banco justificou sua análise com base em uma série de desafios econômicos enfrentados pela empresa, como margens mais apertadas e um ambiente competitivo mais difícil.
Ações da Totvs sobem após anúncio sobre Linx
Por outro lado, as ações da Totvs brilharam nesta sessão, registrando a maior alta do dia, com um avanço de 4,45%. A valorização foi impulsionada pela informação de que a empresa continua avaliando uma proposta vinculante para a aquisição da Linx, dentro de um processo competitivo. A aquisição da Linx, uma gigante do setor de software de gestão, é considerada uma estratégia relevante para a expansão da Totvs no mercado de tecnologia e pode fortalecer sua posição frente à concorrência.
O setor de petróleo
Os papéis da Petrobras também passaram por um movimento de volatilidade. Inicialmente, as ações da estatal subiram durante a tarde, após o anúncio de um reajuste no preço do diesel. No entanto, o efeito foi breve, e as ações preferenciais (PN) fecharam com um pequeno aumento de 0,80%, enquanto as ações ordinárias (ON) subiram 0,68%. O impacto das variações no preço do petróleo no mercado internacional também pesou sobre as ações de empresas do setor.
O mercado de petróleo, sensível a mudanças nos preços da commodity, refletiu essa flutuação no desempenho das ações de empresas ligadas ao setor, incluindo a Petrobras.
Desempenho do Ibovespa no contexto semanal e mensal
Embora a queda de hoje tenha impactado negativamente o índice, o Ibovespa continua apresentando um desempenho positivo no acumulado da semana, com alta de 3,01%. Além disso, no acumulado do mês, o índice fechou com um crescimento de 4,86%. Esse bom resultado reflete o otimismo do mercado durante a maior parte do mês de janeiro, impulsionado por notícias positivas sobre a economia brasileira e a expectativa de que o país possa continuar avançando em sua recuperação econômica.
Volume financeiro e mercados externos
O volume financeiro na B3 foi de R$ 21,6 bilhões, com R$ 16,2 bilhões negociados no índice. No mercado externo, os principais índices de ações dos Estados Unidos registraram queda. O Dow Jones recuou 0,75%, o S&P 500 caiu 0,50%, e o Nasdaq teve um recuo de 0,28%, refletindo o impacto das tensões comerciais globais nos mercados internacionais.
Maiores altas do Ibovespa hoje (31)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
TOTS3 | +4.45% | R$ 34,06 |
BPAC11 | +1.62% | R$ 32,57 |
COGN3 | +1.44% | R$ 1,41 |
JBSS3 | +1.20% | R$ 35,44 |
CVCB3 | +1.03% | R$ 1,97 |
Maiores quedas do Ibovespa hoje (31)
Ticker | Valorização (%) | Valor por ação (R$) |
VBBR3 | -5.07% | R$ 16,86 |
GOAU4 | -4.59% | R$ 9,57 |
CSAN3 | -3.61% | R$ 7,74 |
PETZ3 | -3.50% | R$ 4,69 |
RADL3 | -3.45% | R$ 21,29 |
Ibovespa, dólar e índice das bolsas americanas
Nome | Fechamento | Variação em pts | Variação em % |
🇧🇷 Bovespa | 126.135 | -778 | -0,61% |
🇧🇷 USD/BRL | 5,8430 | -0,0295 | -0,50% |
🇺🇸 S&P 500 | 6.040,46 | -30,71 | -0,51% |
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